Falar do quarto golo de Varela no jogo do F.C.Porto frente ao Penafiel e esquecer os dois penaltis que não foram marcados contra o Sporting no jogo frente ao Marítimo, para Taça da Liga, é própria de um sem vergonha; dizer que o penalty que deu hoje a vitória ao F.C.Porto no jogo frente ao mesmo Marítimo, não existiu, é de um sem vergonha; culpar o F.C.Porto de ter manipulado para que o seu jogo começasse mais tarde, quando isso é da responsabilidade da Liga e dos seus delegados que deviam fazer o que faz a UEFA e providenciado para ambos os jogos começassem à mesma hora, é de um sem vergonha. Dito isto, fico à espera para ver o que vão dizer sobre o que disse Bruno de Carvalho no final do jogo de Penafiel, os vendilhões do templo e as virgens ofendidas que tanto criticaram a entrevista de Pinto da Costa ao Porto Canal e as declarações de Paulo Fonseca na antevisão do F.C.Porto/Vitória de Setúbal.
Culpa nossa, do nosso mau futebol e de alguns dos nossos resultados, o aparecimento desta gentalha sem vergonha na cara, pirómanos e incendiários.

Agora falemos do jogo.
Mister, agradeça a todos os santinhos esta vitória
Tivemos alma - parabéns pelo grito, Fernando Saul. Tens de fazer isso mais vezes e de preferência atrás do banco do F.C.Porto -, tivemos crença, acreditamos até ao fim, mas foi mais com o coração de que com a cabeça que conseguimos o que parecia impossível, o milagre. E por isso Paulo Fonseca deve agradecer a todos os santinhos, eles hoje estiveram do seu lado.

Uma primeira-parte como muitas outras, muito má, muito abaixo dos mínimos exígiveis, por parte do F.C.Porto. E como corolário, Marítimo na frente ao intervalo, 2-1, vantagem justa. Nem mesmo o facto de ter chegado à vantagem iam passados 20 minutos, sem ter feito nada para o conseguir, levou o F.C.Porto a acertar e partir para uma exibição aceitável. Certo que o Marítimo marcou quase de seguida, 21 minutos e adiantou-se no marcador aos 34, mas nem antes, nem entre o empate e a vantagem da equipa insular, nem depois, houve uma reacção forte, os madeirenses foram sempre mais organizados, tiveram mais qualidade de jogo, foram melhor equipa - incrível, nem o duplo-pivot, essa teimosia que tira do sério o mais pacato dos adeptos, nem os centrais desconcentrados e áereos, evitaram que os avançados maritimistas manobrassem à vontade, rematasse sem oposição. 

Na segunda-parte melhoramos, não era difícil, pior que zero não há e conseguimos os objectivos, ganhar e seguir em frente. Mas nunca fomos uma equipa à altura do que seria preciso para dar a volta ao marcador. Houve vontade, houve atitude, mas foi tudo feito na base do esforço, da sofreguidão, muito coração e pouca cabeça. E quando tudo indicava que estavamos fora das meias-finais - Fabiano salvou a machadada final -, deu-se o que já poucos acreditavam. Empatamos aos 86 e já no último minuto dos descontos - inacreditável, apenas 4 minutos para tantas paragens, para tantos jogadores do Marítimo sempre caídos no chão.. -, Ghilas foi derrubado e Josué colocou o F.C.Porto nas meias-finais. Deu-se o milagre.

Notas finais:
No próximo sábado voltamos a jogar frente ao Marítimo, mas um Marítimo bem mais forte - hoje não jogaram vários titulares, ao contrário do F.C.Porto que se apresentou na máxima força. Ou jogamos melhor, muito melhor, ou nem outro milagre nos salvará.

Também nas meias-finais, frente oa grande rival dos últimos anos, terá de haver muito mais Porto. E para haver mais Porto, a primeira coisa a fazer, é fazer diagnósticos correctos, deixar de ver filmes a cores, quando eles são, claramente, a preto e branco.

Não vou fazer análise individual aos jogadores. Eles correm, lutam, tentam fazer pela vida, mas fazem-no sem nexo, sem critério, de forma desorganizada. Neste momento o F.C.Porto não é uma equipa, é um conjunto de jogadores trapalhões, que dão a ideia de se terem juntado há poucos dias, jogadores que parecem bem piores do que são. Mas se não faço análises individuais, deixo uma pergunta: quando Carlos Eduardo começou a jogar, marcava os livres e os cantos, pensavamos ter conseguido alguém que o fazia bem, mas agora já não é assim. Quaresma e Josué é que são os marcadores de serviço. Porquê? Vá lá que foi o Nº8 a marcar o penalty... Quando vi Quaresma pegar na bola e a querer marcar...