sábado, 21 de junho de 2025
- Senhor presidente André Villas-Boas, o senhor, Jorge Costa e Andoni Zubizarreta, são homens do futebol, com grande experiência no futebol mundial, o senhor e o "Bicho" conhecem muito bem o FCP. Os três vêem o que nós vemos e vêem o que nós não vemos e aquilo que não vemos são os treinos, como se preparam os jogos, se há um conhecimento dos adversários, a relação entre técnicos e jogadores, etc. Mas vemos que as consequências de tudo isso são muito más. Martín Anselmi está há seis meses no FCP e não há qualquer evolução na equipa, colectiva e individualmente, mesmo que Mora tenha emergido, mas no caso foi apenas porque passou a jogar mais, o talento estava lá. E agora, senhor presidente, ao contrário do que acontecia quando o treinador argentino chegou, há tempo para trabalhar. Mesmo considerando que não temos um plantel de qualidade e isso seja uma atenuante, não faltam equipas, até no campeonato português, com jogadores de menor qualidade, mas que mostram a marca do treinador, são mais equipa colectivamente que o FCP. Depois, senhor presidente, já não há pachorra - perdoe-me a expressão -, para as declarações dos jogadores e treinador do FCP antes e depois dos jogos. É que, senhor presidente, já ninguém os leva a sério, a letra não diz com a careta. Diga-lhes que eles não podem falar em ser Porto, que eles não fazem a mínima ideia do que é ser Porto.
Assim, reforçar a equipa, OK, precisamos de acrescentar qualidade a um plantel que já era fraquinho e que ficou ainda mais fraco em Janeiro. Mas, senhor presidente, a pergunta que se coloca, é: vamos continuar a investir sem garantias que, com este timoneiro e que foi uma grande surpresa quando surgiu no FCP, temos o homem certo para que o investimento seja rentabilizado, possamos ter as condições para ter sucesso? Aliás, sobre a vinda de Martín Anselmi não estarei muito errado se disser que a esmagadora maioria dos portistas, mesmo aqueles que acompanham todos os "futebóis", não conheciam.
Senhor presidente, ao contrário de alguns ressabiados e traumatizados, compreendi muito bem a sua resposta quando em Março à pergunta: "Independentemente do desfecho da Liga, Martín Anselmi (MA) é 100% garantido que será o treinador em 2025/2026?" o senhor tenha dito: "Sim, em absoluto." E as razões porque compreendi foram as seguintes: então temos um treinador que está há três meses no FCP, tem contrato até 2027, qual devia ser a resposta do presidente do FCP? Dissesse, vamos ver os resultados e depois decidimos se MA fica ou não? Óbviamente que não. Mais, até me interroguei sobre o que faria e diria JNPC em iguais circunstâncias? Não diria o mesmo, ou até iria mais longe, tipo, essa pergunta não faz sentido, o contrato é para cumprir até ao fim e até pensamos em renovar. E mais: diria isto mesmo que até já tivesse decidido despedir o treinador no final da época, independentemente dos resultados.
Só que, senhor presidente, já não estamos em Março, estamos a chegar a Julho a nova época tem de ser preparada com o mínimo tempo e a questão do treinador é decisiva no futuro a curto prazo. É uma decisão difícil, mas é para si e para a sua equipa. Se fosse fácil...
Pode sempre contar com o meu apoio e a minha solidariedade, mas também com as minhas críticas que serão sempre respeitosas, procurarão ser sempre objectivas e construtivas.
Senhor presidente, tudo pode correr bem desde a recuperação da credibilidade e financeira, capacidade de investimento, promoção da marca FCP, iniciativas de fazer do FCP um clube cada vez mais moderno, etc., mas o clube chama-se FUTEBOL Clube do Porto. E se a modalidade rainha não está bem e não está, tudo o que referi e é importantíssimo para o futuro do FCP, deixa de ter tanto significado. Por isso, concentre-se totalmente no futebol, decida e se por acaso a decisão significar o reconhecimento do erro, paciência, só não erra quem não faz. Digo tudo isto, senhor presidente, porque para mim, agora como no passado, em 1º lugar responde sempre o presidente. Comigo não existe quando corre bem, AVB allez, AVB allez, allez, quando corre mal há sempre um bode expiatório para pagar o pato, seja o treinador, seja um dirigente, administrador, responsável pelo futebol ou director desportivo.
O FCP está sempre acima de todos os interesses, sejam eles do presidente, dirigentes, treinadores ou jogadores.