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sábado, 7 de dezembro de 2019


Sou do tempo em que nós, portistas, não ganhávamos nada, mas os elogios não faltavam. Éramos considerados uns tipos porreiros, finos no trato, fidalgos a receber, uns simpáticos andrades cheios de fair-play.
Depois foi preciso ousar, ir à luta, desbravar caminhos, derrubar obstáculos, enfrentar duras batalhas, vencer guerras. E nós ousamos, fomos à luta, desbravamos caminhos, derrubamos obstáculos, vencemos muitas e duras batalhas, muitas guerras, conseguimos equilibrar as coisas. E ganhamos poder, força, influência, deixamos de ser andrades e passamos a ser Dragões, mais que respeitados, passamos a ser temidos e até odiados. O que se seguiu é conhecido. Enquanto cá dentro os cães ladravam, derrubamos fronteiras, conquistamos a Europa e o Mundo, tornamos-nos um caso de estudo. "Como é possível um clube da 2ª cidade de um país pobre e descaradamente centralista, ter tanto sucesso, bater-se até ganhar aos grandes tubarões do futebol?", perguntavam os experts, espantados com tamanhas façanhas e descaramento.
Só que agora, se por um lado vamos conseguindo uma ou outra proeza nas provas externas que ainda nos mantém num patamar de prestígio que nos deixa orgulhosos, por outro é triste constatar que o F.C.Porto perdeu muita da força, do poder e influência que tinha, deixou de ser respeitado e temido como era no passado recente. E assim, o que vemos? Vemos que todos os dias nos queixamos dos árbitros, do CA, do Meirim e do CD, do Gomes e da FPF, do Proença e da LPFP, da justiça, do governo, do IPDJ, do secretário de estado da juventude e desporto, dos órgãos de comunicação social que não nos respeitam, mas que tratamos com fidalguia, etc. E alguém nos leva a sério, nos liga alguma coisa? Nada. Até gozam connosco. Por isso disse que me cansei de ser uma espécie de D.Quixote a lutar contra moinhos de vento. Como chegamos aqui? Não sei, mas de certeza que a culpa não é minha, apenas na minha condição de sócio e adepto do F.C.Porto, como é óbvio. Como vamos sair daqui? Sem esquecer que é fundamental gerir bem, ter políticas desportivas coerentes e assertivas, bons técnicos, bons jogadores e boas equipas - adeptos está provado que temos -, recuperando o espírito do passado e sem medo enfrentando todos poderes ao mais alto nível. E quem não estiver imbuído deste espírito que saia de cena. Só assim valerá a pena.

A prova provada do que eu disse sobre não termos qualquer poder, força, influência, não nos respeitam e até gozam connosco, é a diferença entre o que se passou em Portimão e no Bessa. Em Portimão, num lance muito duvidoso - o do penálti que deu origem ao 1º golo do F.C.Porto -, em que mesmo após várias repetições não se consegue ver se é ou não braço ou peito na bola, o VAR desse jogo, Vasco Santos, depois do Benfica com o apoio dos freteiros recadeiros, cartilheiros e afins, ter feito pressão, foi obrigado pelo Conselho de Arbitragem a vir pedir desculpas. No jogo do Benfica no Bessa, o 2º golo do Benfica é uma falta clara - o jogador do Boavista até se lesionou no lance, lesão grave, entorse do joelho -, o VAR, Hélder Malheiro, não só não assinalou como não veio pedir desculpas. É uma diferença notória e a culpa não é nossa, como hoje mais uma se provou, os adeptos continuam a dar muito mais do que recebem.

Outro sinal:
Retirado do site da Bola:"paulomar21 08-12-2019 22:54
"Com isto, estes azeiteiros já vão a 4, apesar do Flatulento achar q estão a fazer uma bela campanha nacional e europeia!"
Pergunto: como é possível que o F.C.Porto não tome qualquer posição sobre esta vergonha e pior, não os coloque no seu lugar, permitindo que estejam nas CI de antevisão, façam perguntas e tenham respostas?
Qualquer anão se põe em bicos dos pés às custas do F.C.Porto.

Belenenses SAD 1 - F.C.Porto 1. 
Entrada forte, pressionante, mandona do F.C.Porto, 30 minutos bons, um golo do Belenenses SAD contra a corrente de jogo, um golo dos Dragões que o VAR anulou, meia justiça no golo de Alex Telles. Depois e até ao intervalo já não houve o mesmo Porto.
Má entrada na 2ª parte, melhorias claras após as entradas de Sérgio Oliveira e Nakajima para os lugares de Manafá - como se explica que tenha jogado 63 minutos? Não foi só o que não fez, foi o que estragou - e Loum, domínio total até final, mas à falta de eficácia em duas ou três oportunidades - Belenenses também as teve, numa Marchesín fez um milagre - juntou-se um mal que que repete: passes errados, más definições, cruzamentos para as mãos do guarda-redes, vários jogadores a andarem demasiado com a bola em vez de soltar no pé ou no espaço. E como se fosse pouco, os dois avançados não deram uma para a caixa.

Nota final:
Quando há déficit de talento - quem são os talentos deste F.C.Porto? Quem num lance de génio é capaz de resolver? Corona quando está inspirado? Luis Díaz? Nakajima? -, o colectivo tem de ser muito forte e este colectivo do F.C.Porto ainda está longe de ser.



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