O F.C.Porto precisa de unidade não de tiros nos pés

Nota de abertura:
Quando o Dragão até à morte comemorou um dos primeiros aniversário e o blog já tinha alguma visibilidade, deixei uma espécie de declaração de interesses em que, mais coisa menos coisa, dizia: estarei sempre atento às questões internas, mas guardarei as minhas melhores energias para o combate externo. Penso que tenho conseguido manter o rumo definido, dentro das minhas possibilidades, um blog é uma pequena gota num oceano de comunicação, a luta contra uma comunicação social facciosa, sectária, desonesta, com dois pesos e duas medidas, mas salvo raras excepções, sempre contra o F.C.Porto, tem consumido larga maioria do tempo que perco nesta aventura que já tem mais de 10 anos. E vai continuar a ser essa a minha luta, embora vá depender muito do que acontecer nos tempos mais próximos. Isto é, das explicações que obrigatoriamente o presidente e líder do clube e SAD, Jorge Nuno Pinto da Costa vier dar sobre esta época e principalmente sobre o que vai ser o futuro. Só assim faz sentido. O Dragão até à morte nasceu para somar e não para dividir. Não quero abandonar o barco, mas também não quero andar a lutar contra moinhos de vento.

Feita a introdução, vamos aos concretos.
Durante toda esta época e como já disse num dos posts anteriores, não apenas quando cheirou a título, as claques organizadas e legais do F.C.Porto, Super-Dragões e Colectivo 95, sem esquecer muitos sócios que não pertencem às claques, deram o corpo ao manifesto, fizeram das tripas coração para estarem sempre presentes no apoio à equipa, NES e os seus jogadores, nunca caminharam sozinhos. E apoiaram sempre, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, falta de resultados, nunca baixaram os braços, nunca tiveram comportamentos que ultrapassassem os limites do razoável, resumindo, deram muito mais do que receberam. Isto após quatro épocas sem meter a mão ao prato, muito diferente de contestar tudo e todos, quando e após sucessivos sucessos, se teve uma ou outra época negativa.
Portanto, quando no último jogo em casa e com tudo já definido, uma claque, no caso o Colectivo 95 - os Super-Dragões já fizeram o mesmo e não foi há muito tempo, foi na época passada frente ao Boavista -, tentou mostrar descontentamento, natural em quem deu muito e recebeu tão pouco, não compreendi que os tivessem impedido de mostrar um descontentamento que é mais que legítimo. E se ontem não percebi, hoje ao ler a Newsletter Dragões Diário, em particular na parte que se segue:
«No FC Porto não há censura. Vem isto a propósito de uma faixa que a claque Coletivo 95 ontem quis exibir e os seguranças não permitiram a entrada. E não permitiram porque a faixa era ofensiva para com os nossos jogadores no decurso de um jogo e isso nunca será permitido no nosso estádio. E porque não há censura, aqui fica a frase: “Vocês só nos fazem mal! O espírito de campeão vive apenas nos nossos adeptos”. Quem nos faz mal, muito mal, não são os nossos jogadores, que lutaram como bravos contra forças extra jogo muito prejudiciais. Não perceber isso é não perceber nada do que foi esta temporada, porque nem foi só no campeonato que o FC Porto foi impedido de vencer. Fora do estádio foi exibida apenas uma parte da frase e sobre isso apenas os responsáveis por essa atitude poderão falar.», então é que não percebi mesmo e explico porquê. Dando de barato que a frase era para os jogadores ou apenas dirigida aos jogadores, o que para mim está longe de ser verdade, importa dizer o seguinte:

Não vou questionar a atitude e o carácter dos jogadores do F.C.Porto, nesta época difícil, mas meus amigos, se após mais uma temporada em branco, os meninos não aguentam, amuam, fazem beicinho, ficam, não me toques que me desafinas, por causa de uma tarja uma crítica - não baderna, insultos, murros nos carros, petardos, agressões...-, desculpem lá, não têm estofo para jogar no F.C.Porto. Estes meninos ainda não ganharam nada de Dragão ao peito e ficam incomodados? Eh, pá, digam-lhes que quem ganhou o que eles nunca vão ganhar na vida, passaram por muito pior. E depois disso, aproveitem para logo para ver certas reacções, separarem o trigo do joio. Mais, à luz do que aconteceu ontem no Dragão e depois do que vi no Dragões Diário, do polvo e Liga Salazar, como compatibilizar  com a declaração de parabéns ao Benfica dada pelo treinador Nuno Espírito Santo? Alguém acredita, conhecendo-os como nós conhecemos e qual foi sempre o comportamento deles no passado, que nos dariam os parabéns se o título viesse para o Porto?

Nota final:
O F.C.Porto está a atravessar um momento difícil, precisa de unidade e comprometimento. Os portistas sempre foram exigentes, é natural que quando as coisas não correm bem e os títulos fogem, cometam um ou outro exagero, mas felizmente e até agora, nada que ultrapasse os limites do aceitável. É preciso ter sempre bem presente que o inimigo está lá fora. Por isso dispensamos quem queira ser mais papista que o Papa.

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