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sábado, 12 de setembro de 2009


Pedroto, o verdadeiro Mestre, disse um dia a propósito de uma fraca exibição da sua equipa: " Quem quiser Ópera que vá ao S.Carlos". Ontem, no Dragão, os adeptos portistas tiveram Ópera da melhor, mas e é pena, que depois de 45 minutos com música de tanta qualidade, tivessem de gramar, após o intervalo, com 45 minutos de música pimba. Foi pena e não havia necessidade, apesar de todas as atenuantes conhecidas...Um rock até caía bem e o pessoal gosta!

As várias semanas sem futebol, a rivalidade e o facto do Leixões ter ganho na época passada no Dragão, levaram muita gente ao belíssimo anfiteatro portista - mais de 38 mil espectadores. Foram esses os que tiveram o previlégio de assistir, ao vivo, empolgados e entusiasmados a uma primeira-parte onde o F.C.Porto mostrou qualidades que as grandes equipas devem ter: futebol simples, dinâmico, objectivo, a toda a largura do campo e, principalmente, um grande sentido colectivo, que reduziu a cinzas todas as veleidades que a equipa de José Mota pudesse ter no sentido de repetir a gracinha da temporada passada.
Tirando os 5 minutos iniciais em que a equipa de Matosinhos ainda assustou, depois só deu Porto. Com uma defesa, guarda-redes incluído, segura, meio-campo pressionante, rápido a pensar e a executar, e um ataque sempre em movimento, que contou com a ajuda de dois laterais muito ofensivos, o F.C.Porto mostrou os galões de Tetracampeão e justificou a clara vantagem com que foi para o descanso. Nos corredores do Dragão, ao intervalo, e nas conversas que normalmente acontecem sobre o que foi o jogo, o pessoal mostrava-se satisfeito, tranquilo, não tendo dúvidas em afirmar, que já sentia saudades de uma noite tão calminha. Falava-se também do que iria ser a segunda-parte, do jogo que está à porta para a Champions, do desgaste do jogo das selecções e da possibilidade que o resultado dava para poupar alguns dos jogadores mais desgastados. Se todos achavam que na segunda-metade da partida não iriam continuar a ter Ópera, ninguém esperava que nos segundos 45 minutos, se passasse para o extremo de ter de ouvir só música pimba.


Não teve só a ver com as alterações introduzidas na equipa - saída de Álvaro Pereira e depois R.Meireles. Varela só saiu perto do fim... -, na natural baixa de ritmo, na falta de rotinas dos jogadores que entraram - T.Costa e depois Valeri -, ou na poupança que se justificava, mas com a forma como alguns jogadores começaram a complicar as jogadas, a quererem fazer tudo sózinhos, a correrem com a bola em vez de fazerem correr a bola, a excessiva descontracção, a displicência de alguns - B.Alves leva a bandeira nesse aspecto -, etc, etc. Repito: foi pena que a exibição portista passesse do 80 para o 8. Também se conquista público para os estádios respeitando, durante os 90 minutos, quem lá vai e se como dizia Pedroto: "quem quer Ópera vai ao S.Carlos", também é preciso dizer que para ouvir música pimba há muita gente que prefere ficar em casa. Depois queixem-se que cada vez há menos público nos estádios!

Os solistas:
Helton: bem e concentrado, durante os 90 minutos, foi importante no início do jogo e na segunda-parte, ao evitar dois golos certos.
Fucile: quer à direita quer à esquerda, esteve em bom plano, mas ainda continua a ter aqueles facilitismos que às vezes dão mau resultado.
Rolando: rendimento uniforme durante todo o jogo. Foi dos melhores.
B.Alves: já não tinha gostado do capitão do F.C.Porto nos jogos anteriores, nos jogos da selecção e ontem não gostei nada, mesmo nada, na forma como jogou na etapa complementar. B.Alves, vá saber-se porquê, resolveu jogar, como se diz na gíria, de cadeirão, como grande vedeta. Tenta fintar, aborda os lances com displicência, complica o fácil, enfim, não é o mesmo jogador. Azia por não ter saído? É a altura de seu pai, sempre tão presto a deitar faladura, lhe dar um banhinho de humildade para que volte a ser o jogador que era. Ser capitão do F.C.Porto é um previlégio. Estar no F.C.Porto, que é um fantástico clube também...coitado de quem não for capaz de perceber isso!

Álvaro Pereira: estoura com as teorias do cansaço. Foi em 45 minutos, o melhor em campo, com uma exibição de qualidade superior, sendo responsável por três dos quatro golos portistas.
Fernando: outro que esteve em grande plano e durante os 90 minutos. Um único senão e que já referi no jogo anterior: tem de deixar de fazer aqueles carrinhos perigosos, pois às vezes falha no tempo de entrada e isso tem consequências em faltas e cartões.
R.Meireles: apesar do desgaste, notório, conseguiu levar a água ao moinho e sem ser exuberante, cumpriu.
Belluschi: excelente primeira-parte, dos primeiros a ligar o complicador na segunda.
Varela: igual a Belluschi, mas com a vantagem de ter feito um belíssimo golo, abrindo o caminho para a goleada.
Falcao: mais um golo, o que dá uma execelente média - um por jogo. Foi dos que menos baixou de uma parte para a outra e isso só abona em seu favor.
Hulk: a paragem fê-lo perder ritmo e poder de explosão, mas mesmo assim fez um magnífico jogo, embora tivesse baixado, é natural, na etapa complementar. Marcou o penalti, numa decisão que não sei se tem a ver com o facto de ser ele o marcador - Falcão marcou frente ao Nacional, mas o Incrível não estava -, ou se foi para o moralizar e motivar ainda mais.
T.Costa: entrou para defesa direito e como sempre, entra com grande vontade de mostrar serviço. É louvável, mas torna-o precipitado. É capaz de fazer uma coisa muito bem feita para logo a seguir borrar a pintura... parece que faz de cada um jogo um exame em que tem de ter boa nota...com calma, serenidade e tranquilidade, o rendimento vai melhorar.
Valeri: tinha grandes expectativas de ver o argentino a jogar em condições mais difíceis, pois o jogo frente ao Nacional, reduzido a 9 homens, não deu para ver nada. Nota-se que é bom jogador, que tem bom toque de bola, mas nota-se também, que o ritmo ainda é de tango. A rever lá mais para a frente, até porque entrou no pior período da equipa, mas acredito que vai ser muito importante.
Farías: o tempo que jogou não deu para mostrar muito serviço.

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