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domingo, 24 de fevereiro de 2013


Depois de um jogo da Champions que obrigou a um grande desgaste físico e mental, hoje, frente a um Rio Ave a fazer um excelente campeonato, a equipa do F.C.Porto teve uma ressaca difícil. Culpa própria, muita, mas também, verdade seja dita, mérito do conjunto orientado por Nuno Espírito Santo. Mérito do Rio Ave porque, se por um lado, foi sempre uma equipa curta e bastante recuada, por outro, foi uma equipa bem organizada e quando tinha bola, procurava jogar, sair no contra-ataque. Culpa do F.C.Porto porque foi lento a pensar e a executar, pouco organizado, trapalhão, complicativo e pior, com alguns a jogarem como grandes vedetas, de saltos altos e finos, com uma displicência que enervava o mais pacato dos adeptos. Como se fosse pouco e como cúmulo dessa forma de jogar, o penálti inacreditavelmente desperdiçado por Jackson e o golo de a equipa de Vila de Conde, oferecido a meias por Helton e Maicon, este e não foi só nesse lance, a fazer lembrar os seus piores tempos de azul e branco vestido. Valeu à equipa portista e já em cima da hora para o intervalo, mais um penálti - só deve ter deixado dúvidas ao comentador da Antena 1, Manuel Queiroz - que desta, embora sem grande convicção, Jackson transformou e colocou o resultado numa igualdade que se ajustava ao desenrolar da partida.

Na segunda-parte e com o resultado a não servir os interesses do F.C.Porto, Vítor Pereira deixou nas cabines um lento, desinspirado e cansado Izmaylov e fez entrar James Rodríguez. Não esteve na entrada do colombiano a responsabilidade pela melhoria da equipa portista, não, James passou completamente ao lado do jogo, a melhoria deveu-se a um aumento do ritmo, a uma melhor circulação de bola, de um jogo mais simples, mais organizado, a um Porto mais próximo do que pode e deve fazer. Com a subida do F.C.Porto, obviamente, o Rio Ave começou a ter dificuldades, já não esteve tão organizado, já não foi capaz de evitar que o perigo rondasse a sua baliza, já não teve possibilidades para sair tantas vezes em contra-ataque. Se o conjunto de Vítor Pereira já estava melhor, a entrada de S.Defour - ao contrário de James, parecia que nem tinha estado parado - para o lugar de um Lucho também abaixo das suas possibilidades, ainda melhor ficou e naturalmente, chegou à vantagem que soube guardar sem grandes problemas.

Tudo somado, vitória justíssima do bi-campeão, com a diferença mínima a ser o resultado certo. Mas é preciso dizer que se por um lado, a equipa do F.C.Porto tem como atenuante o jogo da Champions, por outro, também teve culpas pela forma relaxada, pouco esclarecida e displicente como pareceu encarar a partida. Espero que rapidamente se desça à terra, se volte a colocar os pés no chão, pois só com humildade e o espírito correcto, seremos capazes de ultrapassar os obstáculos e atingir os objectivos.

De Helton e Maicon já está tudo dito e se fui capaz de elogiar há tempos atrás a atitude do central quando jogou pela equipa B, hoje crítico-o e não não só pelas responsabilidades que teve no golo, também pela sobranceria, à grande vedeta, como se exibiu em particular na primeira-parte.
Danilo teve pela frente um excelente Bebé e teve dificuldades. Abusou dos remates de fora. Até parece uma reacção, género, se não me deixam marcar os livres... vai daqui.
Gostei de Otamendi, o melhor defesa e também do jovem Quiño. Quem joga assim na estreia e no Dragão, para mais num jogo complicado, só tem de continuar neste caminho, crescer e esperar. Tem futuro.
Fernando foi outro dos que nem de perto nem de longe, repetiu a exibição de terça-feira. Sempre generoso, sobre isso não restam dúvidas, mas trapalhão e a falhar muitos passes.
Castro entrou no fim e no pouco tempo que teve, ainda ganhou um livre e cabeceou uma bola à baliza de Oblak. 
Lucho estava cansado o capitão e quando é assim, não rende o normal e naturalmente, a equipa ressente-se.
Moutinho, não repetiu o jogo frente ao Málaga, mas para mim, foi o melhor do F.C.Porto.
De Izmaylov já disse tudo e de Defour também.
Gostei, mesmo com algumas irritações à mistura, de Silvestre Varela. Deu largura, profundidade, ajudou e combinou bem com Quiño. Hoje Varela foi dos melhores.
James, como disse, passou completamente ao lado do jogo. Pareceu cansado?, alheado, andou meio perdido, complicou mais do que jogou. Precisamos que o James que faz a diferença regresse rapidamente. Este ainda está muito longe.
Jackson, começou por me querer mostrar que estava cheio de razão, quando disse que andava a complicar, a perder a capacidade de jogar simples, a forçar, em vez de tocar e ir. O paradigma foi a forma como marcou o penálti. Mas foi um mal que veio por bem e a partir daí Cha Cha Cha voltou ao seu normal. É um ponta-de-lança de grande qualidade e o golo da vitória e um exemplo do seu talento. Espero que o deslumbramento - é o que acho - tenha passado.

Nota final:
Com uma semana até ao jogo de Alvalade, acredito que frente ao Sporting estará um Porto muito diferente, para melhor, do de hoje.

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