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sexta-feira, 8 de julho de 2011



Miguel Sousa Tavares, no seu artigo de terça-feira, aborda a o facto dos três principais clubes portugueses só terem contratado jogadores estrangeiros. Embora não seja original, muitos outros já o fizeram, por exemplo o jornalista da RR, Pedro Azevedo, aqui, é uma questão pertinente e que merece ser tratada com atenção. Se é verdade que neste mundo cada vez mais globalizado, quase todos os clubes vão por aí, talvez a excepção seja o Barça, também é verdade que no caso de Portugal, a FPF mais e a Liga menos, têm tantas ou maiores responsabilidades que os clubes nesta problemática que, a curto prazo, deixará a selecção sem jogadores de qualidade - quem, quando esta geração acabar? Não podiam limitar, como acontece em alguns países, o número de estrangeiros, não comunitários, obviamente?
Não virá mal ao mundo, dirão aqueles que não se interessam muito pela selecção portuguesa, mas se pensarmos que no caso do F.C.Porto, esta época, a ideia que fica é que estamos a assistir a uma mudança de paradigma, então o caso muda de figura e merece ser abordado. Mesmo não estando totalmente por dentro e por isso, sujeito a errar, vamos lá... Até aqui, no F. C.Porto, os jogadores dos juniores, pelo menos a sua grande maioria, ficavam ligados ao clube e rodavam durante algum tempo para ver a evolução... Esta época foi diferente. A maioria saiu e só ficaram com vínculo uma pequena minoria, aqueles que após uma selecção muito apertada, os técnicos entenderam terem potencial para evoluirem e mais tarde integrarem os seniores. Nos juvenis, disseram-me, então ainda foi pior, só subiram a juniores 3 ou 4 jovens e os restantas, alguns com muitos anos de F.C.Porto, foram à vidinha. Porquê? Crise e em tempos de crise, para podermos ficar com aqueles em quem depositamos mais esperanças e que já são muito cobiçados pelos grandes tubarões do futebol europeu, tivemos que abdicar dos outros? Não compensa investir na formação, sem que haja possibilidades de ter equipas B e com possibilidades de subida à Liga de Honra, onde os jovens que saem dos juniores, possam competir? Maior investimento no Scouting, para termos possibilidades de dar atenção a todo o mundo do futebol, principalmente aos mercados em que temos mais possibilidades, como provam as contratações de Kelvin e Iturbe? Tudo dúvidas para as quais não é fácil ter resposta, mas um plantel cada vez mais estrangeirado faz com que a situação dos jogadores a inscrever  para a Liga Zon Sagres não seja fácil e a coisa piora a nível da UEFA... 
No entanto, se me preocupa que cada vez apareçam menos portugueses no plantel do F.C.Porto, não valorizo muito o facto, de um ou outro que dispensamos, no futuro, apareçam a brilhar em outros clubes. São riscos de quem toma decisões e só quem não toma decisões é que não erra.
É nesse contexto que não choro a saída de Ricardo Ferreira para o Milan, mesmo reconhecendo-lhe valor. Ficaria mais triste se tivesse saído outro Ferreira, o Tiago, a quem auguro um grande futuro. Há anos atrás, um jovem, Coelho, se não estou em erro, que era juvenil do F.C.Porto, saiu para o Inter. Que é feito dele?


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