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sábado, 1 de março de 2014


Como acontece sempre que saem os relatórios, sejam positivos ou negativos, digo sempre a mesma coisa: Os R&C são públicos, trazem lá tudo, como não sou um especialista deixo para quem for e quiser falar do assunto. Mas quem quiser falar deve fazê-lo de uma forma clara, objectiva, conhecedora, dizendo o que está bem ou mal, o que é preciso fazer, os problemas que eventualmente possamos ter, até com o fair-play financeiro, etc. E não, 30 milhões?! Estamos feitos, vem aí o dilúvio, para onde vai o dinheiro, enfim, a conversa de sempre de alguns que se deixam impressionar muito facilmente.
Pedi ao meu amigo RPA que desse uma vista de olhos e dissesse alguma coisa. Ele que é muito bom moço, aceitou o pedido e resumiu a análise assim:
«Depois dos 12,4ME à passagem do 1ºT e como não houve qualquer venda no 2ºT (não é sequer período de transferências) o R. Líquido só poderia apresentar um aumento notório por altura do 2ºT. 

 São 29,2ME a 31/12/2013. Nada de surpreendente.   

Destaque interessante: Passivo ligeiramente inferior.  

As Vendas de James e Moutinho são do exercício anterior. Neste, apenas a venda de Atsu. Otamendi só entra nas contas do próximo Trimestre.  

Receitas provenientes da UEFA, evidentemente inferiores ao ano transacto. Restantes rubricas (Bilheteira, Publicidade/Sponsors, D.Televisivos, Corporate, Merchandising), cresceram.

De referir que as contas de um clube de futebol só são passíveis e possíveis de serem analisadas e/ou comparadas com outros clubes, de forma totalmente correta e justa, no seu término, dada a sazonalidade de certas rubricas (Transferências). E como as Transferências são a fatia principal, e não tendo sido nenhuma relevante efectuada nestes primeiros 6 meses... naturalmente apenas no 4ºT (Contas finais do exercício, 30/6/2014) as contas a apresentar serão tendencialmente positivas (caso decidam vender até final desse período).  

Sendo assim, as próximas a sair (referentes aos primeiros 9 meses – 31/3/2014) continuarão negativas, ainda agravadas. Provavelmente na casa dos 30ME...  

Curiosidade: - Estamos há cerca de 6 meses com Capital Próprio negativo (21,6ME neste momento). 

Os nossos rivais: Vermelhos, há 2 anos e meio com Capital Próprio negativo (38,9ME atualmente); Verdes, são necessários os dedos de duas mãos para contar os anos (115,7ME). Sabemos, no entanto, que o Delgado não irá poupar esforços afirmando que as nossas contas estão péssimas, em contraponto com as do seu clube, que estão boas, e as dos Verdes a caminho da perfeição.»

Eu, olhando por alto e sem os conhecimentos do RPA, digo o seguinte:
Entre outras coisas, é óbvio que vamos ter de vender, aliás como temos de vender sempre e já lá vão muitos anos. Para não me repetir... vejam aqui o que penso sobre o modelo de gestão - já nessa altura vinha aí o caos!
Porque também existe quem associe as duas coisas, resultados negativos e saída de Angelino Ferreira, fica o meu bitaite:
Saiu o Administrador Financeiro porque queria transferir já em Janeiro, Mangala e Fernando, não lhe foi feita a vontade e foi a gota de água? E se foi assim, fizemos mal ou bem?
Para mim, bem, deixar sair agora dois dos melhores jogadores, seria baixar drasticamente as expectativas, praticamente desistir e então é que não havia nada que salvasse esta parte final da época.

Saiu Angelino Ferreira porque entende que devemos a partir da próxima época alterar o modelo de gestão desportiva, colocar a fasquia bem mais baixa, não contratando e formando o plantel com gente da equipa B para baixar muito os custos e essa não é a vontade do Presidente? E se foi assim, estamos a fazer bem ou mal?
A minha resposta está aqui e mesmo nestes tempos difíceis, não vejo que seja preciso alterações radicais.

Resumindo e concluindo:
Caprichar nas compras, ter um timoneiro capaz de fazer crescer e valorizar activos e conseguir bons resultados nas provas europeias, particularmente na Champions e vender bem, continua ser a única possibilidade para clubes como o F.C.Porto.

PS - Através do R&C ficamos a saber que o Benfica pagou quase um milhão de euros ao F.C.Porto pelos direitos que o clube nortenho detinha sobre Miklos Feher.
Seria redutor analisar a política de comunicação do F.C.Porto à luz de apenas um facto - já tenho dito e repetido até à exaustão, que este Porto silencioso, cheio de espírito cristão, que não reage a nada, mesmo que agora tenha meios como nunca teve e permite que a propaganda diga o que quer, transforme branco em preto, azul em vermelho ou verde, me irrita solenemente... -, mas que diabo, uma notícia dessas não devia ter sido tornada pública, mostrando aos portistas que defendemos os nossos direitos e quem não os respeitar, tem de pagar? Se fosse ao contrário o que teria acontecido? O Benfica colocaria logo a máquina a funcionar, seria mais uma vitória do clube do regime contra os "malandros lá de cima", um sinal que as coisas estão a mudar. Para além disso o assunto daria para capas do lixo da manhã e rascord, o panfleto da queimada teria orgasmos múltiplos, o orelhas que apresenta o Telejornal faria o seu piscar de olho maroto, o benfiquista de Paredes abriria ou mandaria abrir o Jornal da Tarde com a notícia, o gordo derretia-se todo e emagrecia uns quilos, o anão ficava mais alto, o mãozinhas ficava em lágrimas, o senador pateta fazia o pino e finalmente, ficaríamos a saber se a vai formosa, mas não segura, era pinha ou pinhão. E o F.C.Porto nem tuge nem muge? Quem é o mentor desta política de comunicação que castra a paixão e a emoção? Depois falam em pipoqueiros...

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