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quinta-feira, 25 de outubro de 2018


O F.C.Porto podia jogar melhor? Podia... e devia. Mas na Champions League, prova rainha da UEFA e competição entre clubes, mais importante do mundo, mais que jogar bem, importa ganhar. O F.C.Porto ganhou, ganhou com justiça, juntou aos pontos os milhões - só na Fase de Grupos já arrecadou 6,3 milhões de euros -, depois de empatar na Alemanha frente ao Schalke e vencer em casa o Galatasaray, conseguiu derrotar na Rússia, o Lokomotiv, soma 7 pontos, lidera isolado o Grupo D, deu um grande passo em frente para cumprir o objectivo mínimo que é atingir os oitavos-de-final.
Àqueles que tem sempre tendência em desvalorizar os méritos e os sucessos do F.C.Porto, importa dizer que na Champions não há almoços grátis. Ponto.

Entrando com uma equipa de tracção à frente - com tudo o que isso significa nos equilíbrios, compensações e ajudas para que a organização funcione bem e não haja um sector que fique mais exposto - e com Óliver a ter a oportunidade que tanto reclamava e já merecia - Casillas, Maxi, Felipe, Militão e Alex Telles, Danilo e Herrera, Corona, Marega e Brahimi, junto com o espanhol, formaram o onze que iniciou o jogo -, o F.C.Porto começou a dominar, a mostrar que era superior, teve uma posse esmagadora - cerca de 70/30 -, mas apesar disso, na 1ª parte, não conseguiu ter grandes oportunidades, não obrigou o adversário a grande trabalho. É verdade que os portistas marcaram dois golos - Marega de penalty aos 26 minutos e Herrera aos 35 - e sofreram um - Anton Miranchuk aos 38 -, chegaram ao intervalo em vantagem, mas expuseram-se demasiado. Para além do penalty que Manuel Fernandes - um dos dois portugueses do campeão russo. O outro foi Éder, o herói do Euro 2016 -, falhou, muito por mérito de um excelente Casillas, o Lokomotiv teve mais algumas boas oportunidades para marcar. E se teve essas chances, não foi porque tivessem feito muito por isso, foi por alguma desconcentração defensiva dos Dragões - o golo dos moscovitas é uma displicência de Militão -, por algumas perdas de bola em zonas perigosas e com a equipa desequilibrada, por alguma falta de ajuda aos dois laterais da defesa - jogar com Corona de um lado e Brahimi do outro tem essa desvantagem.

Resumindo, se a vantagem ao intervalo premiava o domínio e melhor qualidade de jogo do F.C.Porto, pelas oportunidades que teve e desperdiçou, talvez fosse um castigo que o campeão russo não merecia.

Com o resultado na diferença mínima e tudo em aberto para a 2ª parte; e com o Lokomotiv obrigado a arriscar para se manter vivo na Champions - embora mesmo em desvantagem a equipa de Yuri Semin nunca mostrasse grande vontade de correr grandes riscos; era importante vir do balneário com mais concentração e coesão defensiva, organização, procurar aproveitar os espaços para matar o jogo. E não podia ter começado melhor para os azuis e brancos, a 2ª parte.
Logo no minuto 47, Brahimi fez aquilo que infelizmente faz menos vezes do que seria desejável: recebeu a bola, driblou em progressão, na altura própria soltou-a exemplarmente em Corona, o mexicano ajeitou e com um excelente remate fez o 3º golo. O golo de Tecatito - o talento está lá, pena ser tão irregular...-,  aumentou a vantagem, tranquilizou os portistas, deu um duro golpe nas esperanças dos russos.
Com tudo a seu favor, o F.C.Porto apenas precisava de não relaxar, controlar, evitar que o Lokomotiv regressasse ao jogo. E começou por ser assim.

Durante algum tempo os Dragões tinham bola, trocavam-a bem, estavam confortáveis. E parecia tão fácil que a equipa voltou a facilitar, faltou rigor nas marcações, o Lokomotiv aproveitou os espaços, ameaçou, marcou, felizmente, o árbitro, mal, invalidou, após indicação do assistente. Susto que se repetiu logo a seguir, desta vez foi Alex Telles que tirou o pão da boca a Éder. Era preciso acordar, mexer. Sérgio Conceição aos 69 minutos tirou Corona, meteu André Pereira e como passado pouco tempo os campeões da Rússia ficaram a jogar com 10, foi só gerir, nunca mais a baliza de Casillas correu perigo. Mais tarde, já com Bazoer e Adrián Lopez nos lugares de Óliver e Brahimi, com um pouco mais de critério na hora de finalizar, o F.C.Porto podia ter aumentado a vantagem. Não aumentou, o resultado ficou na diferença de dois golos.

Conclusão, vitória justíssima e por números correctos, uma maior vantagem seria demasiado penalizadora para o Lokomotiv.

Mais uma vez o F.C.Porto voltou a ser feliz em Moscovo. Cinco jogos, cinco vitórias.

Agora é fundamental recuperar, mudar o chip, vem aí um jogo que vai exigir um bom Porto. Mas há alternativas para fazer, sem grandes riscos uma ou outra alteração.
Bazoer, André Pereira e Adrián López, os suplentes ontem utilizados, mais Otávio e Tiquinho Soares que não estavam disponíveis, Sérgio Oliveira que não foi chamado ao jogo e até mesmo João Pedro - Jorge ainda está num patamar abaixo -, têm mostrado capacidade para entrar - não todos ao mesmo tempo, obviamente - e dar conta do recado...

SLB, época 2017/2018: 6 jogos, 6 derrotas, 14 golos sofridos e 1 marcado, pior registo de uma equipa do Pote 1 na história da UEFA Champions League. Como é que os seus adeptos, cartilheiros, paineleiros, recadeiros e afins, se atrevem a falar sobre as fraquezas do Lokomotiv de Moscovo?


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