quinta-feira, 14 de setembro de 2017
Sintetizando:
Até ao primeiro golo do Besiktas, jogo equilibrado, mas enquanto o futebol dos turcos saía fluído, com naturalidade, simplicidade e objectividade, o do F.C.Porto saía mais em esforço, atrapalhado, complicado. Depois do golo, excelente reacção portista, empate, Dragões por cima até ao 1-2. Essa nova vantagem do campeão turco foi um golpe duro, F.C.Porto não mais se encontrou como equipa até ao intervalo, apenas quando a bola chegava a Brahimi o Besiktas corria algum perigo. Resultado justo ao intervalo.
Excelente entrada da equipa de Sérgio Conceição na segunda-parte, turcos em dificuldades, boas oportunidades para empatar, resultado que por volta dos 65 minutos seria o que mais se ajustava ao desenrolar do jogo. Não concretizou o F.C.Porto, o técnico turco mexeu, começou a equilibrar, até final os Dragões queriam, mas faltavam pernas e cabeça para mudar o rumo dos acontecimentos. O 1-3 aconteceu quase no fim, está a mais, se a vitória do Besiktas pode ser considerada justa, dois golos de diferença é uma diferença exagerada.
Feita a síntese, mais algumas notas:
Fui surpreendido com a qualidade do Besiktas, acredito que não fui só eu, mas o mesmo terá acontecido com Sérgio Conceição? Não me parece. Acho que o treinador do F.C.Porto acreditou nas suas ideias, nos seus princípios de jogo, com os mesmos jogadores, com aquela que é a sua equipa base, digamos assim, conseguiria contrariar o Besiktas e ganhar - os jogadores não são mecos, o futebol é dinâmica, se cada um fizer o que precisa de ser feito, por exemplo: Brahimi e Corona, interiorizarem, permitirem a entrada do lateral nas costas (e os laterais cumprirem bem essa função), descerem para ajudar, compensarem; um dos avançados pressionar logo a primeira zona de construção; ou os dois médios centro estiverem a bom nível na dupla função de defender e atacar, pode-se jogar com esta equipa e ser tudo diferente. Agora quando isto não funciona e salvo raríssimas excepções, a inspiração esteve ausente, tudo fica mais difícil. Os treinadores podem escolher a melhor táctica e melhor estratégia, ensaiar muitas vezes, mas se depois no campo os jogadores falharem... quero dizer que podíamos jogar em 4x3x3, em 4x4x2 ou até com apenas um homem na frente e tudo ser igual. Não conseguiu, tem responsabilidades, assumiu-as. Não vou individualizar, mas como já dei o lamiré, para mim só Brahimi esteve à altura das exigências, ao seu nível.


Claro que sendo a Champions a principal competição a nível de clubes do futebol mundial, uma montra onde podes valorizar activos e aumentar prestígio, ganhar verbas que te fazem um grande jeito, se não ganhas, se dás uma imagem negativa, perdes duplamente.
Como felizmente ainda temos bem presentes os momentos de glória e as grandes noites europeias, gostaríamos muito que a nossa realidade não fosse esta. Mas analisando com pragmatismo, com a razão e não com a paixão e o coração, é, e não creio estar a exagerar.
Cometemos muitos erros nos últimos anos, estamos a pagar um preço alto, ainda vai demorar até o F.C.Porto voltar a ser na Europa aquilo que já foi e não a há muito tempo.
Portanto, coloquemos todo o enfoque no campeonato. Aí, mesmo não sendo favoritos, mantendo o espírito correcto que temos tido, a comunhão equipa/adeptos que também tem acontecido, podemos ter sucesso que, a acontecer, por tudo, será sempre um feito notável e marcante.
Domingo por volta das 20 horas já começaremos a ter respostas. Vencer num campo difícil e frente a um Rio Ave bom de bola, é o melhor remédio para ultrapassar este mau resultado e manter a chama bem alta.