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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016


Nota de abertura:
Como sabem todos os que frequentam o tasco e são cada vez mais - efeitos da crise... -, para mim, no F.C.Porto, para o bem e para o mal, em primeiro lugar, responde sempre o responsável máximo, no caso, o Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa. Para mim não é, quando ganhamos, o líder é o maior, quando perdemos andamos à procura de um bode expiatório, o Presidente passa sempre pelos pingos da chuva, nunca tem culpas. Ponto final e vamos à entrevista de ontem...
Nisto das entrevistas, é como quando vem um treinador: uns gostam e às vezes muito, outros gostam menos, há quem não goste nada. No caso concreto, eu embora gostasse que o Presidente fosse mais longe em algumas matérias e divergindo dele noutras, já lá vamos, gostei da entrevista, em relação às últimas que vi dele, foi a melhor.

Achei bem que assumisse a recandidatura. É um momento difícil, há instabilidade, há gente a falar e a insinuar sobre muitas coisas, alguns a posicionar-se, Pinto da Costa ao dizer, vou-me recandidatar, clarifica,  passa a bola para o lado de lá. E se de facto há lado de lá, há gente que tem ambições de ser presidente do F.C.Porto - devem ser encaradas como legítimas, nunca como falta de respeito ou de memória - e acham que o líder já não tem as capacidades; que as pessoas que o acompanham não são as indicadas; este caminho, a todos os níveis do Grupo F.C.Porto, não é o melhor, é preciso mudar; então é o momento de aparecerem. Como já disse, se vierem por bem, com objectividade, apresentando alternativas concretas sobre aquilo que acham deve mudar, dependendo de quem é ou são os candidatos, podem não ter o meu voto, mas terão o meu respeito. Se não aparecer ninguém, Jorge Nuno Pinto da Costa for novamente candidato único, então que respeitem, critiquem quando for caso disso, mas não abandalhem, não contribuam para fazer o jogo do anti-portismo, não digam do máximo responsável do seu clube, aquilo que nem os piores inimigos do F.C.Porto se atrevem a dizer.

Não vou dizer nada sobre a questão das declarações da mulher do Presidente. Comentei aquilo que devia sobre o que disse Vítor Baía, fi-lo com palavras minhas, dizendo o que pensava, não precisei de utilizar contra o Baía as declarações de ninguém, muito menos da mulher de Pinto da Costa ou da chamada comissão de recandidatura. Portanto, na entrevista, achei bem que se colocasse a questão das declarações do ex-guarda redes, achei dispensável colocar o Presidente e falar das declarações da mulher.

Sobre Lopetegui, Pinto da Costa, pelos vistos, não andava contente. A questão que se coloca, é: porque só depois do Rio Ave e não após Alvalade, onde ficou demonstrado que já havia pouco a fazer para Lopetegui? Ver que a equipa jogava mal, todos víamos, mas como sempre disse, há coisas que só quem está lá dentro, quem tem os dados todos, está em condições de verificar se o treinador é parte da solução ou do problema. Parece que era parte do problema. Mesmo assim, continuamos a fazer-lhe as vontades, exemplo de Suk é paradigmático.
Sobre a questão da falta de acordo, o Presidente não disse que o treinador ou quem o representa, pediram tudo, até prémios de títulos que ainda nem foram conquistados. Portanto, diabolizar o ex-treinador por isso, foi, como se vê, excessivo e não deve corresponder à verdade...

No chamado caso Sérgio Conceição, se a primeira opção foi José Peseiro, era ele que queríamos, compreendo que o F.C.Porto não andasse a desmentir Jorge Jesus - nunca se deve perder tempo com lixo, lixo é para os lixeiros. Obviamente, não estou a chamar lixo a JJ, mas à lixeira da manhã -, Marco Silva, Leonardo ou André Villas-Boas, mas estes não eram treinador de um adversário com quem íamos jogar passados poucos dias. Sérgio Conceição era diferente. Se houve conversa com o presidente do Vitória e o boato persistia, uma posição clara do F.C.Porto teria evitado alguns comportamento miseráveis e que só prejudicaram os Dragões e nem preciso de dizer porquê. Só se foi para ver até onde ia a desfaçatez de alguns escroques da nossa praça...

Fez bem Pinto da Costa em deixar claro que não pode haver misturas, entre quem é vice-presidente do F.C.Porto, eleito pelos sócios e homem forte do futebol, mas não só, como é o caso de Antero Henrique e Alexandre Pinto da Costa que é empresário de jogadores. Como o F.C.Porto não é uma monarquia, cada macaquinho no seu galho. Era o que faltava ser de outra maneira!

Gostei de saber que Rafa, emprestado à Académica e onde pode ganhar experiência, perceber o que é jogar na liga principal, vai fazer parte da equipa A. Espero que signifique uma mudança da política desportiva, Rafa não seja o único, com calma, sem queimar etapas, possamos ter outros. Ficaremos ganhar por tudo, desde a chamada mística - embora e como já disse muitas vezes, isso não é sinónimo de gente portuguesa ou da nossa formação...-, até aos custos salariais.

Pinto da Costa falou de arbitragem, colocou enfoque nas nomeações, nas classificações, devia ter ido mais longe, mostrar desagrado com os critérios das arbitragens, claramente desfavoráveis ao F.C.Porto.

Adrián, era o bom negócio, transformou-se num péssimo negócio. O jogador não rendeu, o empresário faltou ao compromisso de lhe arranjar um clube que libertasse o F.C.Porto do encargo que tinha, o F.C.Porto teve de se chegar à frente. Mas não há razões para cortar com Jorge Mendes... no futebol há muitas maneiras de matar pulgas. O empresário tem uma carteira de grandes jogadores, quem sabe e até já neste mercado de Janeiro, não começa a descontar?

Acho muito bem que se façam os possíveis para que a formação tenha um seu espaço, de preferência, no Porto ou próximo do Porto, o Olival fique apenas para os seniores. Como já referi, no passado e no campo de treinos das Antas, com aquele ambiente e aquela pressão, que não era só para os adversários, os miúdos cresciam depressa, rapidamente se via quem é quem, quem tinha ou não tinha estofo. Um estádio para os jogos da formação que estivesse quase sempre cheio, como acontecia nos bons velhos tempos das Antas, seria muito bom.

Conclusão:
Não abordei todos os temas da entrevista, apenas aqueles que considero mais importantes. Tenho pena que uma das minhas e penso que de muitos portistas, preocupações e que é um Porto demasiado calado, sem voz e sem a alma de outros tempos, que não reage a nada, mesmo em circunstâncias em que o seu bom nome e a sua honra é colocado em causa e pior, convive alegremente com aqueles que o tratam mal, não tenha sido motivo de conversa. Como tenho pena que se continue sem saber se o nº 2 vai continuar a ser o João Pinto, ou emergirá alguém, para e em ocasiões especiais, dar a cara pelo F.C.Porto. Há momentos na vida de um clube, como na vida de uma grande empresa ou de um país, que a ausência pública do líder permite tudo, desde às mais grosseiras mentiras, até a boatos e insinuações, que minam o entusiasmo, credibilidade, desmotivam e desmobilizam. Pinto da Costa, ao contrário do que acontecia no passado, agora aparece pouco. Há razões que justificam esse comportamento, mas nestes tempos onde tudo circula muito depressa, Pinto da Costa tem de aparecer mais ou criar condições para que a mensagem do F.C.Porto passe, seja através de alguém, seja no Porto Canal, sem demagogia ou populismo, mas mais agressivo e mais afirmativo. Não podemos continuar a permitir este despautério onde o nome do F.C.Porto é muitas vezes vítima dos mais inacreditáveis e soezes ataques. Não podemos permitir que os nossos adversários tenham sequer a tentação de pensar que o F.C.Porto não tem liderança ou tem uma liderança fraca, podem dizer e fazer o que querem.

Nota final:
A entrevista foi no canal de televisão gerido pelo F.C.Porto e não pensarei errado se pensar que Pinto da Costa está contente com o canal e com quem o dirige. Eu tirando alguns, poucos, programas e alguns espaços F.C.Porto, jogos incluídos, não estou.

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