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domingo, 23 de fevereiro de 2014


Sinceramente, nem sei se valerá a pena falar deste jogo quando posso a qualquer momento ser ultrapassado pelos acontecimentos, Paulo Fonseca já não ser treinador do F.C.Porto. E falar do jogo para quê, se o  filme que tenho para contar é igual a muitos outros e vocês já conhecem de trás para a frente e da frente para trás? Valerá a pena falar, repetir, que este futebol portista não é nada? Será novidade se disser que o futebol deste Porto é trapalhão, incaracterístico, desorganizado, anárquico, pobre e em auto-gestão, um futebol em que cada um faz o que quer, perante o cruzar de braços de um treinador que, manifestamente não tem unhas para tamanha guitarra? Valerá a pena perder tempo a falar, repetir, sobre o valor do plantel do F.C.Porto, quando hoje, perdemos em casa - facto que já não acontecia desde 2008 - frente a um Estoril que em relação à temporada anterior perdeu os quatro melhores jogadores: Steven Vitória, Jefferson, Licá e Carlos Eduardo e já esta época perdeu em Janeiro o seu melhor avançado e marcador, Luís Leal? E mesmo assim, esse Estoril que fez história nesta triste noite do Dragão - nunca tinha ganho na casa do F.C.Porto - foi sempre mais equipa na organização, na coesão, na forma colectiva, unida e solidária como evoluiu em grande parte dos 90 minutos? Valerá a pena falar, repetir que o treinador do F.C.Porto não é activo, é reactivo, medroso, nunca teve um rasgo que surpreendesse e mesmo quando entrava pelos olhos dentro que era preciso dar um murro na mesa, agitar, ficava impávido e sereno a ver a casa cair? Valerá a pena falar, repetir, que Paulo Fonseca não é líder - um líder, mesmo na turbulência, une o grupo, blinda o balneário, segue em frente sem medo - quando isso está mais que visto, na forma como cada um faz o que quer dentro do campo perante a complacência do treinador? Mas se tudo o que foi dito é verdade e mostra as fragilidades de um bom homem, mas um treinador impreparado para tamanha empreitada, Paulo Fonseca não tomou o lugar de assalto, não se manteve no lugar usando todo o tipo de artilharia, ameçando disparar a matar se fosse despedido. Não, pelo contrário, sempre teve um comportamento correcto, desprendido, sempre colocou os interesses do F.C.Porto acima dos seus. Portanto e concluindo, quem tem de decidir que decida e assuma as responsabilidades da decisão.
Não sei o que vai acontecer amanhã na Luz, mas se o clube do regime ganhar e com Nuno Almeida arbitrar será uma grande surpresa se não ganhar, mesmo que a matemática não deixe o F.C.Porto fora do título, acreditar no tetra entra no âmbito do paranormal, do delírio e eu acredito sempre, mais não sou irrealista, nem louco.

Nota final:
Estou muito triste, desiludido, desencantado, mas estou em casa. Não vou perder o norte, pressionar, desatar a disparar em todas as direcções, atacar tudo e todos, faltar ao respeito a ninguém. E portanto, também não permitirei que faltem ao respeito, seja a quem for.
O F.C.Porto é minha segunda família e as famílias são sagradas. Criticam-se, mas sempre com respeito, objectividade, construtivamente. Pisar em cima de quem está por baixo, fazer chacota, abandalhar, é fácil, mas revela uma forma de estar que não é a minha. E então em relação à família nem se fala!


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