«Com a bola no pé também eu jogo e tenho 40 anos»

A frase que dá título ao post é de autoria de Artur Jorge, foi dita num dos campos de treinos do saudoso Estádio das Antas e para Chico Nelo, na altura um jovem esquerdino, promissor, vindo dos juniores e que na pré-época estava treinar com os seniores para tentar ficar no plantel. Tudo, porque Chico, com a bola sabia jogar, até fazia umas coisas engraçadas, mas sem bola, tentar recuperá-la ou quando ela não chegava no pé, era preciso correr para ir buscá-la, torcia o nariz e ficava. Quem via o treino e conhecia Artur Jorge, logo ficou convencido que Chico tinha o destino traçado, não ficaria no F.C.Porto. Foi o que aconteceu. Depois jogou em vários clubes, sem grande relevo e num jogo contra o F.C.Porto até teve uma atitude lamentável, agredindo com um pontapé na cara, António André. Lembrei-me deste episódio ao ver ontem o Brasil Olímpico, principalmente na segunda-parte. Há individualidades, algumas muito talentosas, outras cujo valor está extrapolado - Thiago Silva é um deles. 42 milhões de euros? -, mas não há espírito de sacrifício, quase todos só jogam com a bola no pé, não há conjunto, os craques estão acima da equipa e alguns, Ganso por exemplo, parece que nem quer nada com aquilo. Ou o Brasil muda o chip ou vai ter grandes desilusões. Esta questão dos jogadores que só jogam com bola, leva-me também para os três putos, Iturbe, Atsu e Kelvin, que tanto têm entusiasmado os adeptos portistas nesta pré-época. São três talentos - gosto muito de Atsu, de Iturbe também gosto, mas o meu preferido é Kelvin. O puto de Curitiba tem a irreverência, a criatividade, a coragem do puto reguila, faz-me recuar aos tempos do futebol de rua, em que o gordo ia à baliza - e só porque, normalmente, era o dono da bola...- e o craque era o mais rebelde, o "ranheta", o que partia tudo -, mas e essa é a questão, são três jogadores que gostam de ter bola, que sem bola, têm dificuldades e se não aprenderem, se não tiverem o espírito certo, no F.C. Porto vão ter dificuldades. Numa equipa como a do Bi-campeão que joga normalmente em 4x3x3, há espaço um "baldas", não há espaço para vários. Portanto, é por aí que se vai traçar o destino dos três aceleras do F.C.Porto. O talento é óptimo, a criatividade também, mas quem, sem perder isso, juntar a capacidade para defender, tiver o espírito para, se for preciso, abdicar do eu, em nome do nós, terá o futuro mais risonho de Dragão ao peito.

Vieira e Duque, que anjinhos!

O que me surpreende é que ainda haja quem fique surpreendido com a decisão do Conselho de Disciplina da FPF, com o que lá vem - “Devias ter vergonha”; “Era para isto que vocês queriam controlar tudo”; “Era para isto que queriam que a gente controlasse a arbitragem”; “Foste tu que me disseste que tínhamos que controlar tudo”; “Não me faças falar, não me obrigues a pôr a boca no trombone”. - e com esta cortina de silêncio, este passar sobre o assunto como raposa por vinha vindimada.
Meus amigos, depois do Apito Dourado e das escutas só a alguns; depois de algumas escutas terem valido várias certidões, inquéritos, processos e num caso, até julgamento e outras de igual conteúdo, o interveniente, nem sequer ter sido ouvido, como é que se podem admirar por ninguém ligar puto a declarações que indiciam actos de grande gravidade? Se as declarações de Vieira tivessem sido feitas por Pinto da Costa, aí sim, todos os vendilhões do templo, lixo da manhã e da tarde, apareceriam a gritar: investigue-se!, mas como se trata do presidente do clube do regime, nota de rodapé. Ah, o MP, claro, não vê nada de grave. E sobre Duque nem quero dizer nada... Pena que alguns que andam por aí e que foram intervenientes, não se atrevam a contar a história da época 1999/2000...

Notas Mike:
Fantástico, uma cacha de abrir a boca de espanto, hoje, no Jornal da Tarde da RTP, apresentado pelo benfiquista de Paredes: Eusébio, no futebol espanhol, torce pelo Real Madrid.

Zé, Zé e o Coentrão? 

Artigo de Rui Moreira