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quarta-feira, 23 de outubro de 2013


Agora, com mais calma, mais a frio, importa dizer o seguinte:
Mesmo que a situação esteja muito complicada na Champions - temos de ir ganhar a S.Petersburgo para continuarmos na luta pelo apuramento... -, eu não atiro a toalha, eu acredito na passagem aos oitavos-de-final. Não porque sim, não porque sou um adepto irrealista, ajo com o coração e não com a cabeça, mas por convicção. Porque sou Porto e ser Porto é conhecer a História do F.C.Porto e essa História obriga-nos a confiar que enquanto for matematicamente possível, por mais difícil que seja a tarefa, desistir não faz parte do nosso ADN. Foi assim nos dois últimos anos e quando muitos já davam o título por perdido, foi assim em 2004/2005 e 2008/2009, como diz o Paulo Teixeira num dos comentários, quando a passagem em frente na Champions já parecia uma miragem. Em 2004/2005 à quarta jornada tínhamos 2 pontos, passamos em 2º lugar com 8; em 2008/2009 à terceira jornada tínhamos 3 pontos, perdido em casa com o Dínamo de Kiev na terceira jornada, fomos lá ganhar na quarta, acabamos a fase de grupos em 1º lugar. Nem preciso de dizer que esta minha convicção assenta no pressuposto que nos próximos jogos vamos ter um Porto igual ao de ontem: na atitude, no carácter e no espírito Dragão.

Eu também gostava que o F.C.Porto não vendesse ninguém e ainda se reforçasse. Mais do que eu, acredito, gostava o Presidente que sempre que é possível faz por isso. Fez em 1986/1987 quando tínhamos um plantel muito acima das nossas possibilidades; fez em 2003/2004 quando convenceu Mourinho e Deco a ficarem; ia fazê-lo em 2011/2012 se um rapaz que estava na cadeira de sonho, não abalasse a poucos dias de se iniciar a época. Mas na política desportiva do F.C.Porto, como já disse quinhentas vezes, não pode ser essa a regra. Não, a política desportiva do F.C.Porto é comprar bem, formar, valorizar, transferir... E é óbvio que esta política tem custos - se temos de abdicar dos melhores e se às vezes não conseguimos contratar quem se imponha logo, a integração demora mais tempo, temos problemas. É o que está a acontecer. Saíram Moutinho e James - jogadores de qualidade e que para além do seu valor, tinham 3 anos de F.C.Porto, com o que isso significa.. -, já tínhamos Defour e chegaram Herrera, Carlos Eduardo e Quintero. Ter o belga como já disse, não é a mesma coisa que ter o João e os outros, jovens com valor e potencial, precisam de tempo. Sendo assim, é difícil a nossa tarefa. Não nas competições internas, aí, com mais ou menos dificuldades, ainda vamos levando a água ao moinho e os danos têm sido pequenos, mas nas provas da UEFA, em particular na Champions. Na prova mais importante do mundo entre clubes, a exigência é muito maior e como temos visto esta época, frente a equipas de valor superior ou semelhante ao nosso, onde tudo se decide nos pormenores, o mínimo erro pode ser fatal, paga-se caro. Foi o que aconteceu nos dois últimos jogos. Às vezes as falhas de atenção, desconcentrações, alguma inexperiência, não têm consequências, outras, como se viu contra o Atletico de Madrid e o Zenit, fazem toda a diferença. Se a juntar a isso, não há aquela pontinha de sorte e a bola bate na trave e não entra... ainda pior.
Para mim isto é claro, está claro na minha forma de ver o F.C.Porto e de há muitos anos a esta parte. Obviamente que não há organizações perfeitas, nem homens infalíveis, podemos sempre melhorar. Para isso todos os contributos são bem-vindos, mas não é com crítica fácil, com soluções miraculosas ou dizendo mal de tudo e de todos, colocando tudo e todos em causa. Basta ter memória e no F.C.Porto nem precisa de ser comprida

Josué e Lucho:
Quando no post de ontem disse que o duo referido devia ter saído mais cedo, não é porque ache que jogaram mal, pelo contrário, quer o capitão quer Josué, fizeram um grande jogo - o Nº 8 provou que no meio, é outro jogador. Tem técnica, visão periférica, sabe ter bola, é capaz de fazer passes de rotura. Lucho é a referência da equipa, o toque de classe, o grande capitão. Sim, porque estavamos com menos um e isso obrigou ambos a desdobrarem-se, a acorrerem a vários lados e naturalmente, acusaram o desgaste. Josué porque pouco habituado a estes andamentos; Lucho porque já não tem a frescura de outros tempos. Pelas razões apontadas, o meio-campo e a partir do meio da segunda-parte, com excepção de um super-Polvo, começou a perder intensidade, organização, capacidade de trazer a equipa para a frente, Lucho e Josué começaram a chegar tarde às bolas e a fazer faltas, algumas junto da área. Josué saiu aos 75, Lucho após o golo do Zenit, aos 86. Para mim, Defour devia ter entrado mais cedo para o lugar de Josué; Lucho devia ter saído na altura, minuto 75, que saiu o ex-Paços. É jogar no totobola à segunda-feira? OK, cada um que pense o que quiser, esse foi o meu pensamento no estádio e foi bem audível.

Público do Dragão:
Já fiz vários posts sobre assobios e assobiadores, estão aí e quem quiser conhecê-los basta ir à barra de pesquisa, colocar assobios e pode ver o que penso sobre o assunto. Não vou, portanto, aprofundar, mas depois do que aconteceu ontem, importa dizer mais qualquer coisa. O público do Dragão é exigente, a isso foi habituado, mas percebe de futebol e é justo - também aqui há obviamente excepções. Ontem, mesmo perdendo, despediu a equipa com aplausos e com o suporte das claques, nunca deixou de dar ânimo, carinho e o estímulo que ela precisava para lutar e conseguir outro resultado. Ao contrário, mesmo ganhando ao Trofense, a equipa saiu apupada. Porque será? Para mim que conheço o público portista há dezenas de anos, desde o tempo do célebre Tribunal das Antas, porque, podemos sempre empatar ou até perder, mas temos sempre de sair do campo com a certeza que fizemos tudo para ganhar. Temos de ter sempre a certeza que quem veste a camisola do F.C.Porto a honra com profissionalismo, dá sempre o máximo.

Última hora:
Taça de Portugal, 4ª eliminatória, Guimarães - F.C.Porto e Benfica - Sporting

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