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domingo, 30 de setembro de 2012


Nota do autor:
Nesta altura em que o F.C.Porto é das poucas coisas que ainda vai valendo a pena, ninguém sofre mais, nem fica mais irritado que eu, quando acontecem exibições e resultados como o de ontem. No entanto procuro ser claro, objectivo, construtivo, não colocar tudo em causa, arranjar sempre o mesmo bode expiatório, no caso, o treinador, que tem culpas claro, mas nunca pode ser o único culpado. Quem comungar deste espírito, é sempre bem-vindo, quem continue na saga, o ano passado não tive razão, mas este ano vou ter e com este treinador não vamos a lado nenhum; que quando o F.C.Porto ganha metem a viola ao saco, quando as coisas correm mal, aí estão eles, lestos a mandar bocas, algumas sem ponta por onde se lhe pegue, sem nenhum conteúdo positivo, no Dragão até à morte não vai ter hipóteses, a porta da rua é serventia da casa. E vamos ao que interessa.

Esta mania de estar a ganhar e passar a controlar, não tentar fazer tudo para aumentar a vantagem e matar o jogo, não é conjuntural, não foi apenas no jogo de ontem, é estrutural, vem de há muitos anos a esta parte, com algumas, poucas excepções. Depois de Bobby Robson que batia na tecla do "pass precise" e "killer instinct", até à exaustão e as suas equipas para além de jogarem bem, não eram equipas adormecidas, que se limitavam a controlar, antes pelo contrário, se marcavam um, iam à procura do segundo e se marcavam o segundo, iam à procura do terceiro, salvo a primeira volta, da primeira época com António Oliveira, alguns jogos, principalmente na parte final da época do Penta, com Fernando Santos, o ano de José Mourinho em que vencemos a Taça UEFA e num determinado período, entre a eliminatória com o Sevilha e o jogo frente ao Villarreal, do consulado de André Villas-Boas, o F.C.Porto mais controlador que matador, é o que está a dar. O paradigma foi Jesualdo e as coisas, como ontem se viu, continuam com Vítor Pereira. Temos posse, mas é para trás e para o lado, procuramos poucas vezes a baliza adversária, erramos muitos passes, raramente encontramos a melhor definição para concluir, não há o "killer instinct" que falava e praticava B.Robson. Depois, quem não mata, às vezes ganha, mas também empata e até perde. Dito isto e como conclusão direi o seguinte: sendo os adepto portistas exigentes, mas conscientes que às vezes é preferível ganhar a jogar mal, que perder com uma grande exibição, é para mim claro que estando a vencer, prefiro empatar, sabendo que fizemos tudo para aumentar a vantagem e ganhar e só não ganhamos por circunstâncias em que o jogo é fértil, que constatar que não fizemos nada do que devíamos e empatamos na mesma. Posse, sim!, controlo, sim!, mas para a frente, procurando sempre a baliza adversária, matar o jogo. Esta para mim tem de ser a filosofia, compete a quem dirige, no caso o treinador, passá-la e repassá-la, constantemente, para depois e quando lhe perguntam porque aconteceu aquela segunda-parte de ontem, a resposta não seja, "Isso queria eu saber". Mas se os avisos são constantes e se ontem eles não foram levados a sério, tem de haver consequências para quarta-feira.

Nota final:
Como é óbvio, este raciocínio, não é para todos os jogos, é para equipas em que somos claramente superiores, como era o caso do jogo de Vila do Conde. Tenho noção da realidade, tenho noção das nossas limitações, a um nível superior. Sendo assim, ninguém pense que as exigência será a mesma frente a equipas, por exemplo, como aquela que nos visita na próxima quarta-feira. Frente aos milionários do PSG temos de ter alguns cuidados, ser calculistas, não nos fica mal, arriscar menos, ir lá mais pela certa, controlar. Mas aí, os jogadores já terão outro espírito e nem é preciso o treinador dizer muita coisa para os alertar e motivar.

PS 1 - Como disse no post de ontem, depois de uma má prestação do F.C.Porto, não gosto de me desculpar, à boa maneira de calimeros e rascas da silva, mas não façam de mim parvo. Dizer que o Rio Ave foi tão prejudicado como o bi-campeão, é um atentado à inteligência de quem viu o jogo. É verdade que foi mal assinalado um fora-de-jogo a João Tomás, mas dizer que o avançado do Rio Ave estava em posição privilegiada para fazer golo, é uma mentira que envergonha quem a proferiu. Não estava e não estava, porque Helton tinha saído da baliza e morto o contra-ataque. Mas eu ontem ouvi tanta porcaria nos comentários ao jogo, como por exemplo, o Miguel Lopes devia jogar sempre, por ser melhor que o Danilo, que nem vale a pena dar grande importância...

PS 2 - Não vi o jogo da equipa B, empatamos, mas já me disseram que voltamos a ser prejudicados, com o golo do Penafiel a ser em claro fora-de-jogo. Também me disseram que Iturbe jogou muito pouco e que deu razão ao treinador em não o colocar na equipa principal. Mas como não vi e sou como o S. Tomé...

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