sexta-feira, 2 de março de 2018
Num Dragão praticamente cheio - 48.405 espectadores - de um público vibrante e que nunca deixou de apoiar, cair a equipa mesmo nos momentos mais difíceis, o F.C.Porto venceu com muito coração, alguma estrelinha que espero seja de campeão, deu um passo muito importante rumo ao título. Dos quatro clássicos entre F.C.Porto e Sporting que já se disputaram esta época, o de ontem foi aquele em que a equipa de Sérgio Conceição foi menos brilhante, teve mais dificuldades, mais teve de sofrer, venceu, mas não me custa nada dizer, o resultado é injusto para a equipa leonina, o empate traduziria melhor o que se passou durante os 90 minutos.
Sem nunca se queixar de quem não está e não estiveram ontem jogadores de grande qualidade e importantíssimos na manobra da equipa, mantendo-se fiel aos seus princípios, não há Soares, avança Gonçalo - só para referir o último lesionado, que estava em grande momento de forma e a marcar muitos golos - o treinador do F.C.Porto escalou Casillas, Maxi, Felipe, Marcano e Dalot, Herrera, Sérgio Oliveira e Otávio, Marega, Gonçalo Paciência e Brahimi - três jogadores da formação na equipa titular, é algo que tem de registar-se, já não me lembro da última vez que isso tinha acontecido - e viu a sua equipa entrar bem no jogo fazer 15 minutos de muito bom nível. Durante esse período uma clara oportunidade, Marega ao poste, Dragões por cima, leões sem atinar, Jesus à beira de um ataque de nervos. Passado esse quarto-de-hora de superioridade portista, o Sporting reagiu, melhorou, criou bastantes dificuldades principalmente pelo lado esquerdo. Coentrão descia à vontade, combinava com Acuña, a eles se juntava Bruno Fernandes, criando uma espécie de triângulo que Otávio e Maxi - mais por culpa do primeiro, muito desinspirado, sem bola não defendia bem, com bola raramente conseguia dar sequência às jogadas -, nunca foram capazes de travar. O perigo rondou a baliza do F.C.Porto, Casillas teve de empenhar para evitar o empate. Quando Marega aos 26 minutos se isolou e atirou ao lado, já os Dragões estavam livres do perigo leonino, o jogo mais equilibrado, quando aos 29 Marcano fez o 1-0. Não fosse já no tempo de desconto, uma carga sobre Brahimi que Artur Soares Dias não assinalou, ter terminado em golo, obra do jovem Rafael Leão que tinha entrado antes para o lugar de Doumbia, nada de mais relevante haveria para acrescentar.
Quando o árbitro apitou para o descanso não se podia falar em grande injustiça, mas naquela altura foi um golpe duro para o conjunto de Sérgio Conceição.
A questão que se colocava para a segunda-parte, era: que efeitos nas duas equipas teria aquele golo inesperado? Tinha deixado marcas negativas em quem o tinha sofrido, galvanizaria quem marcou? Pois é, não sei o que se passou nas cabines, embora não me custe a imaginar, mas foi quem sofreu o golo quem entrou mais forte, mais determinado e a jogar melhor. Como corolário dessa boa entrada, Brahimi, ainda o jogo não tinha atingido o minuto 50, finalizou exemplarmente uma excelente jogada de ataque e colocou a equipa da casa novamente em vantagem. A perder e a ver a sua vida a andar manifestamente para trás, o título a fugir-lhe, Jesus mexeu e o Sporting foi à procura do empate. Vendo que Otávio continuava a não acertar, Sérgio fez entrar Corona, mas com isso pouco acrescentou, idem com a entrada de Aboubakar para o lugar de Gonçalo - concordo, Gonçalo tem capacidade para dar mais à equipa e seguramente dará. É preciso notar que ontem foi a sua estreia absoluta como titular da principal equipa do F.C.Porto, num jogo muitíssimo importante e frente a uma equipa de qualidade. Com o jogo a caminhar para o fim e os de Alvalade por cima, os portistas ficaram demasiado ansiosos, precipitados, até desorganizados, tiveram pouca bola, quando a tiveram não a trataram como deviam. E como para além disso não aproveitaram os espaços e os riscos que o Sporting estava obrigado a correr, em lances que podiam ter acabado com o jogo, faltou definir e optar melhor - Corona foi um bom exemplo - sofreram muito, em três ocasiões o Sporting esteve perto de um empate que não conseguiu, mas merecia.
Notas finais:
Fábio Coentrão continua em grande. Ontem aconteceu mais um fenómeno com origem no rapaz do Entroncamento, enganei-me, queria dizer Caxinas: conseguiu expulsar um dos bombeiros em serviço no Dragão, algo nunca visto nos estádios portugueses.
Não há dúvida, este rapaz tem dons que nunca mais cabavam
No chiqeiro da queimada, Duarte Gomes viu penalty sobre Doumbia, mas não viu falta sobre Brahimi. Normal, Dudu é enquanto comentador o era como árbitro: fraco. E com uma tendência clara contra o azul e branco.
Já Vítor Serpa esse sabujo e marioneta que "dirige" o jornal, sobre o lance que deu origem ao empate nada, mas fala de um penalty evidente sobre Dumbia, coloca em causa a realização da Sport TV e dá nota 3 ao árbitro.
É um misto de azia indisfarçável, com manifesta desonestidade, dar uma nota tão negativa a um árbitro que pode não ter feito uma arbitragem perfeita, mas fez uma boa arbitragem, numa partida em que estava muita coisa em jogo.
E como o último é o primeiro, lamentável a lesão de Marega.