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domingo, 5 de outubro de 2014


Depois de três empates consecutivos era necessário regressar às vitórias sob pena do fosso para o primeiro lugar aumentar, atingir uma dimensão que começasse a preocupar.
Era fundamental também que à atitude que não tem merecido reclamações, ao domínio e melhor qualidade de jogo em quase todas as partidas que não terminaram com vitórias portistas, se juntasse hoje uma maior eficácia e contundência ofensiva, uma pressão e intensidade mais duradoira, uma segurança defensiva e na zona de construção que não voltasse a cometer erros grosseiros.
Resumindo: corrigir o que não tem estado bem, melhorar e aperfeiçoar aquilo que já dá sinais positivos. Não foi o que aconteceu, algumas das virtudes estiveram lá, mas os erros e os defeitos continuaram. Sendo assim, frente a um adversário atrevido, bem organizado, rápido a sair para o contra-ataque e com bons jogadores que aproveitaram o excelente palco do Dragão para brilharem, foi preciso sofrer muito, ter espírito de sacrifício para conquistar os três pontos. Três pontos que, apesar de tudo, foram merecidos. Era importante ganhar, ganhamos. Nestes jogos complicados e nesta altura, quando não é possível juntar nota artística à exibição, paciência, os três pontos é que têm de ficar no lado de cá.

Com apenas uma alteração na equipa que tinha entrado de início na Ucrânia, Jackson entrou para o lugar de Aboubakar, desde cedo o conjunto de Lopetegui começou a ter problemas. Marcano tem dificuldades a médio e se frente ao Shakhtar, numa estratégia de maior contenção, a sua titularidade e maturidade foi compreensível, hoje, num jogo em que competia ao F.C.Porto ter a iniciativa, começou ali a emperrar o jogo portista. Como Herrera também não esteve particularmente feliz e Óliver estava longe, o meio-campo da equipa de Lopetegui funcionava mal, tinha bola, mas raramente sabia o que fazer com ela, o jogo foi mais para trás que para frente. Como ainda por cima perdíamos bolas em zonas proibidas e o Braga aproveitou tudo o que correu mal para criar perigo, Fabiano viu a sua baliza em risco uma e outra vez. Estava a equipa portista nervosa, trapalhona e complicativa, quando chegou à vantagem por Martins Indi. Por cima no marcador, mesmo sem estar por cima do jogo - em futebol a justiça e a injustiça andam ali muito perto da outra -, acreditou-se que a partir daí tudo ficaria mais fácil. E parecia, quando Danilo em vez de rematar de primeira, quis dominar, perdeu a bola, não fez o 2-0 e como logo a seguir Brahimi cometeu um erro grosseiro, o Braga empatou por José Luís e colocou justiça no marcador. Danilo, desta vez fazendo bem, passado pouco tempo podia ter colocado novamente o F.C.Porto em vantagem, mas remate esbarrou na barra e não entrou. Seria pesado para a equipa de Sérgio Conceição, o Braga fez o suficiente para ir para o intervalo com um resultado positivo.

Vendo que as coisas não estavam bem, Lopetegui corrigiu. Ficaram nas cabines Herrera e Marcano, entraram Rúben Neves e Quintero. E houve claramente mais Porto na segunda-parte. Ser ter o jogo controlado, o F.C.Porto foi mais forte, jogou e circulou melhor, chegou ao 2-1. Mas depois, como nunca acalmou, nunca foi capaz de controlar o jogo, nem definir bem o último passe - remates em vez de passes, passes em vez de remates, entradas por dentro quando se pedia por for (Brahimi abusou. Tantas vez entrou Alex nas suas costa e nenhum vez lhe passou a bola...), perdas de bola inadmissíveis..-, aproveitar os riscos que o Braga ia correr para matar o jogo, sofreu mais do que era desejável. E se podia em várias ocasiões ter marcado - apesar de algumas más definições que já referi, também houve sempre alguém dos vermelhos e brancos a dar o corpo ao manifesto e a impedir o golo tranquilizador -, também podia ter sofrido - Fabiano salvou com os pés, o paradigma do que foi mais um erro grosseiro. Deste vez foi Rúben que inventou, quis fazer umas coxinhas, perdeu a bola, Óliver a fazer falta que deu origem ao mais perigoso lance bracarense dos segundos 45 minutos. Depois e até final, como a diferença mínima continuava, o jogo durou até aos 90+4 e o espectro do empate esteve sempre presente. Não aconteceu e o F.C.Porto arrecadou os três pontos com justiça, embora se fosse um empate também não escandalizaria.

Nota final:
Foi um belo jogo de futebol. Um verdadeiro jogo de campeonato. Houve emoção, entrega, golos, algumas belas jogadas, perigo a rondar as duas balizas, incerteza no marcador até ao fim. Compreendo que os portistas quisessem mais, uma vitória tranquila, uma melhor exibição, mas nestes jogos tão difíceis, conquistar os três pontos acalma as hostes, dá moral e confiança a uma equipa que promete, mas ainda tem muito trabalho pela frente. Principalmente no sector intermédio.Os médios, mesmo com espaço para sair para o ataque, tendencialmente tocam para trás e com isso irritam e enervam uma plateia que também ferve muito.

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