terça-feira, 21 de maio de 2013
Todos os que passam pelo Dragão até à morte sabem perfeitamente qual foi o meu posicionamento em relação a Vítor Pereira nestes dois anos que o treinador leva de F.C.Porto. Está em variadíssimos posts e basta colocar o nome do treinador na barra de pesquisa que ficam a saber tudo o que disse sobre o técnico bi-campeão. Sendo assim, não vou recuar aos primeiros tempos de Vítor Pereira como técnico principal do F.C.Porto; nem às dificuldades de ter de substituir um treinador que tinha ganho tudo e que abandonou a cadeira de sonho a oito dias de começar a época; nem ao tempo que Vítor Pereira teve a tarefa hercúlea de lidar com vedetas de ego inchadíssimo que queriam sair e depois se sentiram orfãos do seu mentor, André Villas-Boas - curiosamente, tirando C.Rodríguez que ía jogando uns bocaditos e ganhou alguma coisa, o que ganharam os outros? - e em vez de ajudarem quem vinha de novo e tinha uma tarefa gigantesca pela frente, resolveram ter comportamentos vergonhosos, alguns, porque já é passado, nem vale a pena recordar. Também já dei para o peditório do Iturbe, não são uns fogachos e de vez em quando, que me fazem mudar de opinião. Vou falar desta época, época em que a qualidade exibicional melhorou bastante e tivemos alguns jogos muito conseguidos. Pelo grau de dificuldade, cito em particular os da Champions, frente ao PSG e ao Málaga no Dragão.
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Meus caros amigos, até há dias tive a sensação que independentemente de conquistar ou não o título, Vítor Pereira saía. Fiquei com essa sensação após a eliminatória frente ao Málaga. Porquê? Por o seguinte: é verdade que os mínimos foram conseguidos e apesar do sonho, temos de ser realistas, ninguém exigia ganhar a Champions. No entanto, quando saiu o Málaga e depois da nossa superioridade no jogo da 1ª mão, as aspirações, legítimas, eram de seguir em frente. Não conseguimos e para mim, nesse momento importante da época, na altura que podia dar um grande passo em frente, Vítor Pereira ficou a marcar passo. Faltou liderança na abordagem ao jogo da Andaluzia, apesar de atenuantes - lesão de Moutinho, um jogador nuclear; James estar muito abaixo das suas capacidades e estar a regressar de uma lesão grave; e Defour ter sido expulso. Porque digo isto? Simples: depois do jogo frente ao Estoril, antes de Málaga, que ganhámos 2-0, resultado conseguido nos primeiros 13 minutos, houve sinais claros de abaixamento notório, relaxamento, uma abordagem ao resto do tempo de jogo errada. E o que fez Vítor Pereira? Em vez de dar um murro na mesa, alertar, dizer que a jogar assim, seríamos eliminados, não fez nada disso, encolheu-se, falou em poupança. Na altura aqui e aqui, senti o perigo, deixei indícios de preocupação, infelizmente estava certo. Um treinador tem que ter uma relação cordial, amiga e de apoio aos seus jogadores, mas há momentos que, até para bem deles, tem de ser duro.
Neste momento, as sensações já são diferentes, acho que Vítor Pereira vai ficar. Nunca será um treinador com o carisma, nem com um discurso motivador, mobilizador, galvanizador de outros que já passaram pelo F.C.Porto. Mas é um profissional sério, trabalhador, competente e um portista como nós. Se sair desejo-lhe as maiores felicidades e que tenha todo o sucesso no clube para onde for. Se ficar, cá estarei, com respeito, objectividade e de forma construtiva a elogiar ou a criticar, conforme o caso.
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- Ó Miguel, se fossem todos como tu, bem tínhamos desistido antes do tempo e estes dois últimos títulos tinham ido para o galheiro.