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terça-feira, 17 de abril de 2012


Faz hoje 30 anos que Jorge Nuno Pinto da Costa foi eleito Presidente do F.C.Porto. 30 anos é muito tempo, um número redondo e o Dragão até à morte não podia deixar passar esta data sem fazer uma homenagem ao Homem que transformou o F.C.Porto e fez do clube nortenho um dos melhores do futebol europeu. Para não me repetir e como no ano passado já tinha feito uma pequena homenagem ao Líder portista - embora a 23 de Abril, dia em que passavam 29 anos do acto de posse, aqui - , pedi a algumas personalidades do universo do F.C.Porto, mas não só, se estavam disponíveis para dizer alguma coisa sobre Pinto da Costa, no dia em que se comemoram 30 anos da sua eleição para a presidência do F.C.Porto.

Aceitaram o desafio, até ao momento - mais tarde outros depoimentos poderão aparecer... - , a quem desde já agradeço, Rui Moreira, Presidente da ACP, membro do Conselho Consultivo da F.C.Porto, Futebol SAD; Pedro Azevedo, Rádio Renascença e o jornalista de rádio que há mais tempo acompanha o F.C.Porto;  António Simões jornalista da Bola; e um amigo do Presidente que por razões que compreendo, preferiu o anonimato.

Rui Moreira:
«Pediu-,me o Manuel Vila Pouca que escrevesse umas linhas sobre o trigésimo aniversário da chegada à Presidência do FC Porto de Jorge Nuno Pinto da Costa.
Muito haveria para dizer, e muito tem sido dito sobre ele. A sua presidência só tem paralelo, no futebol mundial, com a de Santiago Bernabéu.
Contudo, os tempos são outros, e o FC Porto não é um clube de regime e da capital, como é o Real Madrid. 
Pinto da Costa tem, por isso, um mérito supremo: o de ter transformado um clube popular de uma cidade mal-amada na capital em um clube mundial de grande sucesso, respeitado nas quatro partidas do Mundo, dominador no plano nacional.
Nada disto surgiu por acaso. Tudo foi feito à custa de perspicácia, inteligência, trabalho e muita, muita coragem. Saber tornear as dificuldades, saber negociar pensando sempre no futuro, saber dar um murro na mesa quando é preciso, saber ser generoso com os bons filhos da casa mas despótico perante quem o contesta, saber ridicularizar os maledicentes é, muitas vezes, tão importante como escolher grandes jogadores, bons treinadores ou dirigentes capazes. Jorge Nuno Pinto da Costa continua  a ser, por isso, o maior dos muitos activos do FC Porto.»

Pedro Azevedo:
«Pinto da Costa é o maior nome de sempre do dirigismo desportivo português. E à escala mundial são raros os exemplos que juntam o sucesso à longevidade. O presidente do FC Porto, eleito há 30 anos para o cargo, mudou o rumo do clube e do futebol português. Em três décadas a agulha do desporto rei no nosso país virou a norte. O FC Porto ganhou a hegemonia do futebol nacional com 18 campeonatos (o 19º está muito perto), 12 Taças e 17 Supertaças. Na Europa, o Dragão assumiu com Pinto da Costa o estatuto de clube grande, com presenças consecutivas na Champions e com a conquista de títulos. Duas Taças dos Campeões, duas Taças UEFA (a última já com o nome de Liga Europa), 2 Taças Intercontinentais e uma Supertaça Europeia. Acredito que Pinto da Costa irá bater a marca do lendário Santiago Bernabéu que esteve na presidência do Real Madrid durante 35 anos. E considerarei um crime de lesa-futebol, alguém contar um dia a história, sem admitir uma barreira a dividir em duas partes a linha diacrónica do futebol português. A barreira que separa o antes e após Pinto da Costa»

António Simões:
«A imortalidade é o que a vida dá a quem deixa de ser humano, custe a quem custar, doa a quem doer. Poucos a têm. E, quando a têm, passam a poder ser, mais do que qualquer um de nós, uma frase apenas, tudo o que são. É o caso de Pinto da Costa. Que em 30 anos conseguiu ser o que se pode dizer em menos de 30 palavras: O MAIOR PRESIDENTE DE UM CLUBE EM TODA A HISTÓRIA DO FUTEBOL. (E porque nestas coisas o resto ou é paixão ou é ressaibo, para prová-lo não há melhor do que os títulos que ganhou, tudo o que havia para ganhar, em Portugal e não só. Mais do que qualquer outro. Logo, portanto...) 
PS: Ah! Não sei porquê (ou se calhar sei...): sempre que o vejo, a Pinto da Costa, empolgado nas batalhas que toma, lembro-me de um verso de Gide. É o que diz: «Há muitas coisas que só parecem impossíveis enquanto não tentamos fazê-las»... (E essa sim, é que é a sua arma nuclear...)»

Um amigo do Presidente que preferiu ficar anónimo...:
«Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa
30 anos: duas vidas

Há nomes que ficam para sempre na história e servem de inspiração para quem testemunhou a sua intervenção no Mundo e de referência para as gerações futuras. Alguns são unânimes, outros menos consensuais mas, ainda assim, inequivocamente marcantes. Podemos dizer que as actividades em apreço não seriam as mesmas sem a sua presença eficiente e visionária.
Estamos a falar de um elenco mais ou menos alargado. A extensão da lista tem relação directa com a cultura, religião ou paixão individual, mas inclui figuras transversais que justificam o interesse e a veneração de seguidores e o respeito e reconhecimento de adversários e opositores. No essencial, ninguém lhes fica indiferente.

Figuras como Ghandi, João Paulo II e Nelson Mandela e tantos outros marcaram o planeta. Pelo que fizeram mas, acima de tudo, pelo que representam. Na política, na cultura, na religião, na modernidade, no desporto. A sua ambição, a forma como souberam pensar nos outros na hora de assumir as suas próprias convicções e a dedicação intransigente devem servir de coordernadas para a maioria.
Jorge Nuno Pinto da Costa está na lista de referências de muita gente. Portistas, desportistas, cidadãos, empresários, empreendedores. Todos o olham com respeito e respeitam o trabalho que desenvolveu e continua a desenvolver. É impossível ficar indiferente; não é racional ignorar o seu percurso; só faz sentido associar o seu nome ao impacto mundial que o FC Porto gera.
São nomes assim que criam e suportam a história. Não pensam em si, pensam no bem comum. De um povo, de uma região, de uma religião, de um clube, de uma empresa. Quem convive com eles ou partilha momentos na defesa das causas só pode sentir-se honrado. Hoje e sempre.»


Na impossibilidade de ouvir D.Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas, portista ilustre, cidadão sem medo e uma referência, ficam as declarações de D.Januário, sobre o Presidente do F.C.Porto e que publiquei há anos atrás:
« Rigor, qualidade, escolha acertada, diálogo, participação, nós nunca vemos jogadores revoltados contra o F.C.Porto, como vemos noutros clubes. Nós não vemos campanhas a favor, mas, sempre contra o chamado inimigo exterior...e se às vezes julgaram que J.N.P. da Costa tinha um discurso muito ácido, conforme dizem, têm de colocar-se no contexto da cidade do Porto, que nunca foi respeitada em comparação com Lisboa, que tem todas as condições, ao passo que o Norte é o filho bastardo.»

Algumas entrevistas de Jorge Nuno Pinto da Costa publicadas no Dragão até à morte:
Ao JN;  

Porque hoje é terça-feira...

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