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segunda-feira, 18 de maio de 2015


Nota de abertura:
Não é fácil estabelecer um raciocínio claro e objectivo, após um dia desportivamente muito complicado e quando se tem tantas coisas a fervilhar na cabeça, mas vou tentar...

Que neste país de um centralismo castrador, há uma comunicação social vendida e prostituída, que todos os dias lambe o cu ao clube do regime e está sempre pronta a fazer todos os fretes, branqueando ou extrapolando ao sabor das conveniências, mesmo que para isso o que ontem era preto hoje seja branco, já todos sabemos, não é de agora, já foi dito e redito; que há cada vez menos portistas capazes de dar a cara sem medo de queimar os dedinhos, na defesa do clube, alguns por razões estratégicas e outros por necessidade financeira, também sabemos, embora seja um fenómeno mais recente; que o Benfica está mais forte nos últimos anos, também é verdade; mas sempre tivemos capacidade para ultrapassar todos esses obstáculos. Como? Porque havia uma liderança presente, activa e quem nos tocava levava a resposta; porque à qualidade juntávamos uma alma, uma raça e um espírito de vitória que muitas vezes fez a diferença. Agora o que vemos? Uma estrutura calada que não reage a nada; uma comunicação tardia, muitas vezes incoerente; um conformismo, um encolher de ombros, um encarar os resultados negativos como se isso fosse uma normalidade, quando não é, por parte de muitos profissionais que servem o F.C.Porto. Pode dizer-se e tem alguma lógica, faltam referências, demasiados jogadores de passagem, poucos portugueses, quase ninguém da nossa formação. Ok, mas e a equipa B? Não temos muitos e vários da formação do F.C.Porto? Temos. E onde está essa marca Porto, se até nessas idades já estão mais focados nos jogos que lhe podem dar visibilidade que se afirmarem para jogarem na principal equipa dos Dragões? Sete jogos sem ganhar, cinco derrotas consecutivas? Que espécie de jovens estamos a formar? Para mim, independentemente de outras questões que nos afectam, o futebol não está imune à crise, estes são alguns dos problemas que nos afetam e isso deve ser dito com toda a clareza. Adiante.

Agora que o título e principal objectivo da época, já voou - tinha de ser de uma forma vergonhosa, sem honra, como se perder o campeonato já fosse coisa pouca para os adeptos do F.C.Porto -, mais que andar arranjar bodes expiatórios, importa que quem de direito reflicta e tome decisões, informe qual vai ser o F.C.Porto do futuro a curto prazo. Construímos e fomos cimentando ao longo dos anos uma cultura de exigência e de vitória que quando perdíamos, porque perdemos várias vezes, nunca ficámos demasiado preocupados, sabíamos que era passageiro, íamos dar a volta por cima, regressaríamos mais fortes. Com toda a franqueza e nestas coisas só quero enganar-me, não vejo o futuro com optimismo, se as coisas não se alterarem. Não pode ficar a sensação que o 2º lugar é óptimo, desde logo, porque garante a entrada directa na fase de grupos da Champions, com as consequentes receitas; porque não obriga a gastar uns milhões em prémios; e como outra vertente importante, a valorização de activos, também correu bem, já vendemos o Danilo e Jackson está na calha...; portanto, tudo na Santa Paz do Senhor. Não posso ter essa sensação,  nem pode ser esse o estado de espírito de quem dirige, após a conquista do primeiro lugar dos últimos. Podem dizer que não é assim, é um exagero, mas durante a época o que fizemos para contrariar aquilo que a partir de determinada altura pareceu inevitável? Recorde-se que se o Benfica não se distraísse tinha morto o campeonato na 1ª jornada da 2ª volta. Assim, não espero que já amanhã o Presidente venha falar à Nação, mas espero que depois de tudo analisado e ponderado, Pinto da Costa se aproxime e explique com clareza o que vai ser o F.C.Porto do futuro a curto prazo e não só no futebol. E há muita coisa importante para dizer. Cada vez as coisas estão mais difíceis, é preciso fazer opções. Só se conseguirá mobilizar o portismo se os sinais forem claros, objectivos, derem esperança que vai haver mudanças, nas pessoas e nas mentalidades. O Museu é fantástico, mas já viram que desde que foi inaugurado o futebol sénior ainda não colocou lá nenhum troféu?

Algumas notas finais:
Ainda estou à espera que Helton se explique, diga o porquê, disto?
Ontem, no final do jogo, o jogador do plantel actual com mais anos de F.C.Porto, vários títulos conquistados e um ex-capitão, mostrou a barriga, disse que estava "fininho", não podia falar do que correu mal porque só regressou há pouco, esteve lesionado. Alguma pedra no sapato? Problemas mal resolvidos?

O F.C.Porto não pode ir para uma nova época com jogadores que cada vez que são substituídos há uma polémica. Ou é porque fazem má cara, ou porque não cumprimentam o treinador, seja porque for. Isso tira tranquilidade, fragiliza, é aproveitado como arma de arremesso contra o F.C.Porto. Tem de terminar. Só deve partir para 2015/2016 quem colocar os superiores interesses do F.C.Porto acima das suas vaidades pessoais. Qualquer foco de instabilidade tem de ser morto à nascença e isso tem de ser assumido desde já. Quem ficar tem de saber com o que conta. Nem preciso dizer que não é preciso andar todos os dias a dar votos de confiança, principalmente a um treinador que tem mais 2 anos de contrato, mas isso tem de ficar claro em algumas cabecinhas pensadoras.
 
Nos últimos anos todos os treinadores do F.C.Porto comem o pão que o diabo amassou. E não são só os que perdem... Vítor Pereira ganhou e foi arrasado, houve quem pedisse a sua cabeça em Setembro do seu primeiro ano como responsável principal.
Ouvi as declarações de Lopetegui na antevisão, a forma como colocou todo o enfoque no jogo frente ao Belenenses, mandou para canto as perguntas acerca do campeão que ainda não era. Como não acredito que a mensagem para o grupo não tenha sido a mesma, pergunto: porque e não é só de agora, as mensagens não passam? Como disse em comentário no post anterior, há jogos que pela sua importância, mesmo que o treinador dê um sinal errado, faça uma substituição incompreensível, os jogadores têm de cerrar os dentes, dar tudo e ganhar. Foi ontem, foi frente ao Nacional e na  parte final do jogo da Luz, altura em que era fundamental dar litro e meio. Nunca vi essa vontade e esse espírito na equipa do F.C.Porto. E já nem refiro Munique...

O Dragões Diário, mesmo que fosse anónimo e não é, porque é publicado no site do F.C.Porto, seria sempre F.C.Porto. E sendo assim, sinceramente, para quê dar, institucionalmente, os parabéns aos jogadores e adeptos do Benfica? Quais jogadores? Algum deles deu os parabéns ao F.C.Porto no passado? Não me lembro, pelo contrário, lembro-me bem de terem colocado em causa o mérito da nossa vitória em 2010/2011... Quais adeptos, uma pequena minoria?

Há gente que é pequenina e sempre será pequenina. Alguns, mesmo quando tinham tudo para crescer não conseguem, apenas incham e alargam, mostram a sua verdadeira dimensão de ratinhos de esgoto. É o caso, por exemplo, de Rui Gomes da Silva. Aliás, os silvas estiveram muito activos no Marquês e no topo Norte do estádio do Vitória.

PS - Lamento a forma como a polícia "tratou" um adepto do Benfica em Guimarães. Mas tenho pena de não ter visto o mesmo tratamento jornalístico quando isto aconteceu.

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