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domingo, 21 de setembro de 2014


O jogo comprovou que há um desequilíbrio notório entre as duas equipas que esta noite evoluíram no encharcado relvado do Dragão. Mesmo com 10 o F.C.Porto foi claramente superior e dominador, acredito que também seria mesmo com 9. E isso diz tudo. Mas quem é tão dominador e tão superior e nem um golo consegue marcar... só pode queixar da sua ineficácia e da sua incompetência.

Entrada forte da equipa de azul e branco, Boavista todo atrás, incapaz de sair do meio campo, de levar uma bola à baliza do F.C.Porto. Tudo parecia simples, o conjunto de Lopetegui carregava, o de Petit apenas ia conseguindo de uma forma atabalhoada manter o zero na sua baliza. Pensava-se, era uma questão de tempo, tantos ataques e tanta superioridade, mais tarde ou mais cedo ia acabar por materializar-se em golos. Mas o futebol é fértil em surpresas e uma entrada fora de tempo de Maicon que resultou na expulsão do central portista, para além de dar ânimo ao conjunto axadrezado, perturbou a equipa do F.C.Porto que a partir dali e até ao intervalo, mesmo continuando claramente por cima, perdeu discernimento, perdeu fulgor, perdeu a capacidade para encontrar as melhores soluções para chegar à vantagem. O Boavista, esse, timidamente, apenas ensaiou um ou dois ataques, sendo que um deles com perigo, mas a partir de um lance em claro fora-de-jogo.
Resumindo, mesmo com as condicionantes apontadas, pelo menos a vantagem mínima do F.C.Porto era merecida.

Na segunda-parte Lopetegui tirou Evandro - andou muito com a bola, em vez de a circular e emperrou - e meteu Casemiro, mais tarde entraram Quaresma e depois Adrián, o domínio e a superioridade do F.C.Porto continuou, agora sem que o Boavista fizesse outra coisa senão ficar no seu meio-campo e defender-se como podia. Foram ataques atrás de ataques, mas faltou contundência, faltou cabeça, clarividência, para meter a bola lá dentro. Não tivemos muitas oportunidades, mas tivemos as suficientes para, pelo menos, marcar um golo e conseguir uma vitória que era mais que justa.

Não há nada apontar à atitude da equipa, não foi por aí que perdemos os dois pontos mais inesperados dos últimos tempos. Também não vou culpar o árbitro, mesmo que já tenha visto lances iguais a esse contra o F.C.Porto, acabarem em cartão amarelo - nesta questão, compete ao F.C.Porto falar, perguntar a quem de direito, como é que lances iguais têm decisões diferente. Nesta jornada há pano para mangas. Será que mais uma vez vamos ficar calados? Também não me atrevo a criticar o Boavista, jogou com as armas que tem e são armas de terceira categoria, só têm pólvora seca. Lopetegui merece um puxão de orelhas? Mexeu demasiado na estrutura? Se Evandro saiu bem, a entrada de Casemiro e o adiantamento de Rúben foi má ideia? Podia ter entrado Aboubakar logo para o lugar do ex-Estoril? Enfim, acho que podemos conjecturar, mas fica a sensação que hoje não era o nosso dia. O mau tempo que adiou o começo do jogo por 45 minutos, pareceu um prenúncio do que estava para vir, que hoje algo não ia correr bem. Paciência.
 
Foi um valente murro no estômago, não vai ser fácil digerir este resultado. Mas vêm aí dois jogos importantes, é preciso reagir, mostrar que somos uma grande equipa e as grandes equipas são capazes de ultrapassar mesmo os resultados mais inesperados.

Ah, gostei muito de Marcano que se estreou e mostrou qualidade. Se for possível conjugar dois esquerdinos no centro da defesa... não será por aí que o gato irá às filhoses.


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