terça-feira, 17 de março de 2015
Quem viaja no Metro do Porto, principalmente na viagem de regresso a casa, ouve e às vezes, como é o meu caso, participa, em diálogos muito interessantes, desde como jogou o F.C.Porto, passando pelas tácticas, substituições, etc., até ao comportamento do público do Dragão. Foi o que aconteceu domingo passado, com a conversa a derivar para o silêncio ensurdecedor que a grande maioria do estádio fez durante o F.C.Porto - F.C.Arouca. É um fenómeno já muito debatido, já se concluiu que no Dragão não há o mesmo entusiasmo e a mesma paixão do saudoso estádio das Antas. Ponto. Mas que diabo, o F.C.Porto ficou a jogar desde muito cedo em inferioridade numérica e quando era preciso que o público compensasse com o seu entusiasmo e o seu apoio essa inferioridade, fosse o Ricardo que tinha sido sacrificado para dar o lugar a Helton, tirando as claques, embora sem a garra que se vê nos jogos fora, o resto do estádio fez um silêncio ensurdecedor - acho que as claques ficam contagiados pelo comportamento do resto do estádio, daí serem mais aguerridas no apoio em jogos fora do Dragão. Como é possível que se reaja assobiando e muitas vezes insultando os nossos e nada contra os adversários, pior, contra os árbitros, que fazem o que querem na nossa casa, sem que oiçam um estridente coro de assobios, sintam a pressão de uma massa adepta cansada de ver os apitadores terem dois pesos e duas medidas? Não vamos ser um Alvalade calimero, onde se contesta tudo e mais alguma coisa, mas vamos ser um Dragão apaixonado, vibrante, dizer aos tavares desta vida que quando errarem grosseiramente contra o F.C.Porto vão para casa com as orelhas a arder e os ouvidos a precisarem de tratamento. Já nem me atrevo a pedir apoio à equipa, sei que quando a equipa está em dificuldades e precisa de apoio, ele não aparece, no Dragão é sempre a equipa a puxar pelos adeptos, nunca o contrário - com excepção das claques.
O presidente da FPF, Fernando Gomes, para os que o conhecem bem, o facadinhas, se alguém ainda tinha dúvidas do que o faz mover, hoje perdeu-as completamente: o facadinhas quer ir para o Comité Executivo da UEFA. Ter um português nas altas instâncias do futebol europeu é óptimo, mas o problema é que para lá chegar, Fernando Gomes não quer criar qualquer factor de perturbação e por isso nada diz sobre a poucas vergonhas que semanalmente acontecem no futebol luso; curva-se todo perante Platini, esse pateta que passa a vida a dizer disparates e ofender o futebol português e os seus clubes, que insultou e tentou criar problemas gravíssimos ao F.C.Porto quando o facadinhas era seu dirigente; organiza Galas onde o clube que mais tem prestigiado o desporto-rei deste cantinho à beira-mar plantado e o mais galardoado dirigente do mundo, são ignorados; tudo não vá isso incomodar alguém e estragar os planos do facadinhas. Também e ao contrário do que acontece nas tribunas da Luz e também de Alvalade, raramente vimos o presidente da FPF, no Dragão. Porque será? Não quer ser acusado de promiscuidade e compadrio, pelas seitas sem radar que fazem opinião? Porque tem medo de ser mal recebido? Porque as relações com o F.C.Porto não são as melhores? Será que se for preciso apagar o seu passado de jogador e dirigente do F.C.Porto, em nome dos seus objectivos pessoais, Fernando Gomes não hesitará?
A propósito, o F.C.Porto protestou junto da Comissão de Análise e Recursos, CAR, a arbitragem de Cosme Machado, no Braga-Porto para a Taça da Liga e viu-lhe ser-lhe dada razão em todas as reclamações. Foi um arraso cósmico.
Lito Vidigal deixa o Belenenses. Será que numa espécie de regresso ao passado - onde o futebol era perfeito, límpido e cristalino, os árbitros nunca erravam, nem havia casos de arbitragem, o clube do regime ganhava três campeonatos consecutivos e depois deixava um para o Sporting, o F.C.Porto era um clube fantástico, cheio de gente boa, fidalga a receber e com um fair-play digno de registo, mas não ganhava nada -, vai ser substituído por um adjunto do Benfica?