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domingo, 22 de maio de 2016


Poupamos, rodamos, fomos alterando a equipa, gerindo os jogadores para que na final do Jamor aparecesse, não um Porto de luxo, capaz de dar um grande recital, mas um Porto suficientemente competente de forma a trazer a Taça de Portugal para a Invicta. Aliás, ontem, no lançamento do jogo, José Peseiro disse e cito: "Desde que cheguei este é o nosso melhor momento em termos de organização, confiança, ritmo e intensidade". Se este é o melhor Porto que o treinador dos Dragões tem para apresentar, sejamos francos, é demasiado pouco. É verdade que não merecíamos perder, o Braga limitou-se praticamente, mesmo no desempate através das grandes penalidades, a aproveitar os nossos erros, erros inadmissíveis nos infantis, nem fala em profissionais e muito bem pagos, mas a qualidade de jogo dos azuis e brancos foi demasiado má.

Na antevisão disse: "Vamos ter pela frente uma boa equipa, uma equipa que vai ficar na expectativa, à espera dos nossos erros, vai explorar o contra-ataque, principalmente através de Rafa, jogador talhado para esse tipo de futebol." E foi o que aconteceu. Porto a ter mais bola, sem criar perigo, dominava, ganhou vários cantos, mas na segunda vez que vem à frente, numa jogada sem qualquer perigo, Braga em vantagem. Sim, sem saber ler nem escrever, Braga em vantagem, num golo para os apanhados e com Helton e Chidozie como grandes protagonistas. Se empatados os bracarenses já não saíam, a vencerem muito pior. Ficaram na expectativa, deram a bola à equipa de Peseiro, mas a forma como o F.C.Porto abordou os cerca de 35 minutos que faltavam até ao intervalo foi um desastre. Raramente, para não dizer nunca, os Dragões conseguiram uma  jogada com princípio, meio e fim, a primeira-parte do conjunto que viajou da Invicta, foi intragável.

A perder ao intervalo, Peseiro mexeu, tirou Chidozie e meteu Rúben Neves, recuando Danilo para central, o F.C.Porto voltou a entrar melhor que o Braga e melhor do que tinha entrado no início do jogo, parecia apostado em rapidamente chegar ao empate e até teve essa possibilidade. Só que não chegou e pior, na primeira vez que os minhotos ultrapassaram o meio-campo, mais uma inacreditável oferta, desta vez de Marcano, Porto a perder por dois golos de diferença. Com o requinte de quem fez o segundo golo foi Josué, jogador que o F.C.Porto emprestou ao Braga e jogou - se estivesse emprestado pelo Benfica e a final fosse frente ao clube do regime, Salvador, com a complacência de Paulo Fonseca, tinha arranjado uma diarreia de última hora. Inacreditável! André Silva, passados 3 minutos, reduziu e com mais de 30 minutos para jogar, esperava-se uma reacção forte da equipa portista. Não houve. Houve um Porto, como lhe competia, a dominar, a atacar, mas sem clarividência, sem organização, tudo muito atabalhoado, as jogadas não saíam em condições, não havia capacidade para pressionar, criar dificuldades ao sector defensivo do Braga, as oportunidades foram poucas, muito graças ao esforço de Herrera pela direita e ao espírito de luta de André Silva. E atrás, Meu Deus, os esforços que eles iam fazendo para oferecer outro golo ao Braga! Quando já poucos esperavam, novamente através da dupla citada anteriormente, o F.C.Porto chegou ao empate, num grande golo de André Silva. Ainda falavam uns minutos para o fim, mas ninguém quis correr riscos e o jogo foi para prolongamento. Do mal o menos.

Com o Braga a ver pairar o fantasma da época passada e o F.C.Porto com a força anímica de quem tinha conseguido chegar ao 2-2 quase no final, esperava-se que os Dragões fizessem um apelo à raça, cerrassem os dentes, fossem com tudo à procura da vitória. Mas se novamente tiveram as despesas do jogo, nunca se viu a qualidade e a alma capaz de desatar o nó e evitar o desempate através das grandes-penalidades. Apenas por uma vez e novamente por André Silva, Marafona correu riscos e já quase no fim do jogo. O  jovem ponta-da-lança demorou, quando rematou encontrou um corpo pela frente e gorou-se a possibilidade. Mas não podemos exigir a André Silva aquilo que outros com muito mais responsabilidades, não dão à equipa.
Depois, enquanto o guarda-redes do Braga defendeu dois pontapés da marca de grande penalidade, o do F.C.Porto não defendeu nenhum; os jogadores do Braga não falharam, Herrera e Maxi, dois dos melhores, falharam e Braga vence a Taça de Portugal. Melhor, F.C.Porto ofereceu a Taça de Portugal ao Braga. Porca miséria!

Nota final:
Nos próximos dias, com calma e de cabeça mais fria, falaremos do futuro.

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