terça-feira, 10 de março de 2015
Força, Danilo!!!
Estádio com uma moldura humana assinalável, 43.108 espectadores, que pagaram bilhete, note-se, grande expectativa, enorme entusiasmo, tudo preparado para assistir a uma grande noite europeia e a um resultado que permitisse ao F.C.Porto eliminar o Basileia e seguir em frente para os quartos-de-final da Champions League. Nesta fase da prova nada está garantido, mesmo as equipas favoritas se não encararem os jogos com o espírito correcto, a um nível alto, correm riscos de serem surpreendidas. Não há jantares grátis na prova rainha da UEFA, vide o que aconteceu em Madrid... Mas pode dizer-se que esta noite no Dragão as expectativas foram ultrapassadas, não fosse a lesão de Danilo - não é tão grave como se chegou a temer, felizmente - e tinha sido uma noite perfeita.
Primeira-parte bem conseguida por parte do F.C.Porto, que nem a lesão de Danilo e o aparato que se lhe seguiu - não me lembro de alguma vez ter visto uma ambulância a entrar no relvado de um estádio do F.C.Porto, nem na trágica morte de Pavão...-, perturbou. Para isso muito contribuiu o facto de Lopetegui, com a saída do lateral-direito e hoje capitão do F.C.Porto e sem nenhum lateral no banco, não mexer na dupla de centrais que estava bem, colocar Indi na esquerda e passar Alex Sandro para a direita. É verdade, Alex correspondeu em pleno e mesmo que a partir daí os
Dragões passassem a jogar com três esquerdinos no quarteto defensivo, tudo funcionou normalmente. Foi mais um sinal de que o trabalho está ser bem feito, que a máquina funciona, apesar de uma ou outra peça não estar ou estar deslocada. O conjunto orientado pelo treinador basco, cada vez mais consensual, esteve sempre muito bem organizado, pressionante, coeso, teve posse, mas com segurança, dominou, conseguiu algumas jogadas bonitas, marcou um golo - num livre superiormente executado por Brahimi -, só por uma vez teve em risco de sofrer, podia e merecia ter aumentado a vantagem.
Foi com aplausos merecidos que a equipa recolheu ao balneários, o público portista estava a gostar, disse-o quando o árbitro apitou para o descanso.
Se gostei da primeira-parte, a segunda adorei.
Entrando a mandar, continuando com as mesmas virtudes da etapa inicial, mas caprichando, o F.C.Porto aumentou logo aos 2 minutos por Herrera - magnífica executção do mexicano a colocar a bola junto ao poste mais longe - e a partir daí embalou para um grande show de bola. Com a eliminatória praticamente decidida, os portistas não tiraram o pé do acelerador, marcaram mais dois golos, por Casemiro - que bomba, também de livre e bem longe da grande área - e Aboubakar - outro golo bem bonito, numa jogada individual, de um jogador que dá todas as garantias -, podiam ter marcado ainda mais, tiveram tudo o que uma grande equipa tem, numa noite europeia de gala, uma noite que fez recordar velhos tempos, épocas de sonho e que fizeram história. E por falar em sonho... próximo!
Quando a qualidade da exibição colectiva é tão alta, não distingo ninguém, mas que houve muitas estrelas a brilhar intensamente nesta fantástica noite sobre o relvado magnífico do Dragão, ai isso houve
Fechamos, totalmente vitoriosos, um ciclo difícil, com jogos de grau de dificuldade elevada. Hoje festejamos, amanhã descansamos e depois começamos a preparar um novo ciclo, teoricamente mais fácil, mas quem tem de ganhar sempre não pode perder a concentração e o foco.
No dia 20 lá estaremos no sorteio de Nyon, não como favoritos, mas com o orgulho de já termos disputado 10 jogos e ainda não conhecermos o travo amargo da derrota. Já ultrapassamos os objectivos, a europa do futebol volta a olhar para o F.C.Porto com a a atenção e o respeito que o Dragão merece e impõe. Por cá os invejosos, os maledicentes, os que só viam defeitos em tudo, os que lançaram foguetes a festejar o fim de ciclo do F.C.Porto, não escondem a atrapalhação, o nervosismo e o incómodo que esta qualidade exibicional dos pupilos de Lopetegui lhes provoca.
O GRANDE PORTO ESTÁ DE VOLTA. HABITUEM-SE