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sábado, 19 de setembro de 2009


Mesmo tendo uma elevada cultura de exigência e não gostando de perder nem a feijões, os adeptos do F.C.Porto, na sua grande maioria, foram capazes de reconhecer o bom trabalho da sua equipa em Stamford Bridge frente ao Chelsea. Contra uma equipa que lhe é superior, lidera o campeonato inglês e é das melhores da Europa, o Tetracampeão foi valente, foi determinado, teve atitude e jogou, durante vários momentos do jogo, a um bom nível. Perdeu, mas deu indicações de estar no bom caminho. Mais, deu indicações de estar num processo evolutivo e fez acreditar que esta época, o martírio do período de turbulência que aconteceu por esta altura da temporada anterior não iria acontecer. Puro engano, bastaram apenas 4 dias para se perceber que a equipa não está como se pensava, após Londres e foi uma desilusão. O Porto que se apresentou ontem na "Pedreira" foi uma caricatura, foleira, do Porto de terça-feira: onde houve uma equipa com atitude, valentia, determinação e bom futebol, passou a haver uma equipa abúlica, displicente, desconcentrada, trapalhona e a jogar pouco. Porquê? Os profissionais portistas estão cansados de ganhar a nível interno e só têm motivação para a grande montra do futebol europeu? Não me parece que estejam apenas aí as razões para o insucesso na noite de hoje. Então porque falhou tanto o F.C.Porto na Cidade dos Arcebispos? Falhou fundamentalmente na zona onde se ganham os jogos, o meio-campo, mas também e por consequência desse rendimento abaixo dos mínimos exigíveis do sector intermédio, da péssima prestação do ataque - não, não esqueço a frangalhada de Helton, mas tivesse feito o F.C.Porto um jogo normal, se calhar até dava para ganhar apesar do erro grosseiro do seu guarda-redes. Se a opção por Guarin, atendendo ao excelente jogo que fez frente à equipa orientada por C.Ancelotti, não se questiona, já se questiona dar-lhe a função de médio mais avançado e mais, deixá-lo em campo o jogo todo, quando dos seus pés não saiu qualquer lance capaz de criar roturas e embaraços à defesa arsenalista, com a excepção de um golo fácil desperdiçado na alvorada do jogo. Se Guarin jogou pouco, Meireles jogou menos ainda e cedo deu mostras de um cansaço que não ajudou nada a um rendimento aceitável na zona nevrálgica do terreno. Quando Fernando é o jogador mais esclarecido, mais dinâmico e mais construtivo, do meio-campo, até pode dar para empatar, mas dificilmente dá para ganhar. Porque não jogou ontem Belluschi no lugar de Meireles? Que se passa com o argentino que de titular indiscutível passou a suplente não utilizado? Mesmo com as atenuantes referidas, o ataque portista, com excepção de uns fogachos de Varela, não existiu. Falcao fez o pior jogo com a camisola do F.C.Porto e Hulk, parece demasiado afectado depois da expulsão em Paços de Ferreira e demasiado preocupado com os árbitros - embora num ou outro lance tenha razão, como por exemplo naquele absurdo cartão mostrado por Proença, pede-se muito mais a Givanildo. A Farías, que quase resolvia, não se pode pedir muito mais... A propósito do rendimento do ataque, quero acrescentar o seguinte: depois do período de transferências ter terminado, disse em post, que, infelizmente, não tinha vindo ninguém e que esperava estar enganado na necessidade do plantel precisar de um avançado. Hoje ao ver a solução de emergência - Bruno Alves na frente -, para a equipa tentar marcar, veio-me logo isso ao pensamento...Continuo a desejar estar enganado!

Resumindo: o Braga ganhou bem e mostrou para além da atitude, uma organização de jogo superior ao F.C.Porto. A equipa portista, talvez pelos elogios que recebeu pós Chelsea, foi para a "Pedreira" de facto de gala, não vestiu o fato de macaco, deu-se mal e neste mês de Setembro, onde nada se ganha, mas muito se pode perder, já vai em duas derrotas. Que arrepie caminho e tenha um rendimento uniforme, é o desejo de todos os portistas.

Notas finais: já tinha acontecido em Londres e voltou a acontecer ontem: porque entra a dormir após o intervalo, a equipa de Jesualdo?
Vem aí o Sporting. Espero que o técnico portista encontre as melhores soluções para voltar às vitórias. Não me atrevo a pedir-lhe que seja pró-activo e não reactivo. Seria pedir demasiado a um homem que já deu mostras de ser teimoso e conservador. No F.C.Porto o que é passado, passado está e Braga já passou. No entanto, a esmagadora maioria dos adeptos do F.C.Porto tem bem noção dos graus de exigência. Braga, Sporting e A.Madrid não são o Chelsea em Stamford Bridge...
Uma palavra para as claques do F.C.Porto: quer em Londres quer na "Pedreira", as claques do F.C.Porto merecem todos os elogios. Se quando se portam mal devem ser criticados, quando são importantes no apoio, merecem ser reconhecidos.

Os "finos"

Helton: fez uma grande exibição frente aos ingleses e resolveu deitar faladura. Teve azar e sofreu um golo que não se admite. Espero que tal como a equipa, não ande a passar do 80 para o 8. Ah e bico calado!
A defesa: foi o melhor sector e todos cumpriram. Álvaro Pereira entrou mal e fez penalti, mas recompôs-se e depois jogou bem. Bruno acabou avançado, mas muitas vezes no lado direito o que não deu para perceber...
Do meio-campo e do ataque já falei e Rodríguez ainda mexeu, mas não percebi para onde foi jogar já que na parte final era bolas para a frente e fé em Deus.

Pedro Proença:
penso que ficou um penalti para cada lado por marcar - o já citado lance de Álvaro Pereira e uma mão na área do Braga que Guarin rematou para fora. Na área não há lei da vantagem e por isso Proença devia ter marcado. Dúvidas no lance entre Hulk e João Pereira. Uma vergonha o cartão a Hulk. Mesmo que não houvesse falta, mostrar cartão por simulação...só por efeito de demasiado gel na cabeça!

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