Ser líder não é para todos. Uns são, outros não. As lideranças não se apregoam, praticam-se. Ainda é cedo para tirar conclusões definitivas, mas Julen Lopetegui parece-me um líder. Recordo que quando chegou ao F.C.Porto o treinador basco disse que o colectivo é o mais importante, ninguém está acima da equipa. Também já disse que não há titulares, todos estão em igualdade de circunstâncias, todos são titulares. E tem sido coerente, tem cumprido. Portanto, filmes, invenções, caras de enjoado, amuos, ou me engano muito, ou é para o lado que Lopetegui dorme melhor. Mas se há quem não esteja bem com esta forma de liderar e de gerir o grupo, quem não esteja imbuído deste espírito, é fácil: como ainda faltam uns dias até ao fecho do mercado, é só dizer que não está contente, deve conseguir arranjar-se sempre qualquer coisa... Quaresma contava jogar de início e não ficou contente por não jogar. É natural, todos os jogadores gostam de jogar de início, mas como só podem jogar onze e temos vinte e tal... Também sabemos, pelo que ouvimos e lemos, Quaresma no banco deu pretexto para muita coisa... Não vão ter sorte, esta época não vai ser preciso o Presidente e a estrutura andarem sempre a intervir, está lá o treinador para matar qualquer foco de instabilidade à nascença - seja com o Quim, com o Manel ou com o Quaresma.
Ninguém vai ter hipóteses de abrir brechas na muralha do Dragão.

Pode haver quem olhe para o comportamento do Lille, para aquilo que os franceses mostraram no jogo de ontem e ache que tivemos cautelas excessivas. Não concordo - a pior coisa que pode acontecer para treinador, equipa e adeptos do F.C.Porto, é olharem para o jogo de ontem e pensarem que no Estádio do Dragão vão ser favas contadas. A importância do jogo para o F.C.Porto obrigava a todos os cuidados. Estar na Champions, como disse anteriormente, é fundamental por tudo e ainda por mais uma coisa: estamos a construir um grande plantel; a equipa já mostra alguns atributos interessantes, mas é uma equipa nova no duplo sentido da palavra - nova na idade, ontem a média de idades não chegou aos 23 anos e no clube. Há um treinador que chegou agora, com ideias de treino e de jogo diferentes. Precisamos de tempo. E enquanto a máquina não fica bem oleada, é importante ganhar, é importante atingir objectivos. Com bons resultados e objectivos atingidos, a equipa cresce mais tranquilamente, mais saudavelmente, a pressão diminui, o trabalho torna-se mais fácil, o caminho menos complicado. O Porto de ontem, sem alas, com muitos médios, alguns a fazerem de alas, não vai ser o Porto do futuro. Não vai ser o Porto da grande maioria dos jogos, embora possa ser o Porto que vai aparecer em alguns jogos, particularmente na Champions, se lá estivermos, como esperamos e desejamos. Quando há muita coisa em jogo, mais importante que a nota artística ou brilhantismo da exibição, é o resultado que permite chegar onde queremos. Mourinho jogou a final da Champions em 2004 com 4 defesas - Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho e Nuno Valente -, 5 médios - Costinha, Maniche, Pedro Mendes, Deco e Carlos Alberto - e 1 avançado - Derlei. A exibição, mas fizemos história. Também não foi brilhante a prestação na final da Liga Europa em 2011, mas ganhamos. Temos qualidade para no futuro juntarmos a exibição ao resultado. Nós adeptos, podemos contribuir para que as coisas evoluam mais facilmente, se tivermos a calma e a paciência necessária para perceber que neste momento, mais que tudo, importa ganhar. Nem que seja marcando golos com o traseiro.

Jornalismo entre aspas.
Então é assim: o Milan vai vender ou já vendeu Balotelli ao Liverpool e quer Jackson para o substituir. Propõe o seguinte negócio: empréstimo de uma época por 4 milhões de euros e com opção de compra de 21 milhões no final da temporada. Isto faz algum sentido? Um site italiano coloca isto e a nossa querida comunicação social faz eco, nem percebendo o ridículo da situação.
Ah, para tudo ser perfeito, o substituto de Jackson é o uruguaio do Palermo, Abel Fernández.
Como tenho dito e repetido, o F.C.Porto não se pode dar ao luxo de recusar certos negócios. E embora não esteja nada previsto, pode acontecer que um clube daqueles de dinheiro fácil, em desespero de causa, perca a cabeça e gaste uma pipa de massa para levar Cha Cha Cha. Também não me surpreenderia que o F.C.Porto, qual clube prevenido vale por dois, já tenha alguém em vista para resolver um problema de última hora. Agora este filme que andaram a propagandear, não faz qualquer sentido, não tem ponta por onde se pegue.