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quinta-feira, 26 de agosto de 2010


Com a eliminatória quase resolvida e a três dias de um jogo importantíssimo frente ao Rio Ave, em Vila do Conde, André Villas-Boas poupou Belluschi e Varela, abdicou do seu sistema preferido e apresentou uma equipa em 4x4x2 losango. Fernando no vértice mais recuado, Rúben Micael no mais avançado, Souza sobre a direita e J.Moutinho sobre a esquerda, no apoio aos dois avançados, Falcao a actuar do meio para a esquerda e Hulk mais sobre a direita. A defesa foi a dos últimos, apenas com Beto na baliza no lugar de Helton. Tudo se conjugava para que a equipa portista se apresentasse serena, tranquila, controlando, com a naturalidade de ser melhor equipa, os belgas e partisse para uma boa exibição, jogando com o tempo e o resultado do jogo da 1ª mão. Mas isso não aconteceu, ou melhor, não aconteceu sempre. Entrando intranquilo, displicente, desconcentrado, principalmente no centro esquerda da defesa, o conjunto azul e branco deu algumas abébias, errou muitos passes, enervou-se sofreu um golo e permitiu à equipa do Genk fazer umas gracinhas e colocar-se em vantagem. É verdade que houve reacção, é verdade que logo a seguir falhamos um penalty por Hulk e de imediato chegamos ao empate, mas nunca a equipa portista foi dona do jogo, nunca colocou o Genk em sentido, nunca deu a ideia de ter o jogo na mão. Na etapa complementar e com o 2-1, no primeiro golo de Fernando, com a camisola do F.C.Porto, em jogos oficiais, tudo indicava que estava aberto o caminho para o conjunto treinado por André Villas-Boas arrancar para a vitória e para um resto de partida calmo... Puro engano, não foi assim, voltamos a facilitar, tivemos mais um desliza na defesa e 2-2... Valeu que passados três minutos, nova grande penalidade, que desta vez Hulk não desperdiçou, permitiu-nos chegar novamente à vantagem. Com o 3-2 a equipa belga acusou o toque, não reagiu e então sim, partimos para uma meia-hora final de bom nível, com novo golo do "Incrível", um futebol agradável e até podiamos ter dilatado a vantagem, o que talvez fosse injusto para a equipa belga, que fez um jogo interessante no Dragão.

Resumindo; objectivo cumprido. Estamos na Fase de Grupos da Liga Europa com indiscutível mérito e clara superioridade, como o demonstra o "score" de 7-2. A exibição foi intermitente, com alguns bons momentos junto a fases de um futebol que não encantou.

Análise por sectores: na defesa, guarda-redes incluído, Beto sofreu dois golos indefensáveis e não fez mais nada digno de registo. Mais uma vez bem, Sapunaru, a cotar-se como o elo mais forte do sector. Se o romeno foi o elo mais forte, Álvaro - desastrado - foi o mais fraco, mas bem acompanhado pelos centrais, que estiveram mal a passar, a cortar e deram espaços comprometedores. Maicon, logo aos 2 minutos - só não deu golo por acaso - e Rolando no segundo golo do Genk, mais uma vez se mostram intranquilos, funcionaram mal como dupla e não dão tranquilidade. Efeito Otamendi?

Meio-campo: Fernando, mesmo errando um ou outro passe, fez um belo jogo e até marcou um grande golo...! Gostei muito de Souza. Passada larga, boa visão, técnica apurada e uma boa condição física, fazem do médio brasileiro uma excelente contratação e um nome a ter em conta para a linha intermédia portista. Moutinho, esteve bem, sem a exuberância dos últimos jogos. Mal e a mostrar porque não é titular, R.Micael. Não tem ritmo, não está no ponto e com isso emperra, não pensa, nem executa rápido, que era aquilo que fazia e bem na época anterior. Vai ter de esperar, já que Belluschi, hoje à esquerda, ontem à direita, está em excelente forma e justifica a titularidade. Castro, entrou, como sempre, cheio de gás, cheio de vontade de mostrar serviço. Essa sofreguidão fá-lo perder discernimento e não tomar as melhores opções. Já disse, mas repito: quando Castro conseguir juntar a vontade, a garra e o espírito do Dragão, com a serenidade que lhe permitam decidir bem, pode ser muito importante no plantel do F.C.Porto.

Ataque: Falcao não marcou, mas foi o mesmo na generosidade, na entrega e na forma, sempre a sério, como encara todos os jogos.
Varela, coisas boas, com iniciativas interessantes, mas falta-lhe velocidade, explosão, está a pagar o preço de ter querido reaparecer muito depressa. Foi poupado, jogou só trinta e poucos minutos e isso só lhe vai fazer bem.
Hulk, falhou um penalty, mas não se foi a baixo e fez uma grande exibição, coroada com três golos, o primeiro hat-trick ao serviço do F.C.Porto.


FC Porto 4-2 Genk

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