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terça-feira, 12 de março de 2024

 

Depois de uma exibição irrepreensível sob ponto de vista táctico, organização e concentração e que permitiu travar uma máquina atacante como a do Arsenal - não criou uma oportunidade de golo -, e um excelente resultado, o FCP tinha no Emirates Stadium um enorme desafio, um obstáculo dificílimo de ultrapassar para conseguir passaporte para os quartos-de-final da UEFA Champions League.

Os ingleses, claramente favoritos para esta eliminatória e feridos no seu orgulho pela derrota no Dragão, iam entrar com tudo, tentar marcar cedo, ir à procura de um resultado que os colocasse na fase seguinte. Para contrapor a esse previsível frenesim dos gunners era fundamental um Porto semelhante ao da 1ª mão, coeso defensivamente e competente para quando tivesse a bola, mantê-la, sem descurar a possibilidade de atacar.
Resumindo, só um Super-Porto podia atingir um objectivo que seria a grande surpresa dos oitavos e aumentaria o prestígio do FCP na mais importante prova entre clubes, do mundo. Se antes do jogo começar este era o raciocínio correcto, no final do jogo fica um travo amargo, não era preciso um Super-Porto, bastava um Porto com ataque e no final, jogadores capazes de marcar, bem, penáltis.

Entrando com Diogo Costa, João Mário, Pepe, Otávio e Wendell, Francisco Conceição, Nico González, Alan Varela e Galeno, Pepê e Evanilson, o conjunto de Sérgio Conceição entrou na expectativa, londrinos com mais bola, tentando chegar rápido ao golo. Porto concentrado, procurando arrefecer o entusiasmo da equipa de Arteta, não se inibindo de jogar com Diogo Costa, sem deixar de atacar quando podia.
O Arsenal não criava muito, só beneficiava de alguns erros dos portistas, perdas de bola, que tinham dificuldades em sair, quando saíram obrigaram  o guarda-redes a aplicar-se.
Primeiros 30 minutos muito parecidos com o jogo do Dragão, ingleses quase só de canto iam ameaçando.
Aos 40 minutos, quando foi apanhado na teia do líder da Premier League, passe de ruptura para a diagonal de Trossard, golo, Dragões a perder, resultado ao intervalo.

Foi pena. Por aquilo que ambas produziram nos primeiros 45 minutos, o nulo era o resultado mais justo. E assim, eliminatória empatada.

Para a segunda-parte era preciso manter a concentração, ter cabeça, a eliminatória estava empatada, não perdida. Por isso não podíamos correr o risco de ter de correr atrás do prejuízo, ser obrigados a arriscar, dar espaços, poderia ser fatal.

O jogo recomeçou com os portistas inibidos, incapazes de trocar a bola, sair com critério. Era fundamental não ter medo de jogar, não é incompatível com o rigor e a concentração, mas os jogadores do FCP pareciam ter medo de arriscar, o Arsenal pressionava.
Quando conseguiu atacar, faltou aos portistas definir e passar bem.
Aos 67 minutos, uma hesitação entre Pepe e Diogo Costa, ía dando mau resultado, só não deu porque houve falta do jogado dos gunners e o golo foi anulado.
Francisco Conceição já perto dos 70 minutos, numa jogada de contra-ataque, finalmente, apareceu, obrigou David Raya a uma excelente defesa. Era importante tentar mais vezes. Quem defende muito sujeita-se... Pepê também saiu bem, o árbitro não assinalou uma falta clara sobre Evanilson perto da área.
O jogo estava muito físico, muito disputado, pouco esclarecido, muito parado, quando entramos nos últimos 10 minutos. Com a defesa do FCP apostada em complicar, lenta a despachar, Diogo Costa evitou o golo, uma e outra vez. Arsenal carregava à procura do golo que lhe dava vantagem na eliminatória.
Aos 85 minutos saiu João Mário e entrou Jorgie Sánchez, aos 87 entrou Taremi e saiu Evanilson.

O jogo terminou com o mesmo resultado da 1 mão, ia jogar-se um prolongamento.
O FCP foi uma equipa competitiva, mas formatada mais para defender, raramente aproveitou a possibilidade de atacar, nas poucas vezes que conseguiu foi pouco acutilante. Faltou ataque aos Dragões.
Com o tempo esgotado, saiu Alan Varela, entrou Grujic.

A questão que se colocava para a meia-hora suplementar, era saber se do ponto de vista físico a equipa de Sérgio Conceição ia aguentar, frente a um adversário com outro andamento.

Os 30 minutos suplementares começaram com os ingleses com muita bola, dominadores, havia do lado do FCP quem acusasse o desgaste.
Ao minuto 100 entraram Eustaquio e Gonçalo Borges, saíram Nico e Francisco Conceição, depois de Taremi ter sido egoísta e ter rematado ao lado quando podia assistir.
Quando meteu dois jogadores frescos, os azuis e brancos melhoraram, conseguiram equilibrar. 
Ao intervalo do prolongamento, tudo na mesma.

Nos últimos 15 minutos, o FCP até tentou chegar à area , mas faltava ataque. Galeno estava exausto, Gonçalo Borges não trouxe nada de novo, Taremi apenas correu. O Arsenal também já não tinha grande fulgor, o jogo aproximava-se do final, não podíamos facilitar. E os 120 minutos chegaram ao fim com o mesmo resultado do Dragão, o desempate ia ser através de pontapés de grande penalidade.

No desempate, os ingleses marcaram quatro, os portugueses apenas dois, falharam Wendell e Galeno. Se o do primeiro foi manifesta falta de sorte, o do segundo foi muito mal marcado. Esteve ao nível dos lances de bola parada, algo em que o conjunto de Sérgio Conceição deixa muito a desejar. Houve jogadores, principalmente no ataque, que hoje estiveram muito aquém do que se esperava.

Foi uma eliminatória muito disputada, o FCP esteve à altura, bateu-se taco a taco com o líder da Premier League e uma das melhores equipas inglesas, conseguiu travar o enorme potencial atacante da equipa de Arteta, não merecia sair da Champions pela manifesta incapacidade de bater penáltis.
Seja como for, o prestígio dos Dragões não sai beliscado, exigir mais a esta equipa na prova rainha da UEFA, é exigir demais.

De realçar e elogiar o enorme apoio ao FCP no Emirates Stadium. Mereciam uma grande alegria esses milhares que estiveram na capital inglesa e nunca se cansaram de puxar pela equipa.


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