domingo, 21 de fevereiro de 2016
Começando pelo fim: sem ver as imagens com a atenção devida, não acho que o lance sobre Maxi seja penalty. O lance sobre Brahimi deixa-me dúvidas. Curioso, mas a confirmar tudo o que tenho dito, hoje a Renascença deu 2 ao árbitro, nota negativa; ontem, no Paços-Benfica, tinha dado um 4, nota muito positiva, a Jorge Ferreira. Cada um que tire as suas conclusões.
Continuando, como não me canso de dizer, não somos obrigados a ganhar, mas temos de fazer sempre tudo para ganhar, nenhum portista pode sair de um estádio onde joga o F.C.Porto com a sensação que a equipa não deu tudo para conseguir conquistar a vitória. Também digo, se não vamos lá na qualidade de jogo, na inspiração, temos de ir na transpiração, na alma, na raça, na crença, na amarra. Foi o que aconteceu hoje, muito por culpa de alguns jogadores jogadores, nem preciso de citar os nomes, que só chegaram esta época, um até só chegou em Janeiro e têm uma entrega e um espírito de luta e de antes quebrar que torcer, que faz deles uma espécie de Dragões desde pequeninos.
Se a estabilidade já não é muita, voltar a sofrer um golo cedo, 10 minutos, reagir e antes da meia-hora sofrer outro, ficar a perder por 0-2 - já não me lembro da última vez que aconteceu um reviravolta depois de uma desvantagem de dois golos... ou melhor, essa lembrança remete-me para 1983/1984, frente aos ucranianos do na altura, Shaktior, agora Shakhtar Donetsk -, foi juntar à instabilidade, mais instabilidade. Um Moreirense bem organizado e atrevido, saindo com critério para o contra-ataque, aproveitou bem os desequilíbrios no meio-campo e principalmente no centro da defesa do F.C.Porto, onde à inexperiência de Chidozie - dois jogos, dois companheiros diferentes -, se juntou Marcano a acusar a paragem, para se adiantar, conseguir uma vantagem confortável e causar surpresa. Com o público do Dragão incrédulo e o espectro do Arouca a pairar, o F.C.Porto reagiu, mais com o coração que com a cabeça, é verdade, mas foi chegando à frente com perigo, ameaçou por várias vezes, a barra e um excelente Stefanovic foram evitando aquilo que o conjunto de José Peseiro merecia: um golo, pelo menos. E ele chegou, iam decorridos 41 minutos, através de uma grande-penalidade convertida por Layún.
Do mal o menos, sempre foi melhor ir para o intervalo a perder por um que por dois. Pelo que o F.C.Porto fez, ir a perder já era uma injustiça, ir a perder por dois golos seria uma injustiça muito maior e demasiado penalizadora para a equipa dos Dragões.
Para a segunda-parte, uma alteração na equipa da casa: saiu um desinspirado Corona - mais uma exibição para esquecer... -, entrou, surpreendentemente, Evandro, quando se esperava Marega ou Varela, tendo descaído André André para a direita. E também foi com alguma surpresa que o público portista, quando estava a contar com uma entrada em força por parte da sua equipa, viu os de Moreira de Cónegos a iniciarem a etapa complementar com o mesmo atrevimento. Sim, o Moreirense entrou muito bem, valeu ao F.C.Porto, Casillas estar atento e com duas belíssimas defesas, manter a diferença mínima, tudo em aberto. Depois desse pequeno susto e depois já com Marega no lugar de Chidozie - Danilo passou para o lado de Marcano -, os Dragões instalaram-se no meio-campo adversário, encostaram-no lá atrás, foram ameaçando, o sufoco foi muito, a defesa dos de Moreira de Cónegos começou a vacilar, a abanar, as marcações baralharam-se, num canto de Layún, Suk de cabeça fez o empate, colocou um mínimo de justiça no marcador - que grande jogo fez o sul-coreano! Só que o empate não servia, era preciso mais. E houve mais. Mesmo tendo tido o jogo complicado em Dortmund e uma viagem de regresso muito atribulada, a equipa de Peseiro teve raça, não abrandou e passados 4 minutos consumou a reviravolta. Mais uma bola na área, Herrera acreditou que podia chegar a uma bola que parecia ir sair pela linha de fundo, colocou-a no segundo poste onde apareceu Evandro a marcar e a colocar o F.C.Porto em vantagem. Foi uma grande explosão de alegria, fez-se justiça, era a recompensa para uma equipa que foi capaz de ter uma grande alma e nunca desistir.
Uffa, sofre coração, mas valeu a pena.