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sábado, 2 de novembro de 2013


Era um jogo onde uma vitória do F.C.Porto manteria distâncias no campeonato, daria moral para São Petersburgo, seria iniciar da melhor forma um ciclo difícil e com três jogos fora de casa. Mas este Porto não se recomenda. Erra muito, joga pouco, não se dá ao respeito, transforma uma mosca num elefante. E no fim lá vem o discursozinho redondo, do relvado que não estava em condições para circular a bola - quantos jogos já fizemos e com boas exibições em relvados piores? - da falta de eficácia, como se tivéssemos tido muitas oportunidades, do mérito ao adversário, como se tivéssemos jogado contra uma equipa forte, poderosa. Não, jogamos contra uma equipa fraca, mas que pareceu melhor do que é, porque nunca jogamos bem, nunca fomos Porto, erramos muitos passes, raramente tivemos uma jogada com princípio, meio e fim e como se isto fosse pouco, ainda cometemos erros primários, inadmissíveis e não foi só Mangala.
 
Fomos uma equipa lenta, previsível, mal organizada e por isso a dar muitos espaços: dominamos, tivemos mais posse, mas foi um domínio e uma posse inconsequente; fomos lentos a sair para o ataque e quando saímos rápido, fomos quase sempre uma equipa partida, o homem que levava a bola ia muitas vezes sozinho, tinha de olhar e recuar. Porquê, se quando fizemos bem, circulamos bem, procuramos a melhor solução, não inventamos, em duas jogadas, podíamos ter marcado - Jackson cabeceou ao lado e Danilo atirou rente ao poste, sendo esses, mais o lance de Ricardo, as únicas oportunidades do F.C.Porto? E depois, frente a uma equipa recuada, quantos remates de fora fizemos à baliza? Enfim, resumindo, resultado justo, mais uma exibição abaixo dos mínimos exigíveis, mais uma desilusão. Se temos de ter consciência e saber que não podemos ganhar sempre, perder pontos frente a estas equipas e com exibições desta qualidade, dão cabo da paciência ao mais santo dos adeptos. Uma coisa é perder 2 pontos, porque o adversário é forte, recheado de bons jogadores, fez um jogão, outra é uma equipazinha a quem bastou uma boa atitude, uma organização razoável para contrariar o favoritismo do F.C.Porto.
Destacar alguém depois de um jogo destes, é um exercício difícil... Talvez Helton. E digo tudo ao destacar o guarda-redes...

Notas finais:
Todas as semanas tenho a esperança de ver, já não digo Ópera, mas uma exibição razoável e uma vitória tranquila, principalmente em jogos em que somos melhores. Os tempos passam e quando após uma vitória moralizadora frente ao Sporting, esperava evolução e um jogo bem conseguido, regredimos, voltamos atrás, as desconfianças estão de regresso.

Mas como este era um jogo que não decidia nada, os próximos já são decisivos e sou um portista de fé, espero que na Rússia e depois em Guimarães, se não houver qualidade de jogo, não falte atitude, carácter e não apareçam erros de principiante. Um Porto com alma e não este Porto que vive de fogachos, complicativo, onde jogadores pagos a preço de ouro, não se distinguem daqueles que ganham 10 vezes menos. Uma equipa com liderança e não um treinador que parece tolhido pelo medo, previzível, incapaz de dar um murro na mesa, ser activo e não reactivo. Este Porto tem de voltar a ser uma equipa sólida, com defesa, meio-campo e ataque. O que mais me incomoda é que vi na pré-época coisas que me agradaram, apenas faltava uma melhor definição e organização do meio-campo...

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