sábado, 5 de dezembro de 2015
As primeiras palavras vão para o treinador e guarda-redes do Paços: vocês são uns palhaços! Dizerem que são vencedores morais de um jogo que o F.C.Porto dominou do princípio ao fim, marcou dois golos e falhou oito, não em meias oportunidades, mas em oportunidades claríssimas, é preciso ter uma grande lata, pior, ser muito desonesto. F.C.Porto ganhou porque fez um bom jogo, foi muito superior, devia e merecia ter goleado. Não são dois maus perdedores que vão beliscar o mérito da vitoria dos Dragões na noite de hoje.
Dito isto, que fique claro: gostei bastante da equipa da Capital do Móvel. Foi, dentro das suas possibilidades, uma equipa competente, obrigou o F.C.Porto a dar o máximo, contribuiu para um belo espectáculo de futebol. Era isso que devia ter sido valorizado e não a insinuação rasteira que foi pelo trabalho do árbitro que saíram derrotados.
Importa dizer também que depois do mau jogo e da derrota que deixou marcar frente ao Dínamo, era preciso ganhar os jogos do campeonato e só depois pensar nos campeões ingleses. Com mais ou menos dificuldades, ganhámos, agora sim, pensemos no Chelsea.
Ainda o jogo estava no início, a única equipa que tinha ameaçado era o F.C.Porto e o único guarda.redes chamado ao trabalho tinha sido Marafona, quando uma péssima abordagem por parte de Martins Indi a um lance que não era complicado e Paços na frente. Não podia haver pior começo para a equipa de Julen Lopetegui. A perder, numa noite que queriam ganhar depressa, os azuis e brancos e como lhes competia, reagiram. Primeiro, aqui e ali com algum nervosismo, mas depois encarrilaram, foram para cima dos amarelos da Capital do Móvel e pressionando bem, tendo Corona na direita, inspirado e Brahimi do lado contrário a não querer ficar atrás, Herrera bem melhor do que nos últimos jogos, pelo meio e com uma boa dinâmica, chegaram ao empate, mereciam e deviam ter chegado ao intervalo com a reviravolta consumada. Só não consumaram porque Aboubakar não estava a ser o ponta-de-lança que a equipa precisava e quando não era ele, era outro que falhava, como aconteceu com Herrera já no tempo de descontos.
Resumindo, apesar de sofrer um golo contra a corrente do jogo, o F.C.Porto soube reagir, teve qualidade, conseguiu algumas belas jogadas, apenas não concretizou e pagou por isso, tendo regresso às cabines empatado, um resultado que o penalizava em excesso.
Para os segundo 45 minutos e porque a equipa estava bem, Lopetegui não mexeu, não havia razões para mexer, a equipa estava bem e começou a etapa complementar a jogar bem. Foi dominando, criando e desperdiçando algumas oportunidades, até que o mais mal amado dos mexicanos acreditou numa bola que parecia perdida, pressionou o guarda-redes pacense, ganhou na dividida, recuperou a bola, foi derrubado por um defesa, penalty claro, que Layún marcou e colocou justiça no marcador. Em vantagem, os Dragões, tirando um ou outro lance, em particular dois chutões de Maicon e um de Maxi, em que faltou calma e tranquilidade, nunca se contentaram com a diferença mínima, procuraram sempre a baliza adversária, desperdiçaram após o 2-1, pelo menos quatro golos cantados. Às vezes e é uma máxima do futebol, quem não marca sofre. Ainda bem que hoje o F.C.Porto não sofreu, seria uma perda de pontos muitíssimo injusta. Os pupilos de Julen Lopetegui fizeram um jogo competente e com qualidade mais que suficiente para ganharem à vontade. Menos de 72 horas após o jogo da Choupana, hoje, num jogo em que foi preciso trabalhar muito, a equipa disse presente, mostrou estar recuperada da derrota com o Dínamo.
Na antevisão tinha deixado a receita: coesão defensiva e eficácia no ataque. Coesão defensiva, tirando aquele desastrado lance que deu no golo da equipa pacense, houve, eficácia... meu Deus, um desastre total!
Também faltou alguma agressividade, em particular no meio-campo, o Paços ganhou muitas divididas..
Para além da vitória e do bom jogo, a equipa teve atitude, nunca baixou os braços na procura dos três pontos. Nunca teríamos ganho este jogo se não houvesse espírito de grupo, se a equipa não estivesse com o treinador. Treinador que esteve muito bem em manter Aboubakar em campo. Com o internacional camaronês desastrado e em claro défice de confiança, tirá-lo de campo seria piorar a situação e o F.C.Porto necessita e depressa, do seu ponta-de-lança ao nível que estava nos primeiros meses da época.