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domingo, 6 de abril de 2014


Começo pela segunda-parte:
Compreendo que com os dois primeiros lugares do campeonato entregues a motivação já não seja muita.
Compreendo que em função disso, a cabeça já esteja no jogo da segunda-mão frente ao Sevilha.
Compreendo que com a sucessão de jogos e pouco tempo para recuperar, o cansaço já se faça notar.
Compreendo que com as poupanças, Defour e Mangala nem foram convocados, Danilo e Quaresma só entraram na segunda-parte e essas alterações na estrutura da equipa se tenham feito notar.
Compreendo que com o resultado feito ao intervalo haja tendência para abrandar e relaxar. Mas apesar de todas as atenuantes, não compreendo que não tenhamos conseguido controlar, que tenhamos complicado tanto, em vez de simplificar. Não compreendo que na segunda-parte tenhamos jogado tão mal, transformado os segundos 45 minutos num longo bocejo, com uma qualidade de jogo bem abaixo dos mínimos exigíveis. Não compreendo que nos tenhamos exposto tanto. Era apenas Académica... Valeu Fabiano.

A primeira-parte, não foi brilhante, longe disso, mas se comparada com a segunda... foi Ópera.
Chegando à vantagem logo no início de jogo, minuto 5 - passe de rotura de Herrera para Ghilas, o argelino a fazer ver como se cruza e Jackson a inaugurar o marcador -, sem ainda ter feito nada para merecer ficar em vantagem, o F.C.Porto não aproveitou a embalagem para se impor. Pelo contrário. Não pressionando no meio-campo, permitindo que os jogadores da Académica tivessem tempo para pensar e executar e ainda por cima facilitando, ora andando de mais com a bola e perdendo-a em zonas proibidas, ora fazendo más opções, tentando sair a jogar quando se pedia para despachar, o conjunto de Luís Castro pode agradecer ao seu guarda-redes o facto de não ter sofrido logo quase de seguida, minuto 11, o golo do empate. Mas nem isso acordou a equipa portista e voltou a valer Fabiano fazendo mais uma excelente defesa e evitando novamente o golo que a Briosa já merecia. Não marcou a equipa de Sérgio Conceição, mas marcou o F.C.Porto, minuto 24 - bela jogada de entendimento entre Ghilas e Jackson, o colombiano serviu o argelino que à saída de Ricardo tocou-lhe por cima fazendo um golo de belo efeito. Sem brilhantismo, mas com muita eficácia, a equipa portista chegava a uma vantagem confortável. A perder por 2-0, o conjunto que viajou da cidade dos estudantes voltou a reagir, a ameaçar, mas seria no entanto o F.C.Porto a marcar, num penalty indiscutível, sobre Quintero que Jackson transformou. E assim, com uma percentagem muito boa de aproveitamento, o conjunto azul e branco chegou ao intervalo com o resultado dilatado, resultado que era excessivo para o que tinha sido o jogo e para as oportuniddaes que a Académica criou.

Da segunda-parte já disse tudo, apenas falta acrescentar que o golo que a Briosa marcou é uma caixa de Abdoulaye, que parece apostado, cada jogo que faz, em contrariar aqueles que vêem nele um central com futuro.

Tudo somado, vitória justa, mas que devia ter sido pela diferença mínima, numa segunda-parte para esquecer do conjunto de Luís Castro.

Notas positivas:
Fabiano, decisivo; Ricardo, atendendo que não é defesa, vai fazendo pela vida, ora à direita ora à esquerda; Reyes, muito melhor que o parceiro do lado e indiscutível neste momento; Alex Sandro muito bem, mesmo sem grande ajuda de Varela; Danilo entrou bem a substituir o compatriota, passando Ricardo para o lado esquerdo.
Herrera, entre o positivo, até ao intervalo e o negativo, depois do descanso, fica neutro.
Belíssimo jogo de Jackson: dois golos e alguns pormenores de classe; ainda bem que Ghilas saiu naquela altura, parecia apostado em estragar tudo que de bom tinha feito na primeira-parte e foi muito.

Notas negativas:
A segunda-parte que foi intragável.
Abdoulaye, pelas razões que já apontei e acrescento má colocação, más abordagens aos lances, dominando quando devia despachar, despachando quando devia dominar...
Fernando, claramente desgastado e por isso, complicativo; Quintero, curto, sem intensidade e sem pulmão para 90 minutos. Muitos dos problemas no meio-campo tiveram origem no facto dele só jogar com a bola no pé. Não sabe jogar sem bola, não marca, muito menos pressiona; Josué, claríssima oportunidade perdida. Está sem confiança, tem acusado a pouca utilização - reage, moço!
Quaresma, juntou-se aos grupo dos amigos de complicar. Varela está na fase do menos. Espero que em Sevilha esteja na parte do mais.

Nota final:
Episódio caricato, choque entre Fernando Alexandre e o árbitro Manuel Mota, aos 12 e que teve como consequência a lesão do juíz bracarense que já não regressou na segunda-parte, sendo substituído pelo quarto árbitro.

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