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sábado, 26 de setembro de 2015


Na conferência de imprensa de antevisão do jogo de ontem, alguém perguntou a Julen Lopetegui se a equipa do F.C.Porto era bipolar, se há um Porto no Dragão e outro fora dele. O treinador respondeu que não, que a sua equipa é previsível, joga sempre da mesma maneiro em casa ou fora. Até pode ser assim, salvo raras excepções, nunca vi o Porto mudar tudo em função dos adversários, mesmo os mais fortes, mas a forma como encara os jogos, essa, por mais que Lopetegui não queira ver ou não concorde, é bipolar. Temos vários exemplos da época passada, mas nem é preciso recuar até 2014/2015, basta ver o que já aconteceu esta época.
Vemos a equipa a não ser brilhante, mas ter raça, alma, crença, acreditar e lutar até ao fim, ganhar ao Benfica e pensamos: esta época nada vai ser igual, há um espírito e uma mentalidade diferente. Entretanto, ainda escaldados com vários exemplos na temporada anterior, vamos alertando que a postura tem de ser sempre a mesma, independentemente dos adversários. Nem foi preciso esperar muito, bastou apenas uma semana e está de volta o "velho" Porto, um Porto relaxado, displicente, desconcentrado. Apanha-se a ganhar cedo e depois em vez de ir à procura do segundo e para isso colocar pressão, intensidade, velocidade no jogo, o que vimos? O "velho" Porto, o que tem muita posse, 72%, muito domínio, mas tudo muito devagar, muito repetitivo e a conseguir até ao intervalo apenas uma meia oportunidade. Depois de sofrer o empate houve reacção, seria o cúmulo se não houvesse, mas aí já foi tudo muito precipitado, muito coração e pouca cabeça. Mesmo assim ainda deu para chegar novamente à vantagem, só que depois com 5 avançados, 4 defesas e apenas um médio, a equipa recuou demasiado, não para o meio-campo, mas para o último terço, raramente teve bola, passou a dar chutões para ninguém, permitiu cruzamentos já próximo da área, num deles sofreu o golo e perdeu de forma inacreditável dois pontos.
Resumindo, quando parecia que tudo ia ser diferente, os erros do passado estavam definitivamente ultrapassados e tínhamos tudo para encarar o futuro com optimismo, lá foi a confiança e a tranquilidade, tudo volta ao princípio. Confesso, estou cansado para este constante sobe e desce.

Notas finais:
Se eu não tivesse legitimidade para dizer o que vou dizer de seguida, ficava quieto, porque não sou apologista de fazer prognósticos no final do jogo, dizendo entrou o Quim devia ter entrado o Manel, o Tono esteve tempo a mais no campo... mas como tenho e já ando por aqui há muitos anos, sei que não é por ter muitos avançados que se ganham jogos. Ganhámos ao Benfica quando quase toda gente assobiou Lopetegui por ter tirado Aboubakar e metido Osvaldo, ontem, para não ser novamente assobiado, Lopetegui deixou de ser fiel às suas ideias, optou por ter os dois ao mesmo tempo e como já tinha Tello, Varela e Corona, foi uma anarquia, um caos, não foi por ter muita gente na frente que o golo surgiu, depois do golo nem é bom repetir o que aconteceu... Não é um bom sinal.

Quando Brahimi apareceu no F.C.Porto as suas jogadas não eram conhecidas, surpreendeu. A partir de certa altura, como os adversários não andam a dormir, o argelino passou a ter mais dificuldades, era preciso variar, inovar, não insistir em receber a bola, interiorizar ou rodopiar, nunca aproveitar as descidas do lateral. Já tinha falado disto várias vezes na época passada, também já tinha tocado no assunto nesta, o que é facto, Alex Sandro desesperava, desespera agora Layún. O mexicano sobe, sobe, sobe, pede tabela, vai para o espaço por fora e para quê? Para nada!, Brahimi raramente joga com ele. Paulinho Santos jogava muitas vezes a lateral-esquerdo. Brahimi está a precisar de ter um lateral do seu lado, tipo Paulinho... O F.C.Porto aumentou o valor da cláusula de rescisão do internacional argelino, certamente para o valorizar... mas até pode passá-la para 100 milhões, ou o Brahimi muda a sua maneira de jogar ou não há valorização possível. Será que esta análise é errada e sou apenas eu que vejo?

Herrera, não é o melhor jogador do mundo, mas é muito melhor do que este que se arrasta no campo. É um Herrera sem raça, sem alma, sem alegria, um médio que devia aparecer muito mais próximo dos avançados, mas está sempre mais próximos dos defesas. Curiosamente, também Herrera viu o contrato aumentar no tempo e acredito, na massa salarial. Estranho este Herrera tão triste e tão pouco capaz.

Maicon, concentrado, é um defesa fiável, cumpre bem as suas funções. Mas quando não é assim... é complicado! A forma como abordou o lance do 1-1, a forma como depois abordou outro lance já no final do jogo, que só não deu golo porque Casillas fez uma grande defesa e já nem falo no lance do 2-2 - aí acredito, já não estava nas melhores condições físicas -, fazem de Maicon um jogador capaz do melhor e do pior no mesmo jogo. A um defesa, mais que marcar golos, pede-se que os evite.

Foto de José Leirós
Este lance foi ao minuto 91 e é penalty. Mas não foi por aí, nem pelo tempo de desconto, curtíssimo para as peripécias que o jogo teve, que o F.C.Porto deixou 2 pontos em Moreira de Cónegos...

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