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segunda-feira, 16 de abril de 2018


É importante repeti-lo:
O F.C.Porto mostrou e no local próprio, a casa do seu maior rival, que é a melhor equipa do campeonato, recuperou com toda a justiça a liderança. Nos quatro clássicos, o F.C.Porto ganhou dois e empatou dois, quando ganhou, ganhou meritoriamente, quando empatou merecia bem mais. E assim, neste momento, apenas a vantagem de dois pontos para o 2º classificado, não faz justiça ao que têm sido as prestações das equipas que estão na luta pelo título. O F.C.Porto devia ter maior vantagem, não ter de olhar para os últimos quatro jogos com a atenção devida a serem jogos decisivos. Isto é, a equipa de Sérgio Conceição merecia, depois da grande vitória de ontem, encarar as jornadas que faltam sem a pressão e a responsabilidade de não poder facilitar, nem relaxar. Mas as coisas são o que são, é preciso deixar de lado a euforia que uma vitória na Luz sempre proporciona e voltar à concentração exigida, porque ainda não ganhámos nada... embora tenhamos deixado bons sinais que queremos muito ganhar.

Mas o jogo de ontem mostrou outras facetas importantes, por exemplo, que no futebol tudo muda muito rapidamente, não há verdades absolutas. Depois de ter perdido os dois últimos jogos fora de casa e a liderança que chegou a ser confortável - cinco pontos à maior -, numa altura decisiva, colocava-se, legitimamente, a questão: será que o F.C.Porto, com um plantel sem jogadores habituados a conquistar títulos no campeonato português, em casa do tetracampeão, com vários campeões e habituados a estes jogos, perante um estádio esmagadoramente hostil e um adversário que podia jogar para dois resultados, vitória e empate, sendo que a vitória o deixava com o título à vista, ia mostrar estofo, dar provas que é mentalmente forte, o que o abanou não o prostrou? Será que na chamada hora H, o F.C.Porto ia  voltar a ser uma equipa personalizada, recuperar o tal SER PORTO que fazia a diferença e que durante grande parte da época pareceu recuperado, mas que ultimamente fez muita gente ter dúvidas? As respostas às perguntas, após o jogo de ontem, só podem ser positivas e conclusão é, sim, esse Porto está de volta. E sim, nós podemos. A forma como o jogo acabou - o grande golo de Herrera apenas foi o corolário da vontade de ganhar e sair da Luz com os três pontos, que em particular na segunda-parte a equipa azul e branca demonstrou -, deixa indícios claros que aquele Porto que durante parte da época foi uma equipa com muitas virtudes e que vencia naturalmente, está aí. Mérito indiscutível do treinador, méritos dos jogadores que perceberam a mensagem e no campo foram capazes de a interpretar com atitude, qualidade e audácia, lutando pela vitória e acreditando até ao fim.

Na vitória de ontem, apesar de ser importante realçar o trabalho colectivo, a audácia do treinador que não se encolheu, nem teve medo, arriscou e fez tudo para vencer, o facto de ser Hector Miguel Herrera a fazer o golo decisivo, deixa-me muito feliz. E deixa-me muito feliz, porque se é verdade que o mexicano às vezes tira do sério o mais pacato dos adeptos, também é verdade que o capitão sempre foi um exemplo de profissionalismo, alguém orgulhoso em representar o F.C.Porto e que tem, não restem dúvidas, grandes qualidades como jogador. E quando é assim, se criticar é legítimo, faltar ao respeito e abandalhar um dos nossos, como aconteceu imensas vezes, é muito feio.

Se Herrera mereceu ser feliz, outro jogador que passou mal no F.C.Porto, Moussa Marega, mostrou a importância que tem no conjunto de Sérgio Conceição. Com o maliano o F.C.Porto ganha uma profundidade e uma agressividade atacante que não tem sem ele, mesmo em momentos de aperto há sempre uma solução: meter na frente, está lá o Marega para fazer a equipa recuperar, levantar a cabeça, subir no terreno. E como para além disso, Marega é o melhor marcador do F.C.Porto no campeonato, está claramente demonstrada a sua importância na equipa azul e branca. Há um Dragão com Marega e há outro sem ele. Quem se atreveria a dizer há uns meses atrás? E esse também é um dos encantos do futebol, nunca devemos fazer juízos definitivos.

Tiraram-lhes os bombos e os megafones, mas não lhes tiraram a voz, a alma e a paixão.
Ontem, mais uma vez - tem sido uma constante -, os adeptos do F.C.Porto, para além de um comportamento que não regista nada de criticável, pegaram na sua equipa ao colo ainda no Dragão, pousaram-na no hotel, voltaram a pegar nela na Luz, só a largaram e deixaram de apoiar após ter conquistado os três pontos e reassumido a liderança. Não sabemos o que vai acontecer até ao final da época e nunca fomos de deitar foguetes antes da festa, mas aconteça o que acontecer, já podemos concluir que os adeptos do F.C.Porto já merecem os parabéns, já são campeões.

Depois do que aconteceu ontem no final do Benfica vs F.C.Porto - apenas seis polícias feridos -, este senhor, Augusto Baganha, incapaz de tomar decisões contra tantas práticas fora-da-lei, com origem na Luz, mas que nunca tiveram consequências por inacção do organismo de que é responsável, ainda não pediu a demissão de presidente do IPDJ?

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