quinta-feira, 30 de novembro de 2017
Queremos muito, muito mesmo, vencer o clube do regime. Porque queremos ganhar sempre; porque é um rival na luta pelo título e uma vitória deixa-os a 6 pontos; mas, principalmente, porque este Benfica de Luís Filipe Vieira é um polvo tentacular, com métodos mafiosos, uma espécie de tumor que alastra e que se não for parado pode matar um futebol que se quer com verdade desportiva. Mas um clássico é sempre um clássico e tudo pode acontecer. Por isso essa vontade não pode, nem deve, tirar-nos o discernimento, levar-nos a subestimar o adversário, pensar em facilidades. Não, não podemos ir por aí, sob pena de nos tornarmos sôfregos, ansiosos, precipitados. Também não devemos querer fazer tudo bem e depressa. Importa é ganhar, nem que seja por meio a zero, não precisamos de provar nada, não precisamos golear, embora adorássemos. Porque, não tenhamos dúvidas, eles não vêm jogar de peito aberto e no campo todo. Não, vão ficar atrás, esperar pelo erro, para depois beneficiar do nosso nervosismo e intranquilidade, para conseguir, primeiro, não perder, depois tentar ganhar. Um Dragão lotado, fervoroso, apaixonado e vibrante no apoio do primeiro ao último minuto, é fundamental. Mas é dispensável um público nervoso, ansioso e que transmita para dentro do campo instabilidade.
A minha equipa:
José Sá, Ricardo, Felipe, Marcano e Alex Tewlles, Danilo, Herrera e Óliver, Marega, Aboubakar e Brahimi.
Equipa do SLB:
Bruno Varela, André Almeida, Luisão, Jardel e Grimaldo, Fejsa, Pizzi e Krovinovic, Salvio, Jonas e Cervi.
Rogério Alves, adepto do Sporting e colonista no panfleto da queimada, propósito da questão das imagens que o SLB colocou no twitter, do lance do penalty sobre Danilo, incluiu a parábola do Rei vai nu. Como acho que é um fato à medida do Leitor...
O rei vai nu:
«Era uma vez um rei muito vaidoso e que gostava de andar muito bem arranjado. Um dia, vieram ter com ele dois aldabrões que lhe falaram assim:
- Majestade, sabemos que gosta de andar sempre muito bem vestido - bem vestido como ninguém; e bem o mereceis! Descobrimos um tecido muito belo e de tal qualidade que os tolos não são capazes de o ver. Com um fato assim Vossa Majestade poderá distinguir as pessoas inteligentes dos tolos, parvos e estúpidos que não servirão para a vossa corte.
- Oh! Mas é uma descoberta espantosa! - respondeu o rei. Tragam já esse tecido e façam-me o fato; quero ver as qualidades das pessoas que tenho ao meu serviço.
Os dois aldrabões tiraram as medidas e, daí a umas semanas, apresentaram-se ao rei dizendo:
- Aqui está o fato de Vossa Majestade.
O rei não via nada, mas como não queria passar por parvo, respondeu:
- Oh! Como é belo!
Então os dois aldrabões fizeram de conta que estavam a vestir o fato, com todos os gestos necessários e exclamações elogiosas:
- Ficais tão elegante! Todos vos invejarão!
A notícia correu toda a cidade: o rei tinha um fato que só os inteligentes eram capazes de ver. Um dia o rei resolveu sair para se mostrar ao povo. Toda a gente admirava a vestimenta, porque ninguém queria passar por estúpido, até que, a certa altura, uma criança, em toda a sua inocência, gritou:
- Olha, olha! O rei vai nu».