segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Por tudo que está a acontecer e não preciso de repetir; porque era um derby; porque o piso do Bessa é sintético e isso influencia sempre; porque faltavam alguns jogadores importantes; porque não havia margem de manobra; este Boavista - Porto era um bom teste à moral, confiança e resistência das "tropas" de Julen Lopetegui. Pelas dificuldades encontradas, pela capacidade de nunca baixar os braços, foi um teste que não foi brilhante, mas mostrou esta malta não desiste e que vamos estar na luta até ao fim. Sem ajudas de espécie alguma, pelo contrário, como se viu mais uma vez hoje.
A primeira-parte foi aquilo que tem sido quase uma constante nos jogos do F.C.Porto frente a estas equipas que só se preocupam em defender: domínio total, muita posse, 72/28, mas pouca acutilância e agressividade ofensiva, pouca criatividade e capacidade para encontrar espaços do meio-campo, pouca gente na zona de finalização, apenas uma oportunidade clara e aos 44 minutos, quando Jackson completamente sozinho falhou um golo cantado. Depois, como não temos a sorte que outros têm, aos 14 minutos não foi assinalado mais um penalty por carga sobre Hernâni; aos 38 uma entrada às pernas do mesmo Hernâni, quando a bola já lá não estava, lance idêntico ao jogo da primeira-volta e que custou a expulsão de Maicon, desta vez nem amarelo.
Resumindo:
Porto penalizado porque não basta dominar, é preciso traduzir esse domínio em golos. É preciso pensar e executar rápido, é preciso mais intensidade, profundidade e contundência no último terço do campo.
A segunda-parte foi muito parecida com a primeira, continuou o domínio, muita posse, mas sem espaços, raramente o conjunto de Jule Lopetegui foi capaz de os encontrar porque lateralizou muito, demorou sempre demasiado a encontrar a melhor forma de desbloquear uma defesa que se batia muito bem. Mais, o Boavista meteu Uchedo e conseguiu chegar à baliza de Fabiano, pelo menos com um lance de perigo, facto que nunca tinha acontecido nos primeiros 45 minutos. Vendo que a coisa não atava nem desatava, o treinador do F.C.Porto tirou Hernâni - estreia pouco feliz -, meteu Tello, fez sair Quintero - mais uma oportunidade de se afirmar, desperdiçada - e meteu Brahimi, estava para meter Gonçalo quando Ricardo cruzou na direita, a bola sobrevoou a defesa axadrezada, foi parar a Tello na esquerda, o espanhol encarou o um para um, cruzou para perto da linha de golo onde Jackson colocou o F.C.Porto em vantagem mais que merecida. Faltavam 10 minutos mais os descontos para acabar, feito o mais difícil era preciso, mais que tudo, aguentar. Já não entrou o jovem ponta-de-lança, viria a entrar Evandro e não só aguentamos, como tiramos partido do Boavista ter arriscado e ainda aumentamos a vantagem por Brahimi, em mais uma assistência de Tello. Uffa!
Resumindo:
Conseguimos arrancar uma vitória muito difícil, num campo complicado e frente a uma equipa chata e que deixa tudo em campo. A exibição não foi famosa, mas como se viu depois do F.C.Porto chegado à vantagem, se o árbitro, marcasse o penalty as coisas ficariam mais simplificadas, o Boavista teria de abrir mais espaços, quiçá a qualidade de jogo dos Dragões não seria bem melhor? Também é preciso atentar nas circunstâncias que rodaram este jogo, desde a pressão pela obrigação de ganhar, até a uma primeira-mão da Champions desgastante, sem esquecer o facto de os Dragões terem tido várias ausências importantes.
Agora vamos descansar e depois vamos começar a preparar mais uma final.