domingo, 18 de janeiro de 2015
Num terreno lastimável, impróprio para jogar futebol, o F.C.Porto foi sério, teve atitude, carácter, espírito de sacrifício, alguns momentos de muito bom futebol, teve jogadores em grande plano, venceu com todo o mérito, mostrou que está aí. Temos de continuar por este caminho. Os cães ladram, mas os Dragões nunca atiram a toalha, nunca desistem.
Ontem o director, entre aspas, do panfleto da queimada, manifestou-se incomodado por a FPF, na Gala do Centenário, ter esquecido Cândido de Oliveira e Vítor Santos, dois jornalistas - Cândido de Oliveira foi muito mais que isso...- que, para Serpa, tiveram um papel importante no desolvimento e divulgação do futebol - ver aqui. O pastel de belém termina o artigo distinguindo a injustiça feita aos dois citados jornalistas, dos "despeitados que a si próprios se acham celebridades, sem, de facto, o serem". Este artigo faz-me voltar a um tema que me é caro: jornalistas ou jornalismo versus comerciantes ou comércio de papel. Começando pelo fim, seria pedir muito ao cobarde do Serpa que dissesse um nome, apenas um, dos tais despeitados e portanto, assunto arrumado. Mas tem razão o director, entre aspas da Bola, quando distingue a diferença entre Cândido de Oliveira e também, embora menos, Vítor Santos, do jornalismo de agora e de que ele é um dos melhores e mais paradigmáticos exemplos.
Um jornalista tem ética, deontologia, rigor, equilíbrio e equidistância, destaca quem merece, não extrapola, branqueia ou omite ao sabor das conveniências. O comerciante de papel não faz nada disso. Se entre um grande feito de um clube com menos possíveis compradores de papel e a chegada de um toco de vassoura para o clube que tem mais compradores, o comerciante de papel manda às malvas a ética, deontologia, rigor, isenção, etc., destaca o toco de vassoura, ignorando quem merecia destaque. Se esta realidade já não é fácil de engolir, quando o comerciante de papel usa a má-fé, a desonestidade para distorcer ou condicionar, visando ajudar quem lhe garante maiores tiragens, então é muito pior. Podia dar muitos exemplos, nesta matéria como em muitas outras, o panfleto da queimada é um manancial, mas dou apenas dois e bem simples, tão simples que todos perceberão, até os benfiquistas que devem muito à inteligência e que constantemente me vêm insultar, com comentários que de tão ridículos até dão vontade de rir.
Época 2011/2012, Benfica 2 - F.C.Porto 3, destaque de capa do panfleto: "Fora-de-jogo". Na mesma época, Gil Vicente 3 - F.C.Porto 1, destaque: "Galo amigo da águia". No primeiro caso vamos dar de barato que a arbitragem de Pedro Proença só se resumiu a esse lance, o clube do regime foi prejudicado, o panfleto destaca o prejuízo. No segundo caso, arbitragem escandalosa de Bruno Paixão em prejuízo do F.C.Porto, onde está o mesmo destaque? Pois é, não convinha, era mau para o negócio. Como disse anteriormente, se fosse apenas negócio e daí não viesse mal ao mundo, vá que não vá, mas não é assim. Esta forma de tratar assuntos semelhantes de maneira diferente, influencia, distorce, condiciona e de que maneira. Se um árbitro entra para dentro do campo sabendo que se errar a favor de um, é catalogado de tudo, mas se errar a favor de outro ou contra o que garante menos exemplares, não se passa nada, como vai agir em caso de dúvida? Ontem, num campo em condições deploráveis, sem nenhum lance onde se possa dizer que errou grosseiramente, Artur Soares Dias teve nota negativa, um 4, para o panfleto da queimada. Sintomático. Só não percebe isto quem não quer e mistura tudo. Eu, podem chamar-me tolinho e insultarem-me, mas enquanto tiver o tasco não vou abrandar, vou continuar a bater na mesma tecla, sob o lema: água mole em pedra dura... Ah, sempre com o nome dos bois.
O senhor da foto chama-se Rui Pedro Rocha, é sulista, não sei se elitista, mas é benfiquista ferrenho, veio até cá cima destilar o seu ódio de estimação ao F.C.Porto e com a camisola do clube do regime vestida, cachecol ao pescoço e bandeira na mão, mostrou exemplarmente que não é sério. Com as imagens mostradas pela SporTv, repito, ninguém pode afirmar que há irregularidade nos golos do F.C.Porto. É isso que quem é rigoroso e isento deve afirmar, na dúvida, benefício ao árbitro, que tal como os jogadores teve uma tarefa muito difícil. Mas não foi isso que o Rocha fez, ele viu irregularidades em tudo, extrapolou, passou para a opinião pública uma ideia falsa, mostrou que a ética para ele é uma batata. Ao lado dele estava El Teórico, Luís Freitas Lobo, que pelo menos no primeiro golo o acompanhou. Parece que o Lobo ao intervalo virou cordeiro, mudou de opinião, deu o dito por não dito. Para mim o arrependimento do Lobo, nem me aquece nem me arrefece. Com aquelas imagens, El Teórico só tinha a dizer: é um lance que deixa dúvidas, nunca podia ter afirmado peremptoriamente e fazendo coro com o Rocha, que Casemiro estava fora-de-jogo. Portanto, estão bem um para o outro, Rocha e Lobo são farinha do mesmo saco.
- Oh!, senhor Baía, então uma Gala que ignora o F.C.Porto, José Maria Pedroto e Pinto da Costa, é uma Gala extraordinária? Senhor Baía, mesmo sabendo o que são necessidades, menos, por favor.
- Senhor António Fidalgo, comentador da Rádio Renascença, então o senhor não sabe porque Lopetegui tirou o Jackson e meteu o Adrián? Eu explico-lhe. Sem Aboubakar, com jogos de três em três dias e com Jackson a precisar de ser poupado, o único jogador que pode jogar ali na Taça da Liga, é o espanhol mal-amado. Por isso, é natural que o treinador do F.C.Porto tenha aproveitado a oportunidade para ontem dar mais uns minutos a Adrián, numa posição que não é o seu lugar habitual. Será que é assim tão difícil de perceber?