Rumo aos Aliados, por Felisberto Costa

Estou em crer que este FC PORTO, que nasceu desprotegido, desamparado, maltratado e até achincalhado por alguns dos seus próprios apaniguados, e até nem foi assim há tanto tempo, vai chegar à… Avenida dos Aliados, mais concretamente a festejar o título de campeão na varanda da Câmara do Porto.
Um F.C. Porto que Nuno Espírito Santo pegou, onde ninguém queria pegar, que fez de uma equipa esfarrapada num conjunto de individualidades descrentes, uma equipa colectivamente forte e unida, uma equipa que, desde Casillas que só dava frangos; Marcano que só sabia dar abébias; Brahimi, esse Brahimi, que só queria - e por vezes ainda quer - a bola só para ele; que só jogava do meio campo para a frente, mas que agora é o primeiro defensor e recuperador de bolas da equipa; são hoje os expoentes máximos da transformação portista.
Podemos não chegar lá em primeiro, já que as coisas andam a ser feitas por outro lado, portanto, temos que estar atentíssimos, de olho vivo, e, sobretudo, em denunciar logo no momento. Sendo sérios e honestos até os Paixões desta vida são obrigados a actuar em conformidade. Mas, como dizia, senão chegarmos em primeiro, e eu acredito que sim, que vamos ganhar na Luz, que vamos ter novamente uma rave party ás escuras e com direito a t-shirt molhada, o F.C. Porto este ano recomeçou naquilo que é o seu apanágio: a sua luta, raça, coragem e alma!
Como aqui disse uma vez, a equipa é jovem - sim a equipa é jovem, por muito que as estatísticas queiram provar que não o é - e precisava de ter um crescimento sustentado, primeiro, em vitórias,  segundo, em exibições. Exceptuando o jogo (ou os jogos) contra a Juventus, que está num nível altíssimo e que esta equipa ainda não consegue atingir, o FC PORTO foi subindo os parâmetros de exigência para consigo próprio, estando agora numa posição em que mais de 60 a 70% dos próprios portistas não acreditavam! E tal como também o frisei, Nuno Espírito Santo é o obreiro desta equipa. É o mestre deste crescimento! Apenas por 2 vezes fiquei chateado - para não usar outra expressão - com ele, mas se formos a olhar para trás e sermos sinceros, este F.C. Porto traz ao coração dos adeptos algo que já não sentíamos há muitos anos! E goleadas destas quem se lembra?
Como temos cinco dedos em cada mão e nenhum deles é igual, aquando da aquisição definitiva de Óliver, veio logo a terreiro muita gente dizer que 20 milhões era um exagero. E, ironia das ironias, coincidindo com um período, quiçá, de menor fulgor por parte do espanholito, logo as vozes se fizeram ouvir dizendo que NES estava a queimar o rapaz! Bem sei que somos portugueses, calma e paciência são duas palavras que não constam no nosso vocabulário, mas a precipitação é o primeiro passo para o falhanço. Apesar disso, o apoio aos nossos nos jogos em casa e sobretudo fora é louco, é fenomenal, é bem superior àquele que um certo clube da 2ª circular teve há uns dois ou três anos e que era manchete de jornais. Como somos nós e como somos tão pouquinhos, deve ser normal para esta imprensa degenerada, centralista e mal intencionada, que faz da incompetência vítima das circunstâncias, de grafites incógnitos, vandalismo terrorista! Mas voltando á vaca fria, Óliver não é, nem será o nosso Deco. Mas com toda a a certeza deste mundo, é e vai ser o nosso João Moutinho! E quem quiser que continue a discutir os 20 milhões!
Andam para aí a circular blogs portistas onde as vitórias do F.C. Porto são o menos importante. O que conta verdadeiramente para esses, são os relatórios e contas. Não é a bola que entra ou bate na trave. É a comissão deste para aquele, como se não vivessemos num mundo cada vez mais rendido ao dinheiro, que até o país considerado símbolo do comunismo dá milhões e milhões ao… futebol!
São experts na matéria, apesar de jamais terem sido convidados a serem financeiros de um clube qualquer, pelo menos que conste. São aves agoirentas para quem vê em cada número uma falência, um venda colectiva de jogadores. São daqueles que não saltam num golo, mas festejam uma venda de 40 milhões!
Claro que o R&C do nosso clube preocupa, mas como português que sou, algum dia houve um R&C á inglês? Algum dia este país viveu fora de uma crise? Algum dia os portugueses tiveram condições económico/financeiras como os franceses, alemães, ingleses, nórdicos? Algum português vive despreocupado em matéria de dinheiro, excepto, claro, os sabujos que contribuem para este eterno nosso mal-estar?
Com 10 mil milhões de offshores vamos lá ser optimistas!
E agora, que venha o próximo, pois não conseguimos aguentar a espera!

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