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quinta-feira, 28 de março de 2013


Quando um portista sensato, esclarecido, militante e que não poupa esforços para acompanhar o F.C.Porto, como é o caso do meu amigo Antas, reclama, mostra um grande desencanto, vacila e dá um grito de revolta, sobre uma questão tão importante, como é o caso do preço dos bilhetes do futebol nos dias de hoje, dias de crise profunda e que a todos afecta, é caso para analisar com atenção, reflectir e fazer qualquer coisa, juntar a minha voz, a todos aqueles que semanalmente sofrem na pele o preço da paixão.
Revoltou-se o Antas com o preço, 20 euros, para ver o Académica - F.C.Porto, preço esse que tem sido quase uma constante em todos os jogos do bi-campeão fora do Dragão. Revoltou-se e bem, digo eu. Vejamos: se por um lado sou sensível e compreendo o argumento dos clubes mais pequenos e que deve ter presidido à atitude dos responsáveis da Briosa em colocar o preço em 20 euros - é nestes jogos que esses clubes têm maiores possibilidades de fazer melhores receitas -, por outro, nos dias que correm, é um exagero. Com um preço mais acessível, por exemplo 10 euros, não estaria mais público em Coimbra? A receita até podia não ser maior, mas não era preferível ter um estádio mais composto? Era, claro que era. 
No entanto, esta questão, importante, repita-se, não pode ser analisada por si só, deve ser enquadrada num conjunto de problemas que afectam o futebol português e que devem ser tratadas ao mais alto nível por Governo, FPF, Liga, detentores dos direitos televisivos e clubes, com os três grandes à cabeça, eles que são quem mais público movimenta. Todos têm de se pôr de acordo e estabelecer consensos sobre os preços máximos a praticar e obrigatoridade de xis bilhetes a preços baixos, sem qualquer possibilidade de haver lugar a espertezas saloias - porque não, logo nos dias seguintes ao sorteio dos campeonatos, uma reunião onde os preços para toda a época e para todos os jogos ficassem estabelecidos e não dependentes da conjuntura do momento posterior? Consensos também sobre os horários dos jogos, evitando ao máximo jogos a dias da semana e mesmo ao fim-de-semana, horas que voltem ao tempo em que o futebol era uma festa, com jogos à tarde - no campeonato com mais público, o alemão, também há muitíssimos interesses televisivos, mas a grande maioria dos jogos, incluindo os dos maiores clubes, são à tarde; dizer claramente ao Governo que menos público, menos bilhetes vendidos, menos receita do IVA, tentando que a taxa a cobrar fosse, não a máxima, mas a intermédia - sim, sei que a Restauração tem tentado, mas o Governo faz orelhas moucas. Mas como a indústria do futebol é uma das poucas que é competitiva a nível europeu e se não for feito nada, a breve prazo teremos um futebol como o Chipre (coitados!), Malta ou Luxemburgo, por exemplo, não custa tentar. O futebol tem muita força!
Ficam aqui algumas ideias, mesmo que não sejam nada de novo e acredite que nos clubes esta questão está na ordem do dia. Mas não faz mal, é mais uma achega, porque há muito a fazer e ou encaramos este assunto de frente e o resolvemos, ou então o futuro do futebol português corre sérios riscos.

Ainda sobre esta matéria, corre uma Petição Pública que já assinei. Não adianta andarmos a queixar-nos e depois, nem os mínimos fazermos.

Notas finais:
Mike e Melga ao lerem no correio manhoso que Jorge Jesus é uma possibilidade para substituir Mourinho no Real Madrid, não conseguiram conter o riso.

Rolando devolvido; Nápoles não vai exercer a opção de compra, foram notícias que se leram e ouviram por aí. Hoje no programa Bola Branca, Cardoso da Silva, empresário do jogador portista, diz aquilo que já se sabia desde que Rolando foi para Itália, isto é, o Nápoles não tem opção de compra.
Este jornalismo à portuguesa é muito curioso: em Itália dizem uma coisa, em Portugal fazem eco e repetem-na, esquecem-se o que logo na altura foi dito sobre o empréstimo.

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