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quarta-feira, 10 de março de 2010


Passadas que estão quase 24 horas sobre o descalabro londrino, mesmo abalado por razões que não têm nada a ver com futebol e muito menos com o descalabro de ontem - quando a cabeça não tem juízo, se abusa, comendo o que não se deve, o corpo é que paga...-, vou procurar com calma, serenidade, sem dramas, com respeito e sem bodes expiatórios, fazer o balanço da época, agora que, só por milagre, estaremos na C.League da próxima temporada - as taças, da Liga e de Portugal, mesmo que as venhamos a conquistar e porque não as valorizo muito, não mudam a minha opinião de que a temporada é negativa -, época em que não conseguimos o principal objectivo, o Penta - ficamos fora da corrida a muitas jornadas do fim, já nem me lembro de quando passamos por uma situação semelhante...? - e na única prova que podiamos fazer uma gracinha e atenuar um pouco essa frustração, falhamos redondamente, saindo de cena sem honra nem glória.

Portanto e como consequência, para mim é o fim de um ciclo, um ciclo que, dirão alguns, tem um ano a mais. Concordo, mas que aconteceu naturalmente e onde todos, ou pelo menos a esmagadora maioria, na altura da decisão, esteve de acordo e aplaudiu. É isso que tentarei explicar, começando em nós os adeptos, que não temos a responsabilidade de decidir, mas lembro que na época passada e ainda o título não estava conquistado, mais em concreto, depois de Manchester, já andava por aí um grande côro a perguntar: " De que está à espera Pinto da Costa para renovar com Jesualdo?" E alguns, é bom lembrá-lo também, deram grandes cambalhotas, esquecendo o que diziam no período crítico, quando das derrotas com este mesmo Arsenal, Dínamo de Kiev e Naval...

Passando pelos dirigentes e aqui em primeiro lugar o máximo responsável, o Presidente, porque ao contrário do que era habitual e se calhar contra a sua intuição, renovou com Jesualdo, compreensivelmente - um técnico Tricampeão, acabado de fazer a dobradinha; a memória de 2004/2005 bem presente, etc. - e ninguém, tendo-se calado na altura, devia vir agora criticar a decisão. Digo-o com a legitimidade de quem, nessa ocasião, deitou água na fervura e disse que enquanto a Liga não estivesse matematicamente conquistada, não fazia sentido falar em renovação de contrato - se forem ler os meus posts dessa altura, isto está lá muito claro...

Terminando em Jesualdo, porque podia ter saído pela porta grande, em glória, com o feito, brilhante, de ser o único técnico do futebol sénior portista a conquistar três campeonatos consecutivos e quando até tinha boas ofertas...Ficou, mesmo tendo mais a perder que a ganhar, acreditou que a qualidade do seu trabalho voltaria dar frutos, a dar vitórias, foi um homem de coragem. Deu-se mal, teve culpas e muitas, no cartório, cometeu muitos erros - sempre lhe apontei a falta de ousadia, o discurso baço, que não motiva, a fraca qualidade do futebol...-, mas tenho todo o respeito pelo homem, pelo profissional e mais, espero que até ao final da época os adeptos portistas tenham o mesmo respeito e consideração, o mesmo que costumam ter, por todos aqueles que servem o melhor clube português com profissionalismo, com dedicação e dando o seu melhor.

Era isto que queria dizer quando falo em fim de ciclo e não arranjar bodes expiatórios. Um grande clube e o F.C.Porto é o melhor clube português, é dirigido de dentro para fora e com hierarquias bem definidas. Se quando ganhamos os primeiros méritos vão para o Líder, Pinto da Costa, também quando perdemos a primeira responsabilidade é do Presidente. É o que penso, é o que sempre pensei, é isto que tenho a certeza, Pinto da Costa assume sem problemas. Não é por causa de um título perdido, uma época perdida, que a minha estima, apreço e respeito pelo responsável máximo azul e branco, sofrerá qualquer beliscadura.

Há outras razões, externas, que nunca me cansei de denunciar, mas essas, se tivessemos um Grande F.C.Porto, não apagariam a Chama do Dragão.

Notas finais: disse em Agosto, no último dia das inscrições e quando não contratamos um avançado, que esperava estar enganado e ele não viesse a fazer falta. Não veio em Agosto e pior, não veio em Janeiro, com a agravante, de, ao envolvermos E.Farías no negócio, que abortou, o argentino ter "morrido" para o resto da época. Não foi apenas por isso que as coisas correram mal, mas é apenas um exemplo de que a culpa não é, nem pode ser, de um homem só.

Enquanto a temporada não terminar e Jesualdo estiver no Dragão, não me vou pronunciar sobre o futuro comando técnico do F.C.Porto, até pelo facto de não saber o que vai acontecer no futuro - fim de ciclo é a minha opinião, mas quem dirige é que decide... -, mas porque já o declarei há tempos atrás, posso repeti-lo, espero sinceramente que não seja Paulo Bento. Seria um fortíssimo abalo.

Quando vejo alguns portistas falarem no Renteria, Candeias, Helder Barbosa, etc., jogadores que quando estavam no clube foram tão atacados e criticados, só posso rir. Tenham dó e não brinquem com coisas sérias.

Nota final: o mandato de Pinto da Costa termina no mês que vem. Espero que o Presidente anuncie rapidamente a recandidatura e apresente um programa para o próximo triénio, em que conste, para além do já prometido Museu, que o F.C.Porto de sucesso, ganhador, desafiador, será para continuar, será sempre a imagem de marca.

PS- Alguém me sabe dizer quando começam as renovações dos lugares anuais?...

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