Sem margem para errar, principalmente depois da vitória do Benfica em Paços de Ferreira e num campo tradicionalmente difícil, o F.C.Porto venceu com toda a justiça, num batatal impróprio para jogar futebol, quanto mais bom futebol.

Uma bela primeira-parte do F.C.Porto, com vantagem mínima, golo de Varela, após muito bom cruzamento de Herrera. Entrada forte, boa dinâmica, boa movimentação, boa organização, razoável qualidade de jogo, apesar do péssimo estado do terreno, faltou mais contundência no último terço do campo e eficácia na zona de finalização, para que a vantagem do tri-campeão fosse mais dilatada, o que se justificaria pelo domínio total do conjunto de Paulo Fonseca. De negativo, apenas a assinalar uma desconcentração na marcação de um livre a meio-campo, defesa portista parada e Brito sozinho frente a Helton a criar muito perigo. Valeu a boa cobertura do capitão portista e da recuperação de Abdoulaye quando a bola ia para a baliza.

Na segunda-parte, tirando a falta de comunicação entre Helton e o central senegalês regressado do Vitória de Guimarães e que podia ter custado caro, em lance acontecido no 1º minuto da etapa complementar e golo do Gil, numa falha inacreditável de quase toda a defesa, o F.C.Porto sem jogar tão bem como nos 45 minutos iniciais, foi sempre melhor, merecia claramente um resultado mais dilatado. A equipa de Paulo Fonseca teve sempre o domínio, foi sempre mais forte, chegou ao 2-0 num excelente golo de Varela - o Drogba da Caparica arrancou ainda no seu meio-campo, passou por vários adversários e marcou já bem dentro da área - e apesar de ter sofrido o golo passados apenas 2 minutos após ter aumentado a vantagem - golo injusto e contra a corrente do jogo -, podia depois disso e teve várias oportunidades para o conseguir, dar outro colorido ao resultado. Não marcou, a diferença mínima manteve-se e de certa forma, isso obrigou a alguns cuidados que permitiram segurar a vantagem e que nunca o golo do empate estivesse à vista. Paciência, o mais importante foi conseguido. Não fora esse facto, estou convencido que o galo teria sido muito mais bem cozinhado.

Notas finais: 
Herrera fez um grande jogo, conquistou a posição 8 - Falta apenas definir o lugar 10, Carlos Eduardo ou Josué que hoje cumpriu. Varela também fez um belo jogo, marcou dois golos, ainda podia ter marcado mais outros dois e sofreu falta para penalty. Também gostei de Jackson, Fernando e Danilo. Gostei menos de Alex Sandro, dos centrais - às vezes parecem apostados em complicar - e Quaresma. Licá foi generoso, Ghilas entrou sem tempo para nada e Helton, sem culpas no golo,  não teve muito que fazer, fez bem o que era preciso.

Ganhamos fora, o que não tem acontecido com a frequência desejada. É este o espírito que temos de manter até ao último jogo. Fazer a nossa obrigação, continuar a pressionar. As contas fazem-se no fim.

Há semanas atrás e no último minuto do tempo de descontos, Bruno Paixão marcou um penalty contra o Gil, jogo frente ao Benfica, num lance muito duvidoso. Hoje, um penalty claríssimo de Adriano sobre Varela, não foi assinalado por Paulo Baptista. Fica o registo para memória futura.