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sábado, 28 de julho de 2012


De todos os jogos de pré-época, este era o mais difícil, era, como dizia no post anterior, o verdadeiro teste ao actual momento do F.C.Porto, ainda sem os internacionais portugueses a tempo inteiro e no ritmo ideal e a ausência de Hulk, Danilo e Alex Sandro, ao serviço da selecção Olímpica do Brasil. Foi e ainda bem que foi, permitiu mostrar o que está bem, o que está menos bem e o que está mal.

A primeira-parte, foi bem disputada, teve um ritmo aceitável, houve equilíbrio e se o Valência foi mais perigoso, deveu-se, em parte, a várias descompensações do lado direito portista, onde James, muito metido por dentro, raramente ajudou um Miguel Lopes, claramente sem andamento; alguns passes errados em zonas perigosas; e, centrais demasiado subidos, em linha e lentos a recuperar. O F.C.Porto se não foi tão perigoso - a bola na barra de Otamendi foi, em termos de perigo de golo, a excepção -, também foi capaz de pressionar, de se soltar, de ter algumas boas jogadas, mas faltou capacidade de explosão no último terço, tomar as melhores opções na altura de definir, passar ou rematar, a que se juntou um conjunto de passes errados na altura de sair para o contra-ataque.
Em resumo, Valência mais perigoso, F.C.Porto capaz de replicar e resultado que se ajustava, embora se a equipa espanhola fosse para o intervalo em vantagem, não seria uma injustiça.

Na segunda-parte e até aos 65 minutos, altura em que começaram as substituições e na equipa do F.C.Porto, dos que tinham entrado de início, só ficaram Helton e Sereno, tudo muito parecido, apenas em vez do nulo, um excelente golo de Lucho que penalizava o Valência e logo de seguida o empate, que deu justiça ao resultado. Depois e até ao fim, principalmente da parte do conjunto de Vítor Pereira, pouco se viu e em várias ocasiões a equipa ché podia ter chegado à vantagem que lhe assentaria bem. Não chegou, acabaria por vencer o troféu nos penaltis e de forma justa.

Quando digo que foi um bom teste, digo-o porque frente a uma equipa boa, recheada de bons executantes e na máxima força, o F.C.Porto foi capaz de se bater bem, jogar a um nível razoável, aguentar o ritmo, mostrar qualidade. Mas também mostrou lacunas que têm de ser corrigidas, principalmente nas laterais da defesa. Alvaro Pereira viajou, mas foi o único jogador, com excepção dos guarda-redes, que não foi utilizado, o que indicia que não conta muito, deve estar de saída. Assim, com Addy muito verdinho, Sereno muito limitado e Mangala, ao contrário do que se esperava, a não resultar na lateral, como vamos resolver o problema? Na direita, com Danilo como primeira opção e Miguel Lopes como alternativa, estamos melhor, mas o internacional português tem de render muito mais, tem de dar garantias que se Danilo não estiver apto ou jogar a médio, temos gente e isso está muito longe de estar provado. Com Djalma, valha-nos Deus e Sereno, idem.
O meio-campo, com Fernando, Lucho, Moutinho e Defour dá garantias, mas é pouca gente. Se Pedro Moreira já não conta e Castro, apesar de toda a boa vontade e portismo, a não me parecer capaz, temos de arranjar alguém. Na frente, Jackson hoje viu-se pouco, apenas o que já tínhamos visto: bem a receber, a segurar, a passar. Voltou a mostrar pormenores que não enganam, mas falta saber se tem aquele instinto matador que faz a diferença.
Dos jovens, Atsu fez um jogo interessante, Kelvin e Iturbe, atendendo às circunstâncias, entraram no pior período, não podiam fazer muito mais.
Sobre os penaltis apenas digo que foi mau de mais...

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