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sábado, 15 de novembro de 2014


Se recuarmos até 1982, início do consulado de Jorge Nuno Pinto da Costa à frente dos destinos, primeiro do Clube e depois do Clube+SAD, verificamos que todos os treinadores que se sentaram na cadeira de sonho, mesmo os mais ganhadores, tiveram os seus problemas, os seus momentos negativos e de contestação, foram criticados e assobiados, embora uns mais que outros - Pedroto, para mim, o maior, foi; treinadores que fizeram história, como Artur Jorge, Ivic, José Mourinho, André Villas-Boas, porque ganharam praticamente tudo, também tiveram momentos complicados, sendo Ivic talvez o mais injustiçado. Em parte pelo facto de Ivic ter dito que Fernando Gomes era finito e não ter o Bi-Bota como clara primeira opção. Também porque o falecido técnico croata que ganhou quase tudo, desde Campeonato e Taça, Supertaça Europeia e Taça Intercontinental; foi eliminado nos pormenores na Taça dos Campeões e por um Real Madrid cheio de vedetas, após ter perdido ingloriamente em Valência e nas Antas, por 2-1, depois de estar em vantagem nos dois jogos, no de Espanha até 5 minutos do fim; era considerado defensivo. Defensivo apesar do F.C.Porto com ele no banco ter marcado 88 golos em 38 jogos, média de 2,3 e sofrido apenas 15, média de 0,39; ter apenas uma derrota e gamado à má fila em Alvalade; ter acabado com uma vantagem de 15 pontos para o segundo, com as vitórias a valerem apenas 2 pontos, o que significariam agora 25, a maior de todas as vantagens num título portista. Se Ivic foi o mais injustiçado, Artur Jorge, o treinador que colocou o F.C.Porto no mais alto patamar do futebol europeu, começou a ser contestado ainda não tinha iniciado o seu trabalho - muitos queriam a continuidade do falecido António Morais, fiel adjunto de Pedroto ou um treinador com outro perfil, mais experiente, por exemplo -, foi colocado em causa quando o F.C.Porto foi escandalosamente eliminado pelos galeses do Wrexham que pertenciam à quarta-divisão inglesa, isto depois de na época anterior o F.C.Porto ter sido finalista da antiga Taça das Taças. Ficou e após a eliminação da prova europeia arrancou para um época extraordinária, colocando a equipa a jogar um futebol de sonho, mas perdeu a final da Taça de Portugal e a temporada 1985/1986 foi bastante atribulada, com o título a surgir quando já muito poucos acreditavam e só na última jornada. Na seguinte, a histórica 1986/1987, com um plantel de sonho, o melhor de todos os tempos para mim, foi Campeão Europeu, mas perdeu o campeonato. Saiu porque a proposta do Matra Racing era fabulosa, por graves problemas pessoais, mas porque já não tinha muita margem de tolerância, mesmo com o retumbante sucesso de Viena. 
Este pequeno resumo da história do F.C.Porto sob a liderança de Pinto da Costa, serve para o seguinte: como o Líder por norma não despede treinadores antes do final da época - apenas Ivic na segunda passagem pelo F.C.Porto, porque havia Robson à mão, Víctor Fernández e Octávio foram excepções -, os que tiveram estofo e aguentaram, foram campeões. Os que não tiveram estaleca e abandonaram antes do tempo, podiam ter sido ou não. Julen Lopetegui também está a ser criticado, já foi contestado, muito assobiado, com todos os limites  a serem ultrapassados no jogo do Dragão frente ao Athletic Bilbao. Mas como não acredito que o treinador basco seja daqueles que desiste ou cede às pressões, tem um contrato de 3 anos e a confiança de quem manda, estou convicto que vai levar a água ao moinho, ganhar, deixar marca.

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