Uma nota sobre o treinador do F.C.Porto: como disse um amigo meu, sobre o alegado interesse e saída de Villas-Boas para o Inter, o Carnaval é em Fevereiro e o dia das mentiras em Abril.

Falava-se dos Campeões Europeus de 1987 que o F.C.Porto vai voltar a homenagear na deslocação da equipa portista a Viena, para defrontar o Rapid - já tinhamos feito o mesmo em 2007, para comemorar 20 anos dessa notável conquista - e um amigo perguntou-me quem foi o melhor jogador que vi jogar com a camisola do F.C.Porto. A resposta saiu pronta e sem hesitações, Rabah Madjer.

Vi jogar de Dragão ao peito grandes jogadores, como Pavão, Cubillas, Herédia, A.Oliveira, Fernando Gomes, Deco, João Pinto, António André, Jardel e tantos outros, que seria fastidioso estar a citá-los a todos, mas de todos o que mais me impressionou, mais me maravilhou, mais me espantou, foi o argelino R.Madjer. Um craque, um génio e um verdadeiro artista. Gostava pouco de trabalhar, quando ia para a selecção atrasava-se muitas vezes e com isso levava A.Jorge aos infinitos, mas era completo, bom com os dois pés, rápido, bom jogo de cabeça, uma técnica extraordinária e capaz de fazer coisas inacreditáveis, como o célebre calcanhar de Viena e o chapéu de Tóquio (ver vídeos).

Tive o previlégio de o ver estrear oficialmente - oficiosamente foi na inauguração do terceiro anel do estádio da Luz -, num Belenenses 2 - F.C.Porto 3, época 1985/1986, em que estavamos a perder 1-0, ele fez duas jogadas fantásticas e colocou de bandeja em F.Gomes, para o bi-bota facturar. No fim do jogo olhavamos uns para os outros, admirados, a interrogarmo-nos, como quem diz, quem é este artista?

Depois foram grandes jogos, vitórias históricas e Madjer a querer sair, chegando a ir a Munique assinar contrato com o Bayern à revelia do F.C.Porto. Acabou por ir para o Valência onde nunca mais atingiu o mesmo nível. Não esteve, portanto, muito tempo no F.C.Porto, mas esteve o suficiente para eu dizer que foi o melhor jogador que vi jogar com a camisola azul e branca.