quarta-feira, 19 de setembro de 2012
No rescaldo da vitória do F.C.Porto em Zagreb, importa dizer mais umas coisas, importa que nos situemos, que tenhamos consciência das nossas possibilidades e contra quem estamos a competir. Somos um grande clube europeu, somos respeitados, temos tido performances que nos honram e nos orgulham, temos rankings que, por exemplo, nos colocaram no pote 1 da Champions League. Mas não somos um Manchester United, um Bayern de Munique, um Real ou um Barça, não temos o dinheiro do Chelsea, do PSG ou do Manchester City. Isto significa que temos de ter noção da realidade, consciência que exigência, sim, mas sem megalomanias. Na prova mais importante da UEFA, não somos favoritos, corremos por fora, vamos tentar fazer o melhor, ganhando ou fazendo tudo para ganhar, sempre, sabendo porém, que se ganhar ao Dínamo estava perfeitamente ao nosso alcance e não ganhar seria um mau resultado, jogos virão em que temos de perceber que o grau de exigência tem de baixar. Atenção!, não significa que vamos entrar derrotados ou que perder é uma certeza. Assim e como conclusão, em primeiro lugar, como exigência mínima e porque está ao nosso alcance, chegar aos oitavos-de-final e depois vê-se.
Ainda sobre o jogo de ontem, gostaria de dizer o seguinte: a ideia com que fiquei é que neste momento o F.C.Porto tem um grupo amigo, unido, solidário e isso não sendo tudo, é muito importante para o sucesso. Não se deve exclusivamente a Lucho González, mas para mim, muito de deve à liderança serena, tranquila, de El Comandante. Há tempos atrás fiz um post sobre símbolos e fazia distinção entre o que para mim são símbolos e o que são referências. Lucho é uma referência e como diz um amigo meu, é um dos nossos. Não nasceu portista, não é oriundo da nossa formação, mas é um grande profissional, um exemplo e isso, para mim, é tudo o que eu exijo a quem veste a camisola do F.C.Porto.
Também gostaria de fazer uma referência a James Rodríguez. Mais que saber se o jovem internacional colombiano deve jogar a 10 ou nas alas, importa perceber que o problema de James é consistência, regularidade. Não nos podemos esquecer que apesar de ser um talento, ter um enorme potencial e já alguma maturidade, estamos na presença de um jogador de 21 anos e que ainda está numa fase de crescimento. 10 ou alas, para mim, nesta altura, é uma falsa questão.
E para terminar, sobre o Jackson Martínez. Falhou um golo incrível, não esteve muito inspirado, mas não é isso que vai afectar a minha análise sobre o jogador - gosto bastante. Agora, não se pode pedir a um jogador que chegue e rebente. Mesmo super-Falcao não fez isso na primeira época de F.C.Porto. Normalmente os arrasos a jogadores do F.C.Porto, pela imprensa rasca da capital do império falido, acabam quando eles, no campo, provam o contrário e marcam os golinhos aquele clube que nós sabemos..
Notas finais:
Depois desta decisão da decisão da FIFA em estender o castigo de Luisão às provas europeias, fica claro para quem ainda tivesse dúvidas, que era impossível ao Conselho de Disciplina fazer uma manobra semelhante à do castigo a Jorge Jesus. Mesmo assim foi apenas a pena mínima, mesmo assim ainda houve um conselheiro, Domingos Cordeiro, fixem o nome, que votou vencido. Não vi, mas contaram-me que Fernando Mãozinhas Seara, fez uma figurinha triste quando afirmou não acreditar que a entidade máxima do futebol mundial estende-se o castigo às provas europeias. Deve ter sido uma machadada muito grande no ego do FMS.
Incompreensível e difícil de explicar a forma como Luís Duque, com a colaboração do Rascord, aponta culpas ao árbitro do Marítimo versus Sporting de segunda-feira passada. O lance que dá origem ao livre e daí o golo do empate, é de muito difícil avaliação e mesmo com câmara lenta e várias repetições, ninguém pode garantir peremptoriamente que não existe falta. Enquanto esta cultura da vitimização, do choradinho para retirar dividendos futuros, calimera, persistir, vai ser complicado aos leões darem um passo em frente. Desta vez esteve bem o Dr. Barroso ao dizer que são erros naturais e digo no plural, porque o Dr.Cutty viu que a bola defendida pelo guarda-redes do Marítimo estava dentro da baliza. Perante esta análise, podemos dizer e com toda a propriedade, foi o olho clínico do presidente da Assembleia Geral do Sporting que viu o que mais ninguém conseguiu ver.