S.L.Benfica - F.C.Porto. Podemos perder, não podemos é ter medo de ganhar

É já amanhã o clássico, jogo importantíssimo e que pode deixar tudo na mesma, apenas se terminar empatado, mas caso haja vencedor, essa equipa ficará em muito melhores condições para conquistar o título.
Depois de empatar em casa com o Vitória F.C. e desperdiçar uma oportunidade de ouro para ir à Luz na liderança do campeonato, o F.C.Porto tem na 27ª jornada uma nova possibilidade de desalojar o Benfica do topo da classificação. É um cenário bem mais difícil que na jornada anterior, mas não é nada de não esteja ao alcance do conjunto orientado por Nuno Espírito Santo(NES). Se fizermos uma retrospectiva do que tem sido a época dos dois rivais, concluiremos que os Dragões estão em crescendo, as águias ultimamente têm abanado e de que maneira. Também constataremos que mesmo no seu melhor período, o conjunto de Rui Vitória foi sempre uma equipa que teve dificuldades nos jogos contra adversários com qualidade, capazes de jogar no campo todo, não têm medo, não entram já derrotados. É verdade que o Benfica não perdeu no Dragão, ganhou em casa ao Sporting e ao Borussia Dortmund, mas nesses três exemplos, podia dar outros, a equipa encarnada foi inferior, em muitos períodos desses jogos jogos foi claramente inferior, portou-se como uma equipa pequena. Dito isto, que Benfica amanhã? Um Benfica a querer ganhar e para isso a arriscar, ou um Benfica calculista, na expectativa, a jogar no erro e em contra-ataque? Acho que vai ser um Benfica forte no início do jogo, tentando surpreender, marcar, para depois recuar, fechar-se no meio-campo, aproveitar os riscos que o F.C.Porto terá de correr, para contra-atacar. Nessa perspectiva, atenção às subidas de Nélson Semedo e combinações com Salvio, às diagonais de Mitroglou, ao aparecimento de Jonas no espaço entre linhas. Independentemente de como se desenrolar o jogo, sempre muita atenção também aos lances de bola parada, nesses lances aos agarrões e bloqueios, cuidado especial com as provocações e armadilhas, não podemos ficar em inferioridade numérica em mais um jogo decisivo.
Se estivermos preparados para essas dificuldades e as conseguirmos ultrapassar sem sofrer danos, depois, para além daquilo que temos de ter sempre, atitude, concentração e amanhã, particularmente, coragem, formos uma equipa organizada, equilibrada e consistente, colocarmos em campo aquilo que temos de melhor, como a capacidade para pressionar alto e bem - principalmente a primeira zona de construção, onde o Benfica tem grandes problemas -, estivermos seguros atrás, como tem sido a nossa imagem de marca, juntarmos um meio-campo dinâmico e criativo a um ataque eficaz, poderemos sair da Luz com um resultado que nos permita dar a volta ao campeonato, ficarmos bem posicionados para festejar em Maio.

Resumindo:
Nestes jogos é que se vê quem é quem, quem tem estofo e quem não tem. Nestes jogos não há uma superioridade que garanta um grande favoritismo a nenhuma equipa e portanto podemos perder, não podemos é ter medo de ganhar. É isso que espero no jogo de amanhã. Um Dragão à altura das suas responsabilidades.

Convocados:
Guarda-redes, Casillas e José Sá;
Defesas: Maxi, Felipe, Marcano, Boly e Alex Telles;
Médios: Danilo, Rúben Neves, André André, Óliver, Herrera e Otávio;
Corona, Tiquinho Soares, André Silva, Brahimi e Diogo Jota.

A minha equipa:
Casillas, Maxi, Felipe, Marcano e Alex Telles, Danilo, Óliver e André André, Corona ou André Silva - o ponta-de-lança está moralizado, motivado e confiante pelo jogo que fez na selecção, mas como tem tendência para vir para o meio, a equipa fica mais desequilibrada, obriga a que um médio caia na direita para fechar as subidas do lateral adversário. Com Corona há mais equilíbrio, mas largura, mais criatividade, mas perde-se capacidade de pressão e de luta que André Silva dá -,Tiquinho Soares e Brahimi.

Apoio:
Que os milhares de portistas que vão à Luz tenham uma calma e uma paciência infinita fora do campo - tudo indica que vai ser bem precisa. Lá dentro, sejam aquilo que têm sido, em Portugal e por essa Europa fora: vibrantes, entusiásticos, cantem e apoiem do princípio ao fim.

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