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quinta-feira, 13 de março de 2014


O Nápoles, principalmente enquanto o resultado esteve em 0-0, foi aquilo que se esperava: uma equipa curta, recuada, dando poucos espaços e a iniciativa ao F.C.Porto, tentando depois contra-atacar, aproveitar os erros portistas, um ou outro lance de bola parada para marcar. Na primeira-parte não teve oportunidades, muito porque o F.C.Porto, para além de ter abordado o jogo de forma séria e com a atitude correcta, foi sempre uma equipa coesa, compacta, intensa, bem organizada, com capacidade para colocar dificuldades ao conjunto napolitano, criar chances de golo, marcar um que foi mal invalidado e ter possibilidades para, pelo menos, ter marcado outro, por Jackson, mas que Reina evitou.
Assim e como resumo dos primeiros 45 minutos, podemos dizer que o nulo era lisonjeiro para o Nápoles, penalizava o melhor jogo da equipa de Luís Castro.

Na segunda-parte e no início, o F.C.Porto perdeu rigor, concentração, alguma intensidade, as marcações falharam, os espaços começaram a não ser tão bem ocupados e a equipa italiana podia ter marcado, valeu nessa altura Helton e uma pontinha de sorte. Não marcaram os visitantes, marcou o F.C.Porto, na fase em que menos se adivinhava, embora na altura e tudo somado, não se possa falar em grande injustiça. Em desvantagem, Rafael Benítez mexeu na equipa e na estratégia, adiantou linhas, o Nápoles tornou-se mais perigoso, obrigou o campeão português a sofrer para manter a vantagem. Com os italianos mais ameaçadores que nunca na procura do empate, que podia ter acontecido e não escandalizaria, o F.C.Porto ao mesmo tempo que aguentava as suas balizas invioláveis, procurou sair de trás e também teve oportunidade em que podia ter aumentado a contagem. Não aumentou e tudo somado, vitória justa do conjunto azul e branco, num jogo que parecia de Champions e em que o F.C.Porto foi competente.
Vamos para Nápoles com a melhor das vantagens mínimas, mas não é uma vantagem segura, longe muito longe, disso, principalmente para quem de enfrentar para além do valor do conjunto de Benítez e o inferno de San Paolo. Só um Grande Porto na atitude, na alma, capaz de saber sofrer e ter capacidade e qualidade para assustar, tentando marcar um golo que obrigue os napolitanos a ter de marcar três, pode aspirar seguir em frente.

Grande jogatana de Fernando e Defour, num meio-campo melhor que num passado recente, apesar de Carlos Eduardo que tinha entrado muito bem e estava a fazer de forma perfeita a ligação com o ataque, depois da lesão ter perdido muito fulgor, nunca mais se ter encontrado.
A defesa ainda treme. Os centrais às vezes complicam, têm hesitações que podem custar caro, já os laterais, Danilo melhor na segunda-parte que na primeira, Alex o mais certinho do quarteto. Helton esteve bem, safou-nos em dois lances de golo, mas aquelas reposições... Todos se bateram como verdadeiros Dragões.
Quintero entrou numa altura difícil, era preciso mais manter que aumentar, teve dificuldades em pegar no jogo e Herrera entrou para segurar e queimar tempo.
No ataque Quaresma à Quaresma, jogadas magníficas e outras a irritar a plateia, idem para Varela, sem os atributos do Harry Potter. Ghilas tentou cumprir, mas era preciso atacar sem esquecer de fechar na esquerda e o argelino fez isso.
Jackson fica para o fim. O Cha Cha Cha marcou o golo da vitória e esse golo poder ser decisivo, mas não fez um bom jogo. Trabalhou, lutou, mas parece triste, sem confiança, agarra-se à bola, perde-se em zonas que não deviam ser a sua praia. Precisamos de um Cha mais estimulante.

Uma palavra de apreço para Luís Castro:
No futebol não há milagres, ninguém transforma uma equipa que está descrente, pouco confiante, com problemas graves, jogadores baralhados e psicologicamente por baixo, em pouco mais de uma semana, mas já há algumas diferenças na forma como a equipa funciona e por isso Luís Castro merece que isso seja realçado.
São vitórias em jogos destes que aumento a auto-estima, motivam e mobilizam. Esperemos que em Alvalade as melhorias ainda se consolidem mais.

Notas finais:
O horário era mau, a malta anda um pouco ou muito descrente, a crise não não ajuda nada. Por isso, só estiveram 25.520 espectadores no estádio. Poucos para um jogo desta importância e deste nível... Mas acredito que estamos no bom caminho para que o público do Dragão regresse.

Não devemos embandeirar em arco, mas devemos ficar contentes por derrotar uma grande equipa, recheada de bons jogadores e que na Champions, na fase de grupos e com adversários como Arsenal, Marselha e B.Dortmund, fez 12 pontos e só não seguiu em frente pela diferença de golos. E também porque foi a primeira vitória caseira que esta época conseguimos nas provas europeias.

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