segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Que Duarte Gomes é um artista e na época passada não viu um flagrantíssimo penalty sobre Belluschi, mas marcou três, em 12 minutos, a favor do Benfica; sim, eu sei que ele estava a três metros do lance, na clara falta sobre Kléber e não pode dizer que não viu; sim, eu sei que se fossem em jogos dos nossos rivais iria dar falatório para muito tempo; sim, eu sei que se amanhã formos nós os beneficiados de um lance semelhante, vai ser uma gritaria; sim, eu sei que o Gil Vicente fez anti-jogo e o relvado não estava nas melhores condições; apesar de tudo isso, foi por culpa nossa que não ganhamos. Não ganhamos porque não entramos com o espírito correcto no jogo, não tivemos alma, não fomos Porto, com tudo o que isso significa e nem vale a pena repetir; não tivemos qualidade suficiente e quando é assim, nada de desculpas tão típicas em outras latitudes e por nós apelidadas de chorinhas, queixinhas, calimeras. Mas se os dois pontos se perderam, frente a um Gil muito fraquinho, apesar de um guarda-redes inspirado, até pode acabar por ser bom - as vitórias, muitas vezes, escondem os defeitos e os erros, fazem esquecer coisas que estão mal -, se formos capazes de reflectir, dirigentes, técnicos, jogadores e perceber o que tem de ser alterado e melhorado. Os tempos estão difíceis não sabemos o que vai acontecer até ao fim do mês, mas o jogo de ontem mostrou e deixo apenas esta nota, que se precisarmos de mudar e passar a ter dois pontas-de-lança na frente, Kléber não é alternativa para jogar ao lado de Jackson, esse sim, um ponta-de-lança de qualidade e que pode fazer a diferença.
Ia dizer mais algumas coisas, mas recebi um e-mail de um amigo e como subscrevo o que lá vem... Pela clareza, objectividade, equilíbrio, espírito construtivo e porque dois amigos, muito portistas, até podem ter visões diferentes sobre treinadores, jogadores - Iturbe é um exemplo....- ou actos de gestão, mas falar do F.C.Porto para somar e não para dividir, o e-mail do meu amigo João Carlos Ribeiro:
«A propósito do jogo de hoje, mas também do muito que nos tempos que correm rodeia o futebol, gostaria de partilhar convosco algumas reflexões. Declaração de interesses - Como sabem não sou fã nem,se dependesse de mim, teria mantido VP no posto que hoje ocupa. Dito isto, aqui vai: Quando leio as análises que em portugal se fazem aos jogos dos clubes grandes,sejam elas realizadas por jornalistas encartados nos mais prestigiados media, sejam feitas por adeptos mais ou menos esclarecidos nos "forae" que hoje abundam, tertúlias e/ou às mesas do café, dou por mim a pensar que somos demasiados lineares no diagnóstico. Sempre que os clubes grandes não vencem a responsabilidade ou é do treinador ou do àrbitro. E ninguém foge muito a estas “certezas”. Uns por cegueira clubística,o caso mais evidente e grave é o dos jornaleiros afectos ao slb que fazem de desculpas cada vez mais esfarrapadas a razão dos repetidos insucessos . Outros por incapacidade de análise. E desta limitação tanto padece o anónimo adepto como o vaidoso notável . Ora, este histórico de análises superficiais e incompetentes coloca os principais actores futebolísticos sob a mira dos snipers da opinião publicada sempre que as suas equipas não vencem. Já agora, e a propósito do que acabo de escrever, alguém notou significativa diferença entre a exibição realizada frente à AAC e a que hoje fizemos diante do GVIC?? Eu não, mas o que é certo é que o tom e o conteúdos dos comentários dos adeptos portistas , dos jornalistas , bem como, dos paineleiros do costume foi bem diferente. E ao sê-lo perdem, aos meus olhos pelo menos, credibilidade e até legitimidade. Comentar em função do resultado é fácil e revelador de grosseira desonestidade intelectual.

Por isso e porque creio ardentemente na capacidade de quem nos dirige peço que :
- Definam o plantel a breve trecho;
- Preencham as lacunas que hoje se verificam, bem como, as que por força do funcionamento mercado se venham a verificar, com jogadores de qualidade. Não confundir com jogadores caros e hiper-inflaccionados;
- Resolvam a situação dos jogadores que treinam à margem do plantel;
- Criem as condições necessárias ao aproveitamento de jogadores de características tão raras, mas tb tão sui-generis, como Iturbe;
- Vendam quem não estiver de corpo e alma no clube.
Isto feito, estaremos em condições de exigir ao treinador aquilo que hoje (ainda) não é possível exigir. Ou seja, vitórias e boas exibições!»
Isto feito, estaremos em condições de exigir ao treinador aquilo que hoje (ainda) não é possível exigir. Ou seja, vitórias e boas exibições!»
Não ao pessimismo, alarmismo, catastrofismo. Porto sempre e para sempre. A ganhar, empatar ou perder.