No rescaldo do clássico, gosto de ver os portistas manifestarem um certo desencanto por não terem ganho... É um bom e saudável sinal de inconformismo, um indício de que são exigentes, querem mais, não se conformam com um empate na casa de um rival na luta pelo título... Também não vi, salvo a declaração de Vítor Pereira, acerca do cartão não mostrado a Polga, muitas queixas, nem desculpas com a arbitragem de Proença. Proença que, disse Hulk e eu acredito, gosta e faz tudo para isso, de ser a estrela do espectáculo. Deixemo-lo ser, o homem passa tanto tempo a arranjar-se, a cuidar da imagem, preocupado com o gel na poupinha, que depois tem de brilhar - se a vaidade pagasse imposto, o PP estava feito ao bife... Mas agora que o que não tem remédio, remediado está, é preciso olhar para a frente e tomar decisões.
Se o treinador não conta com Fucile e Sapunaru, prefere adaptar Maicon - tem cumprido totalmente e só por má vontade isso não é reconhecido...- e como chegou Danilo, temos que resolver o problema. 
Não é fácil, reconheço-o. Primeiro, porque não podemos deixar sair ao preço da uva mijona dois internacionais; depois, porque tirando o dinheiro russo ou de um ou outro xeique dono de clube, não há "pasta"; mas, mesmo assim, temos de resolver, como está é que não pode continuar. Esta situação não é boa para ninguém, cria mau estar, desestabiliza, é péssima para a tranquilidade de um grupo que precisa de paz e sossego para trabalhar. O mesmo direi em relação a Varela e pelas mesmas razões. Já não digo o mesmo sobre F.Guarín... O colombiano sempre que esteve disponível foi opção, ao contrário dos anteriormente citados. Mas o grande tema do momento, a grande dor de cabeça do universo azul e branco é a falta do chamado ponta-de-lança, embora eu prefira um avançado que marque golos - Hulk por exemplo, não é um ponta-de-lança, mas marca muitos golos e na época passada até foi o melhor marcador do campeonato. Também esta questão não é fácil e não deve ser abordada com ligeireza. Como contratar por contratar não resolve; como os bons avançados não abundam; quem os tem não abdica deles e quando abdica, quer muito dinheiro, como resolver? Não sei, não conheço os mercados, se temos ou não capacidade para o alvo que, acredito, já deve estar definido - mal seria se assim não fosse! Mas como o tempo urge, vamos acreditar que passado o clássico - por razões óbvias, na semana que passou, a concentração esteve focada no jogo de Alvalade -, começará a sair fumo branco do Dragão. Num sentido e no outro.