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quinta-feira, 28 de abril de 2011


Eu vi, meus amigos, eu sou um dos 44.719 espectadores que viram ao vivo e a cores, mais uma noite fantástica, inesquecível, para guardar no cantinho das melhores recordações desportivas.
Eu vi, meus amigos, um Porto esmagador, com uma segunda-parte de qualidade superior, do melhor que tenho visto e eu já vi muita coisa linda!
Eu vi, meus caros amigos, um grande espectáculo, digno de uma meia-final de Champions e que reduziu à vulgaridade o Real/Barça de ontem.
Eu vi, meus amigos, muitos e bons jogadores; golos de bandeira; mais uma reviravolta notável; um Falcao do outro mundo e a conseguir um poker para a história.
Mas também vi uma primeira-parte equilibrada, bola cá, bola lá, um Porto tenso, nervoso, precipitado até, talvez a acusar a responsabilidade de um favoritismo enganador.
Vi, também, nos primeiros 45 minutos, um Villarreal de qualidade, criativo e bom de bola a meio-campo, com avançados acima da média, rápidos a aparecerem nas costas dos defesas e em diagonais perigosíssimas.
Na segunda-parte, tudo que vi foi diferente. Só deu Porto. Um Porto de sonho e à procura do sonho, diabólico, esmagador, contundente, demolidor e uma grande equipa, conhecida pelo submarino amarelo, reduzida à vulgaridade de um "barquito fatela" e a meter água por todos os lados.
Mas o que esteve na origem de tamanha mudança? Nada de transcendente... Mais e melhor pressão, médios mais subidos, mais rápidos, a pegarem mais à frente e a servirem melhor o tridente ofensivo. Enquanto o F.C.Porto subia o Villarreal descia, o seu meio-campo teve menos espaço para jogar, deixou de ter tempo para pensar, executar, servir nas melhores condições os avançados e a defesa mais apertada vacilou, abanou e caiu por cinco vezes.

Hulk e Rodríguez, com  ajuda precisosa de Álvaro mais e Sapunaru menos, colocaram o dinamite e o matador do momento, a voar entre os centrais, acendeu o rastilho por quatro vezes, detonou o submarino e recolheu os despojos.

Homem do jogo R.Falcao, numa equipa que nos mata de orgulho. Grande treinador - não me lembro de um treinador que tenha uma percentagem tão grande, em mudar para ganhar. Muitas vezes com substituições, mas também com o discurso, que muda o estado de espírito e faz autênticos milagres.
Dublin está muito próximo, mas não está garantido. Humildade, concentração, muita alma e raça, muito respeito pelo Villarreal, que é, ninguém duvide, uma equipa de grande qualidade. Se for assim, se formos iguais a nós próximos, o sonho de mais uma final será concretizado.

Nota final: estranhei tão poucos adeptos espanhóis no Dragão, mas vim a saber que se enganaram, foram para a Luz e festejaram exuberantemente o golo da sua equipa.

O que disse Villas-Boas:
Pressão alta
«O FC Porto fez uma primeira parte excelente, apenas teve a infelicidade de não ser eficaz na finalização. Na segunda parte, bloqueámos na mesma a construção do Villarreal, tal como no primeiro tempo. É óbvio que, com a defesa subida, sofremos na profundidade, o Nilmar apareceu sozinho uma série de vezes, mas foi um risco que corremos. Desta forma, recuperamos muitas bolas no meio campo adversário. Eles são uma equipa de toque e poderiam criar-nos problemas de outra forma, se não fizéssemos essa pressão.»

Mais eficácia
«Fomos infelizes na quantidade de cruzamentos que tivemos para chegar ao golo. Na segunda parte, mudou a eficácia. Cruzámos, rematámos, roubámos bolas na mesma. Nada mudou na nossa identidade. O factor emocional pesa, a partir do 3-1 o Villarreal deixou de acreditar e nós passamos a acreditar ainda mais.»

Carácter ofensivo
«Somos uma equipa que consegue um número incrível de golos e temos um carácter ofensivo notório. Tanto em casa como fora, acreditamos que podemos chegar ao golo. Sofrer um golo antes do intervalo tem grande impacto. A capacidade de transcendência destes jogadores vai resolvendo as partidas. O carácter dos jogadores foi fundamental para conseguir esta reviravolta na segunda parte.»

«Pensar que isto está feito é um sentimento errado. A euforia vai estar instalada. Se não nos concentrarmos, vai ser muito complicado. Será um desafio mental, de concentração e exigência. Tal como com o Spartak, temos de pensar em eliminar o golo que fizeram aqui. Vamos procurar ser competentes para chegar à final.»

Talento dos jogadores
«Compreendo que o FC Porto seja seguindo em Itália, não só pelo que fez na UEFA Europa League, mas também no campeonato. Somos uma equipa técnica com um talento inacreditável à disposição e são os jogadores que nos levam ao sucesso. No que respeita ao jogo ofensivo, só posso dizer que em Itália conta pouco, apenas importa o resultado. Não serei o homem certo para Itália.»

Desculpas a Garrido
«Pedi desculpa ao treinador do Villarreal por ter ficado incomodado com a comparação com o FC Barcelona, mas não são palavras minhas, são palavras que outros compraram. Tenho o máximo respeito pelo que fizeram nesta época e dou muito valor à sua identidade. O Villarreal tem tudo para estar bem na segunda mão, tal como aconteceu frente ao Nápoles, Leverkusen e Twente. Há que ter o máximo respeito pelos seus jogadores, que estarão revoltados pelo resultado e que darão tudo.»

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